BRASIL - UM PAÍS INSUSTENTÁVEL (ATÉ QUANDO?)

BRASIL – UM PAÍS INSUSTENTÁVEL (ATÉ QUANDO?)

A ninguém é permitido ignorar o alto grau de dificuldade que é bem governar e administrar um país como o nosso, com suas dimensões continentais, com sua topografia diferenciada, com suas variadas condições climáticas, com seus diversificados usos e costumes, mercê das colonizações que traçaram o perfil da desorganização desde o seu descobrimento e com seus estados e municípios governados por políticos de ideologias distintas e antagônicas. A nossa Presidenta Dilma sabe, melhor do que ninguém, que é muito bom o país ser reconhecido externamente pelas suas reservas monetárias, pelo seu potencial econômico, pelo seu volume crescente de exportação, mas é doloroso admitir que, na mesma proporção, grande parte do seu povo está no “podium” da miséria, da violência, da deseducação. O brasileiro já cansou de estar preparado somente para o pior, para o caos. Ele já não suporta ser enaltecido apenas pelo seu espírito de solidariedade, quando se dispõe a dar do pouco que tem ou doar o seu precioso sangue. A nossa Presidenta sabe que é preciso fortalecê-lo, incluí-lo, torná-lo digno, útil e à altura de ser ouvido em todas as reivindicações que envolvam o seu bem-estar, da sua família, da sua comunidade. Que não lhe seja permitido desconfiar que aquele que diz existir uma luz no fim do túnel, não passa de um oportunista vendedor de lanternas... Ele não quer participar do processo democrático somente na hora do voto, ele quer opinar, ser atuante, exercer a sua cidadania. Caso contrário, em qualquer outra calamidade imprevista, mas não imprevisível, como a que ora atinge a região serrana, ele sentir-se-á desmotivado, com medo e sem forças para emprestar a sua dose homeopática de solidariedade. Só que aí o seu medo não pode ser rotulado como fraqueza, mas como instinto de sobrevivência. Há que se dar um basta na produção em larga escala de brasileiros sem consciência de vocação, homens de futuros mortos, sem incentivos, sem perspectivas, cansados de contabilizar saudades após a dor de cada perda. Sabemos que será uma luta sem tréguas, mas não inglória. Temos absoluta certeza, Presidenta Dilma, que a sua indiscutível competência aliada à sua sensibilidade de mulher, são as armas que precisamos, porque adequadas para combater a pobreza física e espiritual deste povo, que não quer morrer antes da esperança. A priorização do que é importante deu lugar à banalização do que era urgente. Daí, que medidas urgentes se avolumaram de tal forma, que agora é urgente esperar!!!

Murillo da Villa
Enviado por Murillo da Villa em 30/03/2011
Código do texto: T2879323