A China e a Revolução
China. Início do sec. XX. Dominada por potencias estrangeiras, em meio a uma luta de tribos, a China é chamada de “os homens doentes da Ásia.” Mas, enquanto os ocidentais idolatram a competitividade, os chineses primam pela cooperação, que resultará na Revolução Cultural, comandada por Mao Tse-Tung.
Do outro lado do mar, os japoneses se aliam ao nazi-fascismo. Doce engano, quando os nazistas são derrotados, os EUA colonizam o Japão, humilhando-o com a bomba atômica.
“Lutar para mim é vencer”* disse um japonês que depois foi considerado uma vergonha para seu país. “ Devemos lutar sempre para nos aperfeiçoarmos” disse o legendário mestre de kung fu, o chinês Huo Yuan Jia. Note que nenhum dos dois mencionam a “competição” tão adorada pelos ocidentais. Para os orientais, o importante é perceber. Por isso que a luta entre os samurais quase não tem movimento, e quando um vacila o outro ataca desferindo o golpe final. O importante é perceber a hora de atacar, pois o ataque é a melhor defesa.
É só comparar os dois mestres da política: Maquiavel e Sun Tzu. Para o primeiro “os fins justificam os meios”, para o segundo “a suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar”. Os fins não justificam os meios. Não se pode matar e roubar, mesmo que seja para fins revolucionários. Com isso podemos entender os genocídios praticados pelos ocidentais; de Hitler a Stalin; da rainha da Inglaterra ao presidente dos EUA, o objetivo é destruir o inimigo antes que ele se agigante. Enquanto os ocidentais temem a força do adversário, o Oriente sabe usar a fraqueza do oponente.
“Propriedade é roubo!” Mas roubar a propriedade não justifica esse furto. O que deve acontecer é uma redistribuição de renda e terras, como houve na China, que para entende-la não bastam os estudos do marxismo, é preciso estudar suas raízes, seu passado monárquico, suas lutas tribais. Pois a Revolução Chinesa foi mais forte que a russa, tanto que essa dura até hoje, enquanto esta acabou com o muro de Berlim.
*frase proferida no filme “O Mestre das Armas”, por um mecenas da luta.