Haja Cachaça

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Sr. Cândido Vacarezza, nos deu um péssimo exemplo, quando criticou a oposição, referindo-se ao comentário dela, que, segundo ele, o dinheiro do Bolsa Família, servia para comprar cachaça, acrescentando o seguinte cálculo: hoje, com o aumento dado pelo governo para o Bolsa Família, se cada família comprar uma garrafa de cachaça por mês, serão 12 milhões de garrafas de cachaça produzidas a mais a cada mês. Isso ajuda a economia do país, concluiu. Por esse tipo de raciocínio, o nobre líder petista, pode também defender qualquer tipo de vício, desde que contribua para o aumento do PIB. O senhor Luiz Inácio em 2002, foi o primeiro a criticar os programas sociais do governo FHC, neles incluído o Bolsa Família, como sendo uma maneira de ganhar o voto dos mais pobres. Era um ano político e propagar qualquer fato negativo, mesmo que fruto da imaginação dos petistas seria uma estratégia para desbancar a situação. Logo após a eleição de Luiz Inácio à Presidência da República, a cachaça fazia e fez sucesso não somente junto às famílias mais humildes, mas também no Palácio do Planalto, onde seu ilustre ocupante, prazerosamente, dela fazia uso, desmedido, algumas vezes. Parece-nos que está em moda cultivar hábitos e costumes que em nada contribuem para o desenvolvimento do Brasil. Vacareza pela veemência com que defendeu a produção e o conseqüente consumo de cachaça, imitou o companheiro Lula, que, quando presidente e declarou em rede nacional, que nunca tinha lido um livro e que não gostava de ler. Vacarezza agora, nos vem com essa de fazer apologia ao aumento do consumo de cachaça, graças ao aumento do valor do Bolsa Família. Sabemos ser pouco provável uma reação contrária das hostes governistas a este tipo de declaração, mas saibam os integrantes do governo da senhora Dilma, que o Brasil de hoje, continua sendo um país, cuja maioria dos eleitores, ainda votam em troca de esmolas e sem ideologia política, como o disse o companheiro Lula em entrevista no ano de 2000 em Belo Horizonte-MG., porém alguns poucos brasileiros gostam de ler e não precisam de cachaça para ordenar suas palavras ao falar ou ao escrever. Portanto, saiba o deputado Vacarezza, que a população brasileira não é composta somente de analfabetos e cachaceiros.

Rui Azevedo.

Publicado no jornal Diário do Povo – Teresina-PI.em 12.03.2011

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 12/03/2011
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