Paz ou guerra? Uma questão de escolha!
Já dizia um pensador, do qual não me recordo o nome: “A vida é uma questão de escolhas”.
Hoje, escolhi refletir sobre os resultados das escolhas efetuadas ao longo da vida. Em todas elas, seja para ou riqueza ou pobreza, para paz ou guerra, os resultados, pelo menos em parte, dependerá das suas escolhas feitas pelo próprio individuo, não pelos que o cercam.
Um bebê, ao ser gerado, não tem a oportunidade para escolher quem seriam seus pais, onde moraria, a cor de seus olhos, a textura de seus cabelos, ou o nível de seu QI.
No entanto, ao crescer e construir seu futuro, e ter condições para escrever sua própria história de vida, tal indivíduo poderá fazer milhares de escolhas que determinarão a qualidade de vida que desfrutará, a falta dela que amargará, que legado haverá de deixar às gerações futuras ou aos seus descendentes se os tiver.
Terá diante de si possibilidades, oportunidades, opções distintas em direções diversas. Mas, qual delas seguir? Qual delas construirá melhores resultados? Como construir a paz e fugir à guerra? Fugir de qual tipo de guerra? Dependerá em parte das escolhas feitas ao longo da vida a cada dia, cada nova situação, não dependerá da ação dos demais ao seu redor. Terá que pagar o preço da sua escolha.
Paga-se um preço pela paz, outro pela guera. Qual seria mais caro? Onde há o construtivismo benéfico? Onde há investimento garantido, com retorno de boa qualidade? As guerras bélicas são o melhor investimento para a humanidade? Se não o são, porquê os governantes das grandes potencias insistem em marcar passo nesta direção, neste caminho de destruição do ser vivo e suas possibilidades? Encontra-se a paz eliminando-se o semelhante?
Eliminar-se um líder, não equivale a eliminar sua ideologia. Eliminou-se Saddam Hussein, Osama bim Laden, no entanto suas ideologias estão por aí, mais vivas que nunca. Não basta impor-se à ferro e fogo a obrigação para que um indivíduo aja nesta ou naquela direção. Importa sim, criar-lhe as condições para entender o benefícios ou prejuízos resultantes de suas escolhas.
Quando um soldado retorna da guerra, seu maior troféu, não será o fato de haver guerreado e saído de lá podendo retornar com vida. E sim, o ter respostas sobre quais possibilidades de continuidade de vida com qualidade foram construídas para as crianças que conseguirem sobreviver à guerra. Que qualidade de vida tais crianças passarão a desfrutar? Vida de paz ou guerra interior, psicológica, depressão resultantes do pós-guerra ao terminarem os conflitos armados, mas com a continuidade dos conflitos existenciais?
Terão elas escolas físicas e modelos humanos onde espelhar-se para aprender a construir sua própria cidadania, sua própria história de vida?
Como resolverão, no futuro a longo prazo, suas próprias neuroses adquiridas e desenvolvidas durante os conflitos armados de uma guerra que elas não escolheram?
Que apoio concreto os governantes promotores de tais guerras, tem oferecido aos mutilados físicos e emocionais, que sobreviverem a tais guerras?
Quem coloca minas e explosivos nas estradas e terras produtivas como se fez em Moçambique, entre outros locais, as retira de lá após o termino dos conflitos, ou as deixa para dar continuidade à destruição, aos danos físicos, psicológicos de crianças e pessoas inadvertidas que por lá circulem, impedindo o desenvolvimento do povo, mesmo após o cessar fogo?
Porquê plantaram bombas e minas ao invés de plantarem laranjeiras, abacateiros ou outras árvores que proporcionam vida?
Não bastam discursos inflamados de governantes ou instituições de nível mundial pela busca de uma paz teórica, ou discussões sobre a necessidade de se fomentar novas guerras. É mister avaliar-se sobre os resultados e o preço desse legado maldito para as crianças que conseguirem sobreviver, mesmo mutiladas física ou emocionalmente.
Que qualidade de vida terão? Não é suficiente estar vivo, mas não ter terras livres de minas e bombas para plantar o que comer. Não ter um lar com familiares à sua espera quando voltar ou quando cessar o fogo. Quem irá recebê-los – aos soldados e as crianças - sobreviventes das guerras após cessar os conflitos por fora e por dentro?
Retornar à Pátria que o enviou para os conflitos armados não é o maior troféu, como também não o será a promoção de discursos ou redações em favor da redução da pobreza ou de uma paz teórica, mascarando-se e maquiando-se os destroços deixados pelas guerras às gerações futuras. Não é suficiente a promoção de concursos de redações sobre como vencer a pobreza – termo muito genérico – ou levar-se centenas de jovens universitários para Paris por uma semana. À semelhança dos contos de fadas, ao soar a última badalada do relógio da realidade, eles voltarão às suas realidades, eu que restou de concreto como solução para a pobreza e desigualdades sobre as quais redigiram? O que restou de concreto como contribuição para solucionar os conflitos armados e psicológicos?
Paz ou guerra é uma questão de escolha para dar resultados à longo prazo.
Escolho a paz, não uma paz teórica. Jesus disse: “Deixo-vos a paz, não vo-la dou como o mundo a dá”. Os resultados dependerão das escolhas efetuadas, e não da ação deste ou daquele amigo ou governante.