O Político de valor e o compromisso de acertar!

O Político de valor e o compromisso de acertar!

Utilizar a palavra Política simplesmente sem agregar o significado dialético e de transformação é o que muitos, partindo das vivências do senso comum, costumam fazer. E chegam a acreditar que ser político é só aquele que se filia a um partido, que se apresenta como candidato ,para participar de um pleito e cumprir um mandato.
Há sentido na compreensão do fato de que ser político , representa alguém que professa uma sigla. Para tanto , a pessoa, no mínino, deverá seguir algumas orientações e não poderá fazer sempre livres escolhas, mas observar determinadas diretrizes de seu partido.
Deverá respeitar o que for debatido e deliberado por um coletivo , em convenções, congressos, plenárias e conferências . Onde os congregados ou filiados reunidos , decidem normas importantes, visando à participação e combatividade, na sociedade.
Entretanto , também existe a política do “eu” , que é a individual, acontece quando não se está preocupado com ninguém. Uma vez que a pessoa pode defender seus próprios interesses,pensa que é possível uma satisfação pessoal. E menospreza, assim , a luta pela conjunção de forças em prol de algo comum.
Política é a prática do embate, do questionamento, é a atuação consciente , mas inconformada sobre situações que vivemos e muitas vezes não encontramos respostas plausíveis . É a maneira como fazemos escolhas e nos posicionamos frente a certos condicionamentos sociais, que destoam de uma ação mais defensiva da vida.
Tudo ou nada pode ser considerado política: falar, agir, decidir, participar, ou : calar , recuar, ficar em cima do muro, negar! Porque, quando se nega a olhar e combater o que não está certo, se está ficando de algum lado, que pode ser o mais cômodo, mas também o mais podre.
Ainda há o analfabeto político debatido por Bertold Brecht, que ignora o aumento do preço do feijão e acaba achando que tudo está bem.
E crê que não participar é a forma de defender o seu lado...Este , encontra-se sempre despercebido e desapercebido da lógica do Sistema Capitalista, ... Onde a estrutura montada, favorece a desigualdade, o desemprego, a competição por uma vaga. A estrutura cria uma falsa ilusão de que o indivíduo é o culpado por não ter conseguido.
Quando, na verdade, o Estado é que não assume o seu papel para realizar ,no âmbito das necessidades prescritas na Lei, reformas sociais amplas, que garantam condições dignas de trabalho e valorização humana. Neste sistema, a ordem do dia é o lucro, e, para lucrar, tem que explorar o outro, submetendo-lhe a cumprir extensas horas de trabalho, por baixos salários.
A meu ver , política é a vontade de mudar, é o querer agir e o compromisso de acertar.E , para isto , há de nascer o político de valor, que deve procurar entender como se dão as relações dos meios de produção e de trabalho . E deverá saber o que representa para uma nação,como o Brasil, a defesa da nossa soberania .
Lutando em conjunto pela manutenção de nossa independência e dignidade, este representante do povo, deverá sempre rebater as ações e decisões de governos imperialistas, de países ricos, que vivem à custa da especulação do capital financeiro , no mercado globalizado, que querem subordinar, principalmente , os brasileiros, a serem meros consumidores de seus produtos e serviços.
Neste sentido, quero discordar da atitude de algumas pessoas que dizem que não gostam de política, mas na hora de votar, escolhem o candidato que vai na contramão dos interesses do povo e termina apoiando, de forma equivocada ,a pessoa em quem o pastor, líder, ou suposto amigo , mandam votar. E votam sem questionar.
Sem ao menos ler para saber qual o teor da plataforma daquele partido ,ou a história de atuação, elegem um candidato que, geralmente , não tem nenhuma responsabilidade com a transformação da sociedade . O qual termina sendo nomeado pelo povo, para ser mais um a manter o que já existe: a corrupção , a pobreza, a falta de saúde, o desemprego, a falta de moradia, a falta de qualidade na Educação , falta de segurança, falta de lazer, o descaso com a Constituição, e com as leis em geral...
Muitos têm sido eleitos, mas não se incomodam que ainda há ,no país, 44 milhões de pessoas pobres. Que a mudança desta situação, depende de ações efetivamente políticas,de pessoas comprometidas com a consciente luta de classes, que não consideram o aumento do arroz uma fatalidade divina, mas fruto da ação do ser humano , proveniente da péssima política neoliberal do governo , que sustenta os interesses do capital , distribui mal a renda e provoca a perpetuação da pobreza.


Cida Maia, 23 de julho de 2011







Cida Maia
Enviado por Cida Maia em 22/07/2011
Reeditado em 30/07/2011
Código do texto: T3111783
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