Abaixo o Saber

Em artigo recente, "Abaixo o conhecimento!", Alexandre Garcia cita o general falangista Milan Astray que, antes de invadir a Universidade de Salamanca encerrou uma discussão com o reitor Miguel de Unamuno com o grito: “Abaixo a inteligência”.

Antes de voltar ao artigo de Alexandre Garcia, vale lembrar que no período da ditadura militar, na década de 60 e 70, os veículos de comunicação estavam sujeitos a uma forte censura executada por agentes da polícia federal. Naquela época, as produções artísticas tinham que passar pelo setor de censura antes de serem apresentadas em público. Isso quer dizer que a população só podia ver e ouvir o que a polícia federal previamente aprovasse. O objetivo era filtrar as “impurezas” dos veículos de comunicações. Arrisco a dizer que o objetivo era nobre, porém sua execução era muito exagerada e a metodologia arcaica.

A Música Popular Brasileira foi tratada como um ser nocivo pelo Estado, capaz de fazer mal à população. Segundo o governo, elas eram ofensivas às leis, à moral e aos costumes. O "piadista" Ari Toledo, em tom muito sério em recente entrevista no programa Raul Gil, disse que a ditadura censurava o que achava inteligente e bem produzido, e, também o que achava lixo. Muito que está sendo exibido na televisão aberta, em todos os seus horários, acha Ari Toledo que não passaria pelo crivo da censura, não por ser nocivo ao Estado, mas pelo simples fato de ser muito ruim, de péssima qualidade.

No ensino público, era comum haver muita conotação política nos centros e diretórios acadêmicos e pouca preocupação acadêmica. As “ideologias” eram diferentes, mas os métodos de ação eram muito parecidos: Todos tinham um discurso “democrático”, dogmático. A maioria pertencia, “geograficamente”, à “turma do fundão”, só que de cantos diferentes. De um lado, os anticomunistas, pró-EUA, do outro, os antiimperialistas, pró-URSS. Eram capazes de decorar doutrinas políticas, mas, incompetentes para entender as aulas, ou fazer as lições de casa. Tinham a fórmula para resolver todos os problemas do mundo, por mais complexos que fossem; mas precisavam de “cola” para passar. Mesmo assim, desprezavam e hostilizavam quem se ocupava de algo que eles consideravam totalmente incompatível com o ambiente escolar: estudar.

As Disciplinas: EMC (Educação Moral e Cívica) e Organização Social e Política Brasileira (OSPB) tornaram-se obrigatória no currículo escolar brasileiro a partir de 1969. Ambas ficaram caracterizadas pela transmissão da ideologia do regime autoritário ao exaltar o nacionalismo e o civismo dos alunos e privilegiar o ensino de informações factuais em detrimento da reflexão e da análise. Dessa forma, as duas matérias foram condenadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), estabelecidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1996, por terem sido impregnadas de um “caráter negativo de doutrinação”. Sem ideologias partidárias, alguns estudiosos, no entanto, acreditam que o civismo brasileiro, apesar de estigmatizado como obrigação pelo governo militar brasileiro, poderia contribuir para a auto-estima do País quando abordado sem exageros.

Os concursos públicos para professores eram semelhantes aos concursos do Banco do Brasil, onde os melhores colocados escolhiam as cadeiras e a cidade. Muitos professores tinham que lecionar em cidades distantes e parece que os salários eram compatíveis para tal função.

A partir do fim da ditadura Militar, nos últimos anos, os sindicados dos professores (por todo o Brasil) passaram a se preocupar apenas com o resgate da progressão salarial do professor, que é justo. Mas foram poucos, como Darcy Ribeiro e outros, que buscaram resgatar a educação de qualidade e, principalmente, a formação cívica e intelectual do corpo discente.

O fim do regime militar vem com a eleição indireta e a democracia imperou novamente. A liberdade foi restituída, a censura chegou ao fim, nasceram novos partidos políticos e finalmente alcançamos as eleições presidenciais diretas.

