Reflexo da manifestação de Eliana Calmon.

Eliana Calmon, ligada ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça), declarou, ontem, que no Poder Judiciário existem ‘bandidos escondidos sob a toga’. Será que ela está errada?

Segundo o Presidente do Superior Tribunal de Justiça, Cezar Peluso, isso é um insulto à Instituição exigindo que Eliana faça uma manifestação pública sobre a sua declaração.

O Poder Judiciário tem é medo que seja investigado com maior profundeza os seus recônditos, até então acobertados pelo cooperativismo entre a classe.

Os magistrados sempre acharam que o CNJ era um órgão de defesa da classe. Quando viram que seus membros desejam desenvolver seu papel com rigor, rebelam-se contra a realidade e, em nome da Constituição, distribuem assaques à atuação da instituição fiscalizadora. Estão com medo de quê? Quem não deve não teme!

O que Eliana Calmom falou não distancia a classe dos seus 'bastidores sombrios'. Todo mundo sabe que existem magistrados mercenários e desonestos. O que os bons magistrados deviam querer é que as portas se escancarassem para que os maus juízes sejam posto na 'corda bamba'.

As manifestações de Peluso reabrem aquela velha discussão, já vivida e observada no Parlamento, quando alguns, visando encobrir suas próprias facetas, acobertam aqueles que merecem punição.

Está parecendo que no Poder Judiciário não deve haver investigação e nem denúncias, porque, caso alguém fale nesse tipo de apuração os mais afoitos se sentem usurpados, sem que ao menos lhes seja dirigida qualquer ofensa pessoal.

Num momento em que o país se mobiliza contra a corrupção, o Poder Judiciário deveria ser o primeiro a sair às ruas para dizer que seu 'terreiro' é tão cristalino que pode ser exposto a qualquer tipo de investigação.

Esses tipos de protestos, como o de Peluso, surgem como fumaça com cheiro de alcachofra, ou seja, como flores que tem bom odor, mas impregnadas de espinhos.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 28/09/2011
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