Palocci
E o teatro político continua. Um órgão de imprensa faz a denúncia atrás de ibope; a dita “oposição” se diz abismada e sai na mídia querendo uma explicação. Tudo um “teatrinho” de terceira categoria.
Entre uma reunião ali, outra acolá, o assunto vai sumindo como sumiu todas as falcatruas políticas como o mensalão que o Palocci também fez parte.
Por que a oposição “esqueceu” do escândalo na Casa Civil que tanto propagou antes das eleições presidenciais? Essa Casa Civil do PT parece o esconderijo do Alibabá e seus quarenta...
Por que a oposição, tão “honesta” não faz pressão no STF para tirar da gaveta os quase duzentos processos contra “nossos” parlamentares? Com certeza, seu rabo também estará engavetado e preso em algum órgão governamental.
Infelizmente, os opositores de Brasília, são sósias das câmaras de vereadores Brasil a fora onde o prefeito eleito toma posse; chama os vereadores, pergunta quanto eles querem para calar a boca e passa quatro anos sem um “azinho” de reclamação da dita oposição. Vez por outra, menos de um por cento; aparece um doido ou um mais esfomeado que logo morre ou senão fica ridicularizado perante os eleitores.
Mas deixa o Palocci para lá porque ele só é uma peça de um tabuleiro nebuloso dos políticos brasileiros. Para mim a oposição brasileira é pior que os coligados do PT porque ela finge querer explicações, mas no fundo, se inibe de acirrar a discussão porque também ela é corrupta. Mas quantos, mas quantos, deputados e senadores da oposição multiplicaram seu patrimônio com um “micho salário de Senador”, como disse um tal de Requião? De castelos a milhões de hectares de terra, mil escrituras, (tem base!), os caras voltam novamente e levam o voto dos pobres eleitores porque eles têm a mídia na mão, tem seus milhões e com dinheiro do povo pagam seus capachos políticos que adentram o Brasil com favores desqualificados e uma pressão sonora e escrita sem fim.
Mas a pedra do tabuleiro chamada de Palocci multiplicou seu patrimônio por vinte em quatro anos. Se a oposição “quisesse” tirava o cara em uma semana mas,...
Votei no Collor de Mello para presidente mas hoje não gosto dele. Virou um capacho qualquer. Mas o Collor foi deposto porque dava poucas brechas a corrupção. Imagine se o Collor tivesse multiplicado sua fortuna por vinte? A “oposição” brasileira da época iria enforcá-lo em praça pública...
E se um filho do Collor ficasse bilionário cuidando de um parque? Viraria um Osama na mão de um Obama. Olharíamos para o mar e ficaríamos procurando o sol poente e quando acordássemos com o sol nascente veríamos o Ulisses Guimarães apontando para o continente como se procurasse o Tancredo tentando uma justiça qualquer em uma nova constituição de poderes.
Choramingar é preciso, mas a justiça sempre esteve na mão dos poderosos mundo afora. Mas por todo mundo, as pessoas comuns se rebelam quando os governantes passam da medida; nós não; aceitamos tudo de boca aberta como se fôssemos um animal invertebrado, sem poder de reação mas que pelo menos come a terra que ainda não foi digerida. Coitada da minhoca, deixa ela quieta debaixo da terra conversando com muita gente boa que morreu porque atrapalhava o ganho dos poderosos.
Mas o Brasil é rico com força! Mesmo não tendo governo, consegue crescer. Mesmo bancando ilícitas riquezas, consegue crescer. E os caras roubam milhões e a produção sobe para bilhões, e alguns roubam bilhões e o PIB vai para trilhões...
Teve tempos que tive vontade que fôssemos colonizados por outras raças mas daí não teria nascido...Estaria renegando meu pai que adorei...
Tenho uma vontade medonha que a juventude de hoje tente mudar nossos conceitos políticos para acabar com essa farra de dinheiro público. Como disse um poeta: Sonhar é preciso.
Talvez tenha sorte e algum filho meu leia esse artigo. Na última eleição, por obra do destino, um neto do Tancredo ajudou colocar no senado o senhor Itamar Franco. E num dia chuvoso, liguei a tv senado, e o grande velho Itamar questionava com o Sarney que estava extrapolando o regimento. Regimento para cá, acolá, o velho Itamar saiu de sua cadeira de Senador da República como se fosse aqueles viralatas fujão que tinha roubado um pedaço de carne de algum banqueiro. Coitado do senhor Itamar Franco. Acho que não merecia participar daquela panela sem fundo.
Mas é isso. Quem manda no Congresso é a corrupção participativa onde quase todos parlamentares levam algum. Excetuando-se uns poucos como a Marina, somos governados por uma ideologia só, ou seja, por mais que se tente, não conseguimos visualizar uma oposição de verdade. Na minha leiga opinião isso é muito pior que a ditadura.
JOSÉ EDUARDO ANTUNES