ITAMAR FRANCO, ESSE MERECEU SER CHAMADO PRESIDENTE.
Não tenho qualquer apreço pela humanidade. Entretanto, admiro alguns homens. Dentre os poucos homens que merecem minha admiração, pouquíssimo são políticos. E dos poucos políticos muitos menos ainda são brasileiros.
Certa vez, um amigo pediu a outro para que citasse três bons políticos cearenses. O sujeito pensou, pensou, pensou e falou: Paes de Andrade. O cara que tinha feito a pergunda, respondeu: não é lá grandes coisas, mas vou aceitar. Diga outro. Depois de muito pensar, não saiu nada.
Assim, se pensarmos em termos nacionais, vamos perder muito tempo e não encontraremos quase nada, mas eu citaria os presidentes militares: Castelo Branco, Médici e Geisel. E mais recentemente Itamar Franco.
Se não fossem os militares, e somente hoje reconheço a importância deles para o país, como disse num cordel, seríamos uma feliz Cuba. Itamar morreu recentemente e vejam que a mídia não deu tanto destaque como dera para José de Alencar.
As pessoas menos esclarecidas, sempre terão Alencar como um grande homem. Se fosse um coitado teria morrido no primeiro ataque de câncer, mas rico, teve dinheiro para se tratar e prolongar sua vida, cuja importância foi se calar perante o mensalão de Lula. E o Itamar será esquecido da população brasileira como ficou até há pouco tempo.
Se lembrarmos, porém, é dele a criação do plano real que vem dando certo até hoje. Deste priscas eras o país convivia com uma inflação galopante. Nos idos de 1962, ouvia-se falar no aumento da carestia. A inflação surgiu depois, quando os economistas começaram a tomar conta da Nação e complicarem mais as coisas.
Nos idos de 1994, ele teve coragem de criar mais um plano, o Real. E como muitos outros tinha todos os ingredientes para dar errado. Não seria esse que daria certo. Mas deu. E vem se sustentando até hoje, embora o PT e seus asseclas tenha feito de tudo para boicotá-lo, até o assunção do Lula.
Além de colocar o país nos eixos com seu Plano Real, Itamar deixou um alicerce para Fernando Henrique e Lula. Afora isso, diante de um país onde a corrupção era o ponto mais forte, com o impedimento de um presidente, Itamar teve coragem e sem se deixar seduzir pelas luzes da ribalta, fez um governo sério, competente e acima de tudo discreto. Sem os alardes, sem as firulas, sem a prepotência dos dois presidentes posteriores, principalmente o do PT.
Durante seu governo, não se ouviu falar de corrupção. Jamais ouvimos qualquer citação de que Itamar tivesse se envolvido em falcatruas, como seus sucessores, que como o satanás fugiram das CPIs. Ninguém viu falar em mensalão, anões do orçamento, caso Sirvan e muitas e muitas outras denúncias de corrupção que assolaram o Brasil nos últimos vinte anos.
No governo de Itamar Franco não havia Delúbio, Sílvio Pereira, José Dirceu, Genuíno, cueca para transportar dólares, Daniel Dantas, Caso Marka/Cidan, enfim somente no governo Fernando Henrique foram quarenta e cinco casos. No do PT cem. Não sei o que é o pior escrever PT ou Lula.
Certa vez, Itamar convocou Antônio Carlos Magalhães ao Palácio do Planalto para apresentar as denúncias que teria contra ele, Itamar. Já que Antônio Carlos vivia alardeando no Senado que tinha denúncias contra todos os políticos brasileiros. Quando chegou ao palácio, Antônio Carlos se deparou com uma multidão de repórteres, que trabalhavam de plantão no Planalto, convocados por Itamar para testemunhar a conversa que teria com Antônio Carlos, furioso, o coronel da Bahia, meteu a viola no saco e foi embora.
Este é o homem que pouco ouviremos falar dele no Brasil em breve. Lembrarão outras figuras sem importância, ou com importância negativa, mas que a mídia fará o favor de tornar um grande homem.
Espero sinceramente estar errado.
Fortaleza, junho/2011.