Mirna Cavalcanti escreve abertamente para a presidenta Dilma Rousseff
Hoje me pronuncio, após certo tempo em silêncio sobre o assunto, pois que decepcionada com a atuação desses governos-principalmente com o de Lula – que clamava a favor da classe dos trabalhadores e aposentados sob o REGIME GERAL da PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS – em seus comícios TODOS, nas vezes TODAS em que se candidatou. Diga-se: não só CLAMAVA: PROMETERA reiteradas vezes que uma de suas primeiras ações seria a de propor a queda do famigerado FATOR PREVIDENCIÁRIO.
Ao prometer, criticava fortemente – e com razão – seu antecessor: o presidente scholar: FFHHCC.
Ressalto, para os que ignoram: inúmeros foram os artigos por mim redigidos criticando as ações do referido presidente: seja na edição de número absurdo e inconstitucional de Medidas Provisórias, seja na atuação referente às vendas das estatais, ou ainda – e principalmente na Reforma Previdenciária, na qual introduziu, juntamente com o então ministro da Precidência, Reinhold Stephanes aquele malsinado FATOR, tendo como sustentáculo não só a manipulação de dados que não correspondiam à realidade, como usando de forma maniqueísta a Ciência Matemática e em benefício exclusivo de seu (des)governo-malgrado o que possam dizer seus fiéis seguidores (por ignorarem a verdade).
Mais que farta de ações deletérias, de mentiras, de promessas não cumpridas, votei naquele que então aparecia perante a Nação (entenda-se povo) como o Salvador da Pátria, pois tinha o dom de fazer-nos crer que realmente estava também indignado e que governaria para o povo (seu talento histriônico é inquestionável).
Meu voto foi consciente, objetivo, confiante. Aliás: não só depositei meu voto em Lula daquela feita, como muitos mais votos para ele obtive através das minhas diversas condições: advogada, professora, membro efetivo do IAB, amizades, conhecidos, etc. Ter ele vencido as eleições, deu-me esperanças. Fez-me feliz, pois pensava que agiria consoante suas palavras – nas quais credulamente acreditara.
Outrossim, são notórios sua inteligência e carisma. Todavia, lamento escrever: desconhecia seu lado LILITH (*).
Não procede aqui descrevê-lo, por ser de conhecimento de todos. Penso que pessoa alguma há (de inteligência normal e informada corretamente), que possa negar ter visto a ponta do iceberg, tantos e sucessivos foram os escândalos que ocorreram já nos primeiros meses de seu governo. Escândalos esses que ele, com a candura de uma criança (desculpem-me, mas não pude fugir à ironia), imaginara puerilmente que em negando, estaria a fazer-nos crer de fato, ignorar tudo o que estava a ocorrer na Casa Civil e aderredores.
Segundo os PRINCÍPIOS que devem reger a conduta de toda a criatura de bem, quem promete, tem o dever de cumprir. Da mesma forma, quem critica, tem a obrigação de fazer melhor, sob pena de cair em descrédito, mormente quando se trata de um Chefe de Estado e Governo, como era en tão, o caso de Lula.
Lamento escrever : não foi o que ocorreu. Mordido pela mosca azul, com um plano urdido há muito para perpetuar-se (melhor: perpetuar seu partido no Poder), não só prosseguiu com alguns programas sociais do governo que havia sucedido (batizando-os com outros nomes, como ainda os ampliou. TORNOU-SE PRIMACIALMENTE UM ASSISTENCIALISTA, chegando a exorbitar o conceito correto do que seja a Assistência Social. E A QUE CUSTO!
Por outro lado, praticamente ignorou a existência do Itamarati, com seus embaixadores e cônsules, cujas funções existem para atuar nos assuntos internacionais em diversas áreas. Viajou Mundo afora em avião cujo valor é incompatível com a realidade brasileira levando a tiracolo seu chanceler, Celso Amorim. Além de não terem obtido o êxito pretendido, fez o governo, passar o Brasil vergonha frente ao Concerto das Nações.
Durante seu primeiro mandato, enquanto cruzava os ares da Terra, escândalos e mais escândalos espocavam quase todos os dias e repetia ele que (sic) tudo desconhecia, que seria apurado – que não cabia a ele, presidente fazer averiguações, mas à Polícia Federal… No entanto, suas declarações tornaram-se enfadonhas e desacreditadas, pois não tinham como supedâneo a verdade. Ademais, desprovidas de toda e qualquer beleza, nem mesmo poderiam ser comparadas, pela repetição em demasia, ao belo som do Canto Chão Gregoriano.
E as promessas feitas para os aposentados? Do todo prometido pouco ou coisa alguma fez. As desculpas descabidas se acumulavam em detalhes técnicos improcedentes. A falta de dinheiro era a principal.
