Carta às Oposições de Juazeiro
Carta às Oposições de Juazeiro
Diferente do que gostaria, dirijo esta carta, aberta e pública, às oposições de Juazeiro, que deveriam ser, pelo menos neste momento crucial, uma e única, no combate à calamidade com nome, cargo e intenção, instalada no Paço municipal por fraqueza de nossos líderes e desinformação de nossa gente.
Desde o malfadado 03 de Outubro de 2008, quando, conjurando forças malignas e unindo o que há de podre na política de Juazeiro, o então empresário Isaac Carvalho, não tão bem sucedido assim, deu um tombo exemplar nas lideranças que se alternavam no poder, não temos o registro de um só passo para unir as forças que desaprovavam sua proposta de governo (que ele não cumpriu) ou de estabelecer uma pauta de discussão para encontrarmos uma alternativa a este desastre que está sendo sua administração.
Isaac aparelhou entidades sindicais, calou ou tenta calar os meios de comunicação, silenciou associações, desmantelou as tentativas de organização nas comunidades, emprega e apadrinha funcionários de suas empresas, protege e silencia sobre os atos imorais de seus comparsas, age como se a prefeitura fosse extensão de sua casa e de seus negócios e sobre tudo isso o silêncio morno de nossos líderes.
Isaac, desde o primeiro momento, imputa às administrações anteriores todos os males de Juazeiro, como se esta cidade não existisse antes dele e, mesmo não colocando um só tijolo em qualquer obra, arvora-se no direito de propagandear realizações e "e o maior volume de obras" já visto. São mentiras que as oposições engole calada.
Tudo, absolutamente tudo, desde o reajuste dos servidores até as esfarrapadas desculpas sobre os desvios, provados e comprovados, é mentira e engodo e não há noticia, chamamento, convocação, que tenha partido de nenhuma de nossas lideranças políticas para se discutir, unir e contrapor a esta falta de vergonha, que virou norma e forma de agir na administração do prefeito Isaac.
O povo de Juazeiro sofre, desde o centro inseguro da cidade, passando pelo desastre dos bairros periféricos até os abandonados povoados e distritos, como nunca. O dinheiro da prefeitura vira, literalmente, pó. Os bens públicos se desfazem diante de nossos olhos. Não fosse a insistente fé de nossa gente, que reclama nos meios de imprensa, que reage a cada aparição do prefeito com vaias e apupos, pela atitude e silêncio das lideranças políticas, dir-se-ia que Juazeiro chegou ao paraíso.
Basta! Política não é apenas campanha eleitoral; não é apenas atender aos amigos, não é ratear empregos, dividir benesses, promover o bem estar da família, favorecer empresas e disputa eleitoral. Política, principalmente a política de oposição, é organizar, discutir, propor alternativas, protestar.
Das lideranças políticas o Povo quer ouvir posicionamento claro e não este vai não vai, aceita e cala. Ou nos juntamos ou continuaremos assistindo o desmonte desta cidade, desmonte moral e físico, impossível de ser contido, mesmo depois da saída deste prefeito.
Quem se pretende candidato de oposição, para legitimar suas pretensões, deve sair dos bastidores, dos encontros furtivos, propor unidade, expor suas propostas e comprometer-se a agir, reunir, discutir e, principalmente, assumir a crítica, sem panos quentes, a essa administração danosa.
Não me apareçam às vésperas das convenções como salvadores estes que até hoje se locupletam com o desmazelo de Isaac; não me venham candidatos saídos do balaio da falta de vergonha se dizendo sérios ou candidatos hoje silenciosos, apesar das pancadas que tomam, implorando que se lhes faça justiça.
A hora da unidade e união é agora! Nossa cidade não suporta mais e nossa gente não será facilmente engabelada por discursos de véspera.
Me disponho a aceitar todos os convites para todas e quaisquer iniciativas destinadas a discutir o futuro de Juazeiro sem Isaac, desde que sejam abertas e públicas. Me disponho a endossar e repercutir toda manifestação das lideranças de Juazeiro em favor da unidade, desde que públicas e sem restrições. O que não admito mais é a indefinição e a complacência com o crime e a desídia imposta ao povo de Juazeiro.