AOS "REIS DAS REPÚBLICAS", A SABEDORIA DE PLATÃO
UM CONVITE AO PENSAMENTO:
Hoje é uma data importante para nós brasileiros,aonde historicamente comemoramos mais um "quinze de Novembro", desde o primeiro lá nos idos de hum mil oitocentos e oitenta e nove, quando o Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a REPÚBLICA dos Estados Unidos do Brasil, depois de sessenta e sete anos de Monarquia, forma de governo que chegava ao auge da sua crise institucional.
D. Pedro II e a sua corte voltaram para a Europa e aqui o Marechal Deodoro nos figurava com o primeiro presidente provisório, pois o definitivo deveria ser escolhido pelo povo, surgindo então os primeiros e mais fortes ideais dum Estado legitimamente democrático. Porém a ideia de Democracia e República não era pensamento novo entre a humanidade.
Aproximadamente no século quarto AC. Platão, um dos mais fortes pensadores da filosofia grega já nos lançava, à posteridade, o seu pensamento republicano em A REPÚBLICA, (RE PÚBLICA= COISA PÚBLICA) aonde nos descreveria que o "ideal de sociedade" só se alcançaria num sistema "ideal de governo", cujo direito ao poder de governar seria conquistado dentro dum preparo educativo primoroso e planejado para todos os cidadãos (PAIDEIA GREGA).
Após os vinte anos de idade, os jovens seriam retirados das famílias para não serem "viciados em costumes ruins", e teriam seu preparo educacional intensivo de responsabilidade APENAS DO ESTADO, com iguais oportunidades de desenvolvimento cognitivo e educacional para só depois de alcançado e testado o devido preparo, bem como depois de testadas as capacidades intrínsecas de cada ser para as diversas habilidades, então seriam ou não considerados aptos a exercer o "nobre" poder de governar.
Para Platão a formação do "cidadão" e portanto do futuro "bom político" deveria ser holística e transcendental.
Os jovens deveriam ser preparado física e espiritualmente , enxergar além do mundo físico, "saírem do obscurantismo das cavernas ( alusão à TEORIA DAS CAVERNAS-tão em moda até hoje!) e para tal preparo a sociedade se valia do ensino da ginástica, da música, da poesia (Lirismo) e principalmente da filosofia que ali seriam consideradas instrumentação de suma importância para refinar o espírito, o entendimento e a sensibilidade dos Homens, tudo com a finalidade de se construir um Estado forte justo e ético, uma forma de também se combater o fluxo da corrupção, tão antiga quanto a própria existência da Humanidade.
Quanto à filosofia, a ciência de instigar e habilitar o pensamento, Platão a considerava o único caminho para se unir A SABEDORIA à LIDERANÇA no mesmo homem, única estratégia de defender a comunidade dos males dum governo ANTIÉTICO, e portanto protege-la do sofrimento.
Destarte, em A REPÚBLICA, os cidadãos "em preparo" (como num compulsório treino de exército a servir a Pátria) eram classificados nas categorias OURO, PRATA E BRONZE, ( ver o mito dos três metais) a exemplo das premiações dos jogos olímpicos da Grécia Antiga, e de acordo com suas capacitações seriam assim distribuídos às sociedades, consideradas as suas habilidades, para que se configurasse a consolidação duma cultura forte , organizada e justa.
Para exercer o Governo seriam apenas aptos os cidadãos de excelência Ouro, e só depois que completassem a maturidade dos cinquenta anos de idade, vejam só! Enfim, um líder estaria preparado para governar quanto apto no entendimento e no debate da Dialética, segundo Platão, habilidade simbolicamente relacionada à alma revestida de metal ouro.
Assim, durante todo o período de serviço ao Governo do seu povo, os cidadãos seriam "bancados" pelo ESTADO nas suas necessidades pessoais mínimas, até que retornassem à sociedade depois de exercidos os seus mandatos populares.
Bem, depois deste breve resumo do pensamento A REPÚBLICA, que "per se" já nos é uma grande mensagem ao nosso dia comemorativo, percebemos nitidamente que a República de Platão é bem utópica, deveras é, e parece que até ele depois reconheceu que era mesmo.
Pelo menos no Brasil provamos que era. Eis a nossa contribuição aos históricos anais da política mundial.
Posto que a nossa REPÙBLICA se comparada ao que foi escrito por Platão, decerto que hoje remexe os nobres ossos do utópico filósofo, visto que não é só de boas intenções filosóficas que se e faz uma República de verdade.
E já que o assunto é filosofia, filosofo o seguinte: A vaidade dos Reis é a qualidade dos Homens. A cada dia a Humanidade reafirma sua alma monárquica.
Mas se já disseram que "rei morto é rei posto" fica aqui a minha mensagem do dia:
ABAIXO OS REIS NOSSOS DE CADA DIA.
E VIVA A REPÚBLICA DO BRASIL!