ETERNA NOVELA

Às vezes fica tudo tão repetitivo que até perco a graça em escrever alguma coisa. Quando criança, morando em casa de tias, ficava pê da vida quando acabava o Zorro e passava-se a primeira novela brasileira, se não me engano, O Direito de Nascer, na rede Tupi. Minhas solteiras tias se extasiavam tanto que quando mudou uma novela e apareceu um ator em outro papel alguns anos depois foi motivo para uma beata tia rezar sei lá quantas Aves Marias presumindo uma encarnação porque o maledito tinha sido assassinado na gestão anterior.

Assim continua sendo nos apresentada a vida. Tem alguns intervalos de subfaturamentos como eleições, copas do mundo, olimpíadas... Mas fora esses intervalos motivadores de novelísticas interpretações, a corrupção continua firme com vários tipos de sustentabilidade, sem ter como um brasileiro comum saber o que é certo ou errado.

Nossa ideologia, vaga debaixo de um tsunami de corrupções que não nos deixa respirar a tão sonhada democracia.

Juro, “de pé junto”, como diz o caboclo, nunca mais falar de política nesse país despolitizado porque quando escrevo de política ninguém dá assunto. Somos corruptos na essência do ser.

JOSÉ EDUARDO ANTUNES

Zeduardo
Enviado por Zeduardo em 08/07/2011
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