Ditadura Militar: Guerra Fria no Brasil

João Goulart foi tido como comunista por tentar ajudar os pobres. Como se a busca por um país mais justo fosse crime. Na verdade, no mundo capitalista em que vivíamos - e ainda vivemos -, o comunismo era tido como crime, sim.

Os planos de Jango consistiam basicamente em fazer uma Reforma de Base no país, o que resultaria em grandes perdas, principalmente territoriais, para a elite brasileira. Além disso, a chance do Brasil se tornar comunista, por menor que fosse, feriria a economia dos Estados Unidos. Como nem os americanos nem a elite estavam a favor de perder coisa alguma, uma grande pressão foi descarregada sobre os militares para que concordassem em organizar um novo golpe de Estado. Os militares, que sempre se sentiam subjugados do governo e estavam sempre em busca de poder político, concordaram em assumir a situação, depondo o presidente.

Se eles tivessem governado apenas por algumas semanas, até que tudo voltasse a seus devidos lugares, como sugerira o grupo de moderadores do exército, o Brasil não teria se tornado o caos que perdurou por longos 21 anos.

Em pouco tempo, os militares foram criando leis excepcionais que lhes permitiam “passar por cima” da Constituição, até calarem o povo totalmente. A produção cultural fora duramente reprimida, a opinião, os direitos políticos e muitas vidas, extinguidos.

Como em muitos outros casos, a população não mediu consequências para agir, mas, talvez, muitos deles não tenham se arrependido de sua ação. A Ditadura Militar prejudicou, maiormente, partidos e ex-políticos, artistas e estudantes, que eram os únicos que se arriscavam ainda em busca de seus direitos. Muitos nem sabiam que o Brasil político-cultural e até social ia de mal a pior. A censura nos veículos da mídia não permitia que nada fosse divulgado revelando a situação real do país. Pelo contrário, a população acreditava que o país estava em seu auge, por causa do “milagre econômico” gerado pelo novo tipo de governo.

Os responsáveis pela situação muito provavelmente não se sentiam ao menos culpado. O ser humano sempre teve o péssimo hábito de dar mais valor ao dinheiro e ao poder do que à sua espécie.

A libertação do país e o fim da Ditadura custaram muitas vidas. Caiu o governo militar, mas a ganância não acabou. E nunca vai acabar. Muitos conflitos entre capitalismo e comunismo já ocorreram, muitas batalhas por um mundo mais justo foram travadas, muito sangue foi derramado, mas o mundo nada aprendeu com isso. A ganância sempre prevaleceu, o capitalismo sempre foi mais forte. O egoísmo sempre nos foi a escolha mais fácil...

Gabi Correia
Enviado por Gabi Correia em 28/09/2011
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