Antes censuravam a inteligência, a manifestação da inteligência, porem, hoje, "democraticamente" temos ainda o abuso de autoridade, pior e com outros propósitos. Agora há uma censura mais maléfica, livre nefasta e solta que censura o SABER. O que tinha era muito mais consciência política e um interesse muito maior por parte do povo. E o que temos hoje? Alienação, corrupção, bandidagem, valores invertidos e drogas comandando uma geração inteira.

Voltando ao artigo de Alexandre Garcia, o Brasil parece hoje tomado por falangistas que têm medo de livros, de escolas, de conhecimento. Bibliotecas estão abandonadas. Escolas mal-cuidadas. Professores mal-formados. Alunos semi-analfabetos, ainda que tenham diploma de curso superior. O mérito está sendo abolido, substituído por cotas e por aprovação de ano automática. E agora o MEC referenda um livro, distribuído a quase meio milhão de alunos, que apóia o falar errado. O governo não se importa de contrariar a Constituição que estabelece o Português como a língua oficial do Brasil. Como terá vida melhor alguém que, não aprendendo a língua, não vai se comunicar direito, nem vai conseguir um bom emprego sem se expressar da forma correta? Quem vai à escola é para aprender e não para ser vítima da esquizofrenia do politicamente correto. Se a idéia é evitar o preconceito linguístico, como diz o livro, então devem começar eliminando o preconceito de que o aluno pobre é incapaz de aprender o bom português. Aliás, se o MEC quer acabar com preconceito, que comece protegendo os melhores alunos, que são isolados, estigmatizados, chamados de nerds - e são os que têm o potencial de nos trazer, enfim, algum Prêmio Nobel. Se o professor diz que o aluno pode continuar falando nóis vai, porque isso não estaria errado, então esse é o pior tipo de pedagogia. Se um indivíduo vai à escola, é porque busca ascensão social e isso demanda da escola que lhe ensine novas formas de pensar, agir e falar.”

Nossas crianças quando não estão aprendendo o oficio do tráfico de droga nas ruas, estão recebendo merenda, bolsa auxílio e outras migalhas intencionalmente esmoladas para manter um "inteligente" índice baixo de "analfabetização". O principal, a educação que se devia receber, será testada mais a frente quando se tentará uma vaga a um determinado emprego, e aí, será vítima do chamado protelação do problema. Ou seja: com o atual sistema de ensino, os educadores realmente acreditam que estão alfabetizando, basta constatar o aprendizado de um aluno da 8ª série que não consegue sequer escrever ou interpretar um bilhete de quatro linhas, então, tais alunos só conseguirá "trabalhar" mesmo na bandidagem.

A merenda escolar é um aparelho montando para arrecadação das doações de campanhas. Volta as doações multiplicado por dez para as empresas do ramo, vencedoras em licitações forjadas e manipuladas, fornecendo a merenda para as escolas. Em quase todas as prefeituras, com armazenamento e prazo de validade, há os mais variados descuidos com os produtos de má qualidade e preços superfaturados da merenda escolar, quase sempre o lixo é destino destes produtos. infelizmente, se não alimenta a cuca com o saber, satisfeitos são os pais com a barriga cheia de seus filhos.

Mas é assim mesmo, a democracia para funcionar bem exige que a população do país onde ela se instala tenha um certo nível de instrução e cultura que possibilite à maioria escolher bem os seus dirigentes. Isto porque a alma da democracia é o voto popular. Democracia, o sistema de governo menos imperfeito do mundo mas que só funciona em países onde o povo tem um alto ou bom nível educacional e cultural.

Queriam substituir os anos de chumbo de uma ditadura militar por uma chumbada-ditadura do proletariado, de Militares para os MILITANTES de agora, num país onde a maioria é analfabeta ou analfabeta funcional, os velhacos-meliantes passam a dominar através de várias técnicas, onde a compra do voto é uma delas. Mas como pode, afinal, um sem fim de falcatruas e delitos de corrupção serem parte da normalidade do dia-a-dia?

