Mudanças

MUDANÇAS

Mesmo sendo sucessora do Presidente Lula e fiel colaboradora de seu governo, Dilma vai empreender mudanças no país. Primeiro porque ela é uma mulher empreendedora; depois, porque é uma pessoa de personalidade, não vai ficar presa a programas e ideários. Ela sabe o que quer e vai fazer, disso tenho certeza. As elites nacionais queriam Serra para manter privilégios e evitar mudanças e reformas. Há dias, para descansar da minha viagem à Europa, passei uns dias em São Francisco de Paula, nas cabanas da associação da Caixa. Lá escutei o caseiro, um homem idoso, comentando que Dilma teria que atacar os problemas da educação, da saúde, das estradas e da segurança. Ora, se até um homem como ele, vivendo naquele fim-de-mundo conhece os problemas nacionais, o que dizer da Presidenta, que além de estar se preparando há muitos anos, está engajada nas políticas do governo e possui uma equipe adredemente formada?

José Dirceu

O grande ausente desta eleição foi o Zé Dirceu. Desde o primeiro momento do governo Lula, oito anos antes, ele era o indicado para a sucessão, por ser um homem extremamente preparado, um político de mão cheia para as refregas político-administrativas. Era o técnico apto a fazer as mudanças. No entanto, se desastrou no meio do caminho, ao planejar o “mensalão”. Essa história de pagar mesada aos deputados, embora não seja muito ético, existe desde o Segundo Império. Dom Pedro II pagou propina aos deputados para assegurar a governabilidade. Dirceu foi o mentor do plano, embora não tenha ficado com nada do dinheiro repassado, foi defenestrado pela voracidade da mídia raivosa e aqueles que a emulam. Ele seria o presidente hoje...

Mudança

Meu pai era um frasista e costumava dizer que “três mudanças equivalem a um incêndio” tal o grau de incômodo e danos que o transbordo provoca nas coisas da casa. Ora, imaginem eu que tenho vinte e uma mudanças nas costas? Pois não é que resolvemos fazer a vigésima segunda? Na última vez que mudamos foi há vinte anos e, por conseguinte, tínhamos vinte anos menos, o patrocínio e a manipulação foram da “mãe Caixa”. Depois de tanto tempo o “duplex” ficou grande demais para nós dois, a limpeza de dois andares começou a exigir mais mão-de-obra, a piscina perdeu o atrativo. O barulho do Trensurb e das ambulâncias que usavam minha esquina como rota obrigatória se tornaram insuportáveis. Então vendi o “elefante branco” e comprei um bom apartamento linear numa rua bem mais calma.

Tirando os problemas de telefone, internet, tevê a cabo, eletricistas, instaladores e outras malas menos votadas, aos poucos as coisas vão entrando nos eixos e as melancias se ajeitando dentro da carroça.

Antônio Mesquita Galvão
Enviado por Antônio Mesquita Galvão em 19/11/2010
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