Ao reverso, para os membros dos Poderes – as burras do Estado sempre comportavam aumentos abusivos. Assim como para perdoar dívidas e fazer doações. Para aqueles, por necessitar da maioria de seus membros para governar. Para essas – com o fito de vir a ser considerado o Benemérito do Mundo e quem sabe, talvez mesmo obter alguma nomeação como representante do Brasil em algum Organismo internacional.
O que é também de extrema gravidade e complementa o asserido supra: teve Lula SEMPRE a maioria dos votos do Congresso da República.
Tendo em vista a situação toda, na qual a Nação e o Estado Brasileiros mergulharam profundamente em iniqüidades várias, tomei a única atitude coerente indicada: não votei em Lula quando concorreu para o segundo mandato. E, por via de conseqüência, tampouco em sua candidata (por motivos todos sabidos: principalmente por afirmar que(sic) continuaria a governar como o presidente, se eleita fosse ).
Todavia, conseguiu ele elegê-la, após os oito anos, nos quais transformou este nosso país em surreal território.
Imprescindível é, no entanto, afirmar: não ter votado em Dilma, não quer dizer que, para o bem do país e de seus governados, não lhe deseje faça um bom governo.
Ao contrário: rogo a Deus que a ilumine e a faça agir não só como presidenta mas que se transforme realmente em estadista. Que ela venha a pensar nas próximas gerações (**) no futuro, no Brasil que deixará para seu neto, e para todos os que vierem cá ter após nossa partida.
Errar, todos erramos. Na maioria das vezes, pensando estarmos certos. Não a julgo nem tenho como fazê-lo. Não a condeno agora por seu passado. O que escrevi antes das eleições mantenho, por coerência comigo mesma .
Cada um de nós é responsável por seus atos: certos ou não.
Dilma venceu as eleições.
Portanto, há que olharmos em direção ao futuro e prepararmos a terra para as próximas sementes que nela serão plantadas, germinarão e crescerão.
A Presidenta Dilma deve preparar essa terra. Ela Pode. É só querer.
Se tal ocorrer e se entre tantas outras necessidades prementes (como as Reformas todas, principalmente a Política), tratar os aposentados com a dignidade que eles merecem, cumprindo a palavra dada não só por seu antecessor, como as escritas em seu Discurso de Posse, terá a Presidenta Dilma Rousseff todo o meu apoio e mesmo, admiração.
Diga-se: não só meus, como as de milhões de aposentados que estão à míngua, pedindo – suplicando mesmo, o que lhes é de direito. DIREITO, sim! Pois os benefícios- raiando a miserabilidade- que hoje percebem, trabalharam e contribuíram durante toda sua vida ativa!
E mais: coloco-me com prazer à disposição desta nossa Presidenta, para trabalhar e auxiliar seu governo nesta árdua tarefa, pois aí poderia realizar o sonho de toda uma vida: ver a Justiça – FINALMENTE ser feita para aqueles que a ela têm Direito. Tenho acompanhado suas falas. Parece-me sincera e movida por uma vontade férrea. Agrada-me ouví-la assim expressar-se.
Apesar de estar há muitíssimos anos sempre na defesa gratuita das Leis Justas, estou cônscia de que há que ter-se força política para efetuar as imprescindíveis mudanças. Eu, por não pertencer a partido qualquer que seja, dela careço. Dilma Roussef a detém.
Senhora Presidenta:
peço-lhe em meu nome e no de todo esse nosso povo tão sofrido: leia, pense e aja. Tem demonstrado ser mulher determinada e corajosa, mesmo no período no qual esteve doente. Desejo-lhe que tenha sempre a proteção Divina a dar-lhe orientação e saúde.
Se Vossa Excelência agir consoante o justo, entrará para a História de nosso país e nela permanecerá não só como a primeira mulher a assomar à Presidência da República, mas ainda como a mulher e a Presidenta que teve a coragem de fazer o que homem algum antes fizera.
Este, Senhora Presidenta, será o maior e mais nobre legado, por gloriosamente humano, que deixará para a posteridade.
As nossas ações, seus resultados, é o que aqui deixamos para nossos pósteros - e também o que levamos para apresentar a Deus quando estivermos em Sua Divina Presença.
(*) Representa LILITH, ou a “Lua Negra”, o lado obscuro de nossa personalidade.
(**) "Um Político só passa a ser Estadista, quando deixa de pensar nas próximas Eleições, e começa a pensar nas PRÓXIMAS GERAÇÕES." Sir Winston Churchill
Rio de Janeiro, 31 de Janeiro, de 2011.
Mirna Cavalcanti de Albuquerque
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