MÁ DIGESTÃO

Sabe quando você está diante de um bom prato, come e a comida não lhe cai muito bem? A presidente Dilma Rousseff deve estar se sentindo assim. Antônio Palocci foi nomeado Ministro da Casa Civil por ser um competente articulador entre o governo e a nata empresarial, ao que tudo indica, tão bom, que o seu patrimônio cresceu vinte vezes em apenas 4 anos. É um fenômeno dos negócios. E fez tudo isso conciliando um mandato de deputado federal. Brilhante!

Sua saída do governo ontem, pela porta dos fundos, não vai livrá-lo dos opositores que querem porque querem que o ex-ministro preste esclarecimentos em relação ao crescimento vertiginoso dos seus bens. Em 2006, quando estava à frente do Ministério da Fazenda, ainda no Governo Lula, Palocci também se desligou por estar envolvido no episódio do caseiro Francenildo, em plena crise do Mensalão.

Por mais grave e sujo que tenha sido o escândalo do Mensalão, Lula com seu carisma fora de série conseguiu passar por todo o vendaval, se reelegeu e só faltou pedir pizza para comemorar sua vitória junto a Dirceu e Cia. Nunca na história desse país, um governo foi tão denunciado por práticas corruptas, mesmo assim, o nosso Luís Inácio deixou o poder com mais de 80% de aprovação.

Dilma bem que queria, mas infelizmente não é tão carismática ao ponto de abafar os escândalos como o seu antecessor. Bem que ele quis ajudar e foi para Brasília dar uns conselhos a presidenta. Pegou mal. Ter mantido Palocci por tanto tempo no governo, diante de toda a pressão, fez parecer que ela não tem pulso firme para tomar decisões mais radicais. Mesmo com o próprio PT tendo abandonado o ex-ministro a própria sorte, não publicando oficialmente uma nota de apoio.

O que vai ser do governo? Será que Dilma vai cair em popularidade? Pesquisas futuras nos darão uma resposta. Resposta foi justamente o que Palocci não deu e por isso dançou. Como diz o ditado: Quem não deve não teme. Mas segundo fontes não muito confiáveis, Palocci não quis falar de graça. Tudo indica que ele irá revelar o seu segredo num livro candidato a best-seller: Como enriquecer depressa. Esse aí até a oposição vai comprar. Afinal, Business são Business.