A vitória de Cabral

Ao terminar seu primeiro governo, Sérgio Cabral Filho teve a grande prova, ao ser desafiado pelos bandidos, que fizeram arrastões e incendiaram carros, em clara demonstração de poder e de afronta às autoridades constituídas. A intenção da bandidagem era retaliar pela implantação das Unidades de Policia Pacificadora, as chamadas UPPs, em várias favelas do Rio de Janeiro, e as atividades orquestradas, em vários pontos da cidade simultaneamente, davam conta de que a então Cidade Maravilhosa viraria refém do crime organizado.

Porém, a organização dos marginais não era tão grande assim. No momento em que a cidade se viu acuada, e o governador passou a ser criticado por uma grande turma de pseudo intelectuais, que não votaram nele, a resposta veio contundente. O Batalhão de Operações Policiais Especiais, Bope, a chamada Tropa de Elite da Policia Militar, personagem de filme, que já havia traçado um plano, teve antecipada a ação e sufocou os traficantes.

Foram quatro dias de tiroteio, que culminaram com a ocupação dos compexos de favelas da Penha e do Alemão, para onde, segundo a polícia, migraram os que foram expulsos pelo policiamento pacificador.

Hoje, dia 28, travou-se a batalha decisiva. Temia-se um banho de sangue, mas surpeendentemente, alguns bandidaos notórios acabaram se entregando, como Zeu, foragido da Justiça, e que participou, juntamente com Elias Maluco, da morte do jornalista Tim Lopes.

Hoje, com toda esta movimentação, e apesar de ainda haver certa apreensão por parte da população, a sansação de alívio é flagrante. Daqui, de onde moro, em um município da Região Metropolitana, as notícias chegam e em todo o estado, já se fala em novos tempos.

Sérgio Cabral acertou em botar policiamento nas favelas e, embora tenha sido muito criticado, até há bem pouco tempo, calou a boca de seus detratores, ao prender bandidos que ocupavam posição de destaque na principal facção criminosa do Rio.

Se essa operação policial tivesse sido deflagrada antes da eleição, teriam dito que era medida eleitoreira e as críticas, certamente seriam maiores. Como ocorreu quase um mês depois da vitória esmagadora de Cabral no primeiro turno, e de forma inesperada, os adversários certamente estão se rasgando, mas vão ter de dar a mão à palmatória. Eles mesmos, os rivais políticos de Serginho, também viviam acuados, falando sobre a falta de segurança no Rio. Será que vão cumprimentar o governador e se proporem a ajudar, em vez de atrapalhar, ou só ficar criticando a partir do segundo mandato dele?

Eu gostaria muito de ver e ouvir a opinião de um certo deputado federal do Rio, e que por anos a fio alimentou os traficantes - usuário é mão que alimenta esses meliantes (ou não!) e que, graças a Deus vai ficar sem mandato. Ele foi derrotado três vezes: como candidato majoritário no Estado, ao apoiar José Serra e ao ver que a política de segurança de Sérgio Cabral, que ele criticou tanto, é justamente a que asfixiou os bandidos.

= Cortina

Bevê
Enviado por Bevê em 28/11/2010
Reeditado em 01/12/2010
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