A corrupção como coisa natural na política e que o poder judiciário esteja emprenhado em defender bandidos enquanto o povo vive órfão de justiça. O fato é que, no Brasil de hoje aceita-se tudo. Nunca antes na história desse país houve tantos roubos e desvios do dinheiro público. Foram mensalões, dossiês e mansões suspeitas, dólares e euros transportados em lugares indevidos, máfia dos sanguessugas, máfia dos vampiros, e tantos outros. Numa terra onde vale mais o bonezinho dos sem-terra do que a boina da soberania nacional, rotinizou-se a propina, a picaretagem, a pilhagem do erário, o nepotismo, o compadrio, a quadrilhagem impune, a desfaçatez irônica e arrogante, os pugilatos eleitorais enfadonhos.

E faz parecer que lei existe para sancionar uma normalidade, na forma de um conjunto de disposições que livram "aqueles-alguns" que são mais iguais que outros. Definida pela cultura e pelos costumes é essa tal "normalidade" que procura cimentar os governos que chamam de "democrático", desde 1985.

Professor que não perdoava sequer cacófatos, o crítico literário Antonio Cândido depois de ver um "Lula" chegar a presidente do Brasil, acha, que dependendo do portador, a ignorância é virtude.

Nivelar a vida por baixo, impedir o enriquecimento intelectual, que faz pensar, tirar conclusões e não votar em demagogos e mentirosos. Um povo quanto mais ignorante mais facilmente será dominado. A história registra isto. Proteger a mediocridade só estimula a passividade.

Oras professor!

Ignorância é Força porque é preciso manter as pessoas na imbecilidade.

É de se lamentar a tragédia que envolve as crianças brasileiras, principais vítimas do processo que está lhes destruindo o futuro, sob as vistas complacentes...

Plínio Sgarbi - Jaú.sp.

Abaixo

segue um texto sem autoria que recebi que é o fino da ironia.

A Çituassão está gramática!

Eu não entendo o Brasil: se por uma lado (no caso, o de trás) o STF (Soltando Totalmente a Franga) liberou as relações estáveis homoafetadas, por outro lado, o MEC resolveu perseguir a Língua Portuguesa, independente do gênero, número e grau.

Num caso flagrante de gramaticofobia, os livros escolares agora estão ensinando que falar e escrever errado não tem nada demais.

Na verdade, o governo está implantando no país um novo método pedagógico e revolucionário: a Demagogia do Oprimido.

O MEC (Ministério dos Erros de Concordância) não vai parar por aí:

O ministro Fernando Errahd vai tornar obrigatória a introdução no currículo escolar do idioma sindical, a Língua Presa.

Essa grande virada na educação brasileira começou com o presidente Luís Sintáxio Lula da Silva que nunca acertou uma concordância na vida. Alíás, minto: a única concordância que o Lula aceita é a concordância verbal, a que trata do uso das verbas públicas.

Por falar em Dramática, quer dizer, Gramática, vamos fazer um pequeno exercício de Análise Sintática.

Na oração: O MINISTRO PALOCCI FATUROU UMA GRANA PRETA, quem é o sujeito?

Bem, o ministro Pallocci não é sujeito. Sujeito à investigação.

O que existe, na verdade, é um sujeito oculto: o sujeito que pagou a consultoria mas não quer aparecer de jeito nenhum.

E o predicado? Não tem predicado, só tem prejudicado. No caso, o contribuinte.

A única coisa que está errada mesmo na oração é a expressão “grana preta”, um flagrante exemplo de preconceito linguístico contra as minorias “diferenciadas”.

Na verdade, o politicamente correto seria:

O MINISTRO PALOCCI FATUROU UMA GRANA AFRO DESCENDENTE.