A IRA DIVINA SOBRE O RN
O homem das cavernas acreditava que, a cada vez que Deus ficava irado, os castigava enviando a Terra furacões, vendavais, terremotos, raios e tufões. Os raios, aliás, eram considerados como a expressão máxima da cólera divina e por isso, Benjamin Franklin, inventor do pára-raios, foi condenado pela Igreja Católica sob a acusação de impedir que os castigos de Deus caíssem sobre os homens. A história conta que o Frances Vissery de Bois foi processado por heresia, no século XVIII, por ter instalado um pára-raios em sua casa.
Se considerarmos as crendices do homem das cavernas, observaremos que a cólera de Deus vem sendo despejada sobre algumas regiões pelo mundo afora, ao longo dos séculos. Desse modo, sua ira recai sobre países como o Chile, através de terremotos; sobre a Colômbia, cuja população padece com a fúria corrente de lavas vulcânicas, enquanto a população dos Estados Unidos é castigada com furacões, terremotos e atentados terroristas.
Como o Brasil não sofre com esse tipo de catástrofe natural, poderíamos afirmar que o povo brasileiro está livre da ira celestial e talvez seja justamente por isso que nos habituamos a afirmar que Deus é brasileiro e passa as férias no litoral potiguar. Contudo, se alguém imaginar que o fato de não sofrermos com essas catástrofes naturais significa que Deus não tem descarregado sua cólera sobre o Brasil está redondamente enganado.
O Estado do Rio Grande do Norte, por exemplo, não tem em sua história qualquer registro de ter sido vitimado por grandes vendavais, tufões, terremotos, ou outras desgraças do gênero. Entretanto, uma região que conta com uma administradora da estirpe de Rosalba Ciarlini não precisa ser submetida a outro tipo de tortura. Não há dúvida de que, a presença dessa criatura no comando do Governo, nada mais é do que a encarnação da cólera divina sobre o nosso povo.
O recado para mim, que sou temente a Deus, é muito claro: Estamos sendo punidos porque votamos errado. A mensagem que Deus nos envia é a de que escolhemos errado o nome do governador e vamos pagar um alto preço por nosso erro. O povo potiguar deverá amargar por quatro longos anos, o castigo que o próprio eleitor escolheu: Sofrer nas mãos impiedosas e insensível dessa mulher, que está levando a população potiguar à mais profunda miséria.
Penso que o castigo só não será pior, porque o mandato dela será de quatro anos. Caso ela vá para a reeleição, então a coisa se complica e a situação do povo potiguar será ainda pior do que a do povo do Egito, porque eles só receberam sete pragas. Nós, pobres norte-rio-grandenses, iremos amargar oitocentos e oitenta e oito pragas, correspondentes a oito anos do governo da Rosa de Hiroshima.
A greve é a primeira praga do governo Rosalba Ciarlini. Observem que a Educação, Detran, Sebrae, Fundação José Augusto, Idema, Emater, Polícia Civil e Uern, são alguns órgãos cujos servidores entraram em greve nesse primeiro ano de administração. O pior é que a greve não se limita ao âmbito estadual, o que para mim é um claro sinal do castigo ao qual estamos submetidos.
A segunda praga é o corte de gratificações, medida que deixa uma infinidade de famílias sem condições de sobrevivência. O salário, que já não é grande coisa, fica ainda pior com o corte da gratificação, porque pode implicar em deixar alguém sem estudar, por exemplo. O pior é ter que engolir a desculpa de que o Estado está falido, enquanto a governadora freta um jatinho por mais de 80 mil reais.
Só nos resta, portanto, fazer muita oração, jejum, celebrar missas em ação de graças ao anjo da guarda dela, fazer promessas para São Judas Tadeu e Santo Expedito – os santos da causas impossíveis - enfim, fazer muita penitência para que o Todo Poderoso tenha piedade da nossa desdita e não permita que a Rosa de Hiroshima seja reeleita. (01/out/2011)