JOINVILLE “ARRETADA”
Não sou natural de Joinville. Moro a quase três anos nesta cidade, mas já me sinto um joinvillense nato. Cidade que me recebeu de braços abertos e desde o princípio me proporcionou chances de crescimento e de conhecer novas pessoas, culturas e etc. Venho de uma cidade chamada Milagres, lugar pacato do interior do Ceará com uma média de 30 mil habitantes, e tenho muito orgulho de minha cultura. Sempre recebo perguntas acerca do porquê de ter vindo morar tão longe da família, ao que respondo que gosto de me aventurar e vi no PROUNI uma chance de conhecer melhor o sul do país.
Dizer que Joinville é boa ou ruim é um tanto complicado. Se eu avaliar sob o ponto de vista de alguém que mora em um bom bairro, tem um bom emprego e tudo mais que proporcione uma vida razoável, é sim uma boa cidade. Porém, como qualquer outra cidade, há também outros tipos de pessoas, que são vítimas do descaso do poder público e sentem na pele o fato de não poderem arcar com um plano de saúde particular, por exemplo. E a forma como estas “outras” pessoas são tratadas pelo poder público é que faz a diferença quando se faz um juízo sobre o quanto Joinville é uma cidade boa.
Vejamos; a visão que a maioria das pessoas tem do Ceará é de um local que não oferece muitas oportunidade e que impera a fome e a miséria. Como dito, dependendo do ponto de vista essa afirmação é equivocada. Em minha antiga cidade (Milagres) há pessoas passando fome, assim como gente esbanjando dinheiro com carros de luxo e outras regalias. Então me pergunto; será que uma pessoa que diz ser uma cidade, ou região, boa ou ruim, está levando em conta todos os seus aspectos. Isto é o mesmo que dizer que na Bahia só tem preguiçoso, sendo que isto há em todo lugar. É preciso deixar os “achísmos” de lado para se constatar efetivamente a realidade dos fatos.
Considero Joinville uma cidade arretada. Expressão está que no Ceará é tida como “cabra da peste” ou, neste caso, de valoração positiva. Maior cidade do estado ela oferece grandes oportunidades para quem as procura.
Acredito que os discursos sobre o que Joinville tem de melhorar, ou o que oferece de bom, se tornariam desnecessários se os cidadãos tivessem consciência e valorizassem o que ela já possui, e em quais aspectos ela precisaria melhorar. Apenas uma força conjunta pode conduzir Joinville para um rumo melhor do que se encontra. Parece evidente, que aqui não é um buraco, muito menos o melhor lugar do mundo. Levemos em conta, portanto os dois aspectos.