DÉCADA PERDIDA: um período de frustrações

DÉCADA PERDIDA: um período de frustrações

Antonio Ismael Lopes de Sousa

A “Década Perdida” teve início com as mudanças (econômicas, políticas, sociais, etc) que ocorreram naquele período, a saber, na década de 80. Isso fez com que um novo modelo de desenvolvimento passasse a fazer mais efeito naquela época. Restava prejudicado, portanto, o Estado que não adotasse medidas políticas capazes de contornar essas mudanças, como é o caso do Brasil, aproveitando-as para promover o desenvolvimento econômico, político e social de forma mais sadia.

FRANCO (2000), explica que se tornou lugar comum falar da “Década Perdida”, mas sem muita clareza sobre o período exato em que a mesma ocorreu e por qual motivo. Segundo ele,

Pode ser a década de 1980, mas pode ser também uma década "expandida", começando em 1982, com a moratória mexicana, e terminando em 1994 com Plano Real. Ou começando mesmo antes, em 1979, quando teve início, com o catastrófico episódio da pré-fixação da correção monetária, toda uma série de feitiçarias cuja expressão mais madura seriam os choques heterodoxos, dos quais o Cruzado e o Collor seriam os mais assustadores

Têm-se, com isso, os efeitos remanescentes de uma época sombria e repleta de frustrações políticas e econômicas. ARAÚJO (2005), pontua hiperinflação, choques heterodoxos, ajustes recessivos recomendados pelo FMI, desorganização microeconômica, como elementos marcantes da “Década Perdida”. FRANCO (op cit), explica que a “Década Perdida” é o nome que se dá ao período de tempo em que ficou clara a falência do velho desenvolvimentismo baseado em fechadura econômica (e, em boa medida, política), intervencionismo estatal e keynesianismo inflacionista-estruturalista. Segundo ele, “a Década se perde não apenas pelo esgotamento desses procedimentos e doutrinas, mas também pela inacreditável teimosia em se admitir que o mundo já tinha mudado, e que precisávamos de um novo modelo de desenvolvimento para o século XXI que, aliás, já havia começado.”

Persistir, portanto, naquele método ultrapassado era a garantia de grandes frustrações, bem como a imposição de barreiras ao desenvolvimento econômico, político e social presente e futuro.

Não obstante a existência de grandes mudanças, como a participação mais efetiva da sociedade no poder, a década de 80 foi marcada pela ausência de planos políticos eficazes, diante das mudanças no âmbito político, econômico e social, cuja herança foi um período longo de estagnação do potencial econômico brasileiro, sete anos seguidos de hiperinflação (até julho 1994), muita perda de tempo e oportunidades e, sobretudo, a ascensão das dificuldades para o futuro do nosso país. Mais que perca de tempo e oportunidade, a “Década Perdida” serviu como um exemplo real de que a má administração pública, conjugada com a incompetência, pode gerar os piores frutos no âmbito político, econômico e social de um país.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Vinícius de Carvalho. A Governance como Superlativo Conceitual da Reforma do Estado. Revista Eletrônica sobre a Reforma do Estado Nº 3. Instituto de Direito Público da Bahia. 2005.

FRANCO, Gutavo H. B. A Década Perdida e a das Reformas. Disponível em: http://www.econ.puc-rio.br/gfranco/a48.htm, acesso 14.07.2010.

GONÇALVES, Gabriele. Década de 80. Disponível em: http://www.monografias.brasilescola.com/historia/decada-80.htm, acesso 14.07.2010.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Biblioteca Universitária. Serviço de Referências. Apresenta modelos de referências em geral. Disponível em: <http://www.bu.ufsc.br/framerefer.html>, acesso 14.07.2010.

A Ismael
Enviado por A Ismael em 18/12/2010
Código do texto: T2678976