A MULHER NA POLÍTICA: 1975-1985

UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

ELAINE CRISTINA MARCELINA GOMES

A MULHER NA POLÍTICA: 1975-1985

NITERÓI

2008

UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

ELAINE CRISTINA MARCELINA GOMES

A MULHER NA POLÍTICA: 1975-1985

MONOGRAFIA APRESENTADA AO CURSO DE GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA, COMO REQUISITO PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA.

ORIENTADOR: Lincoln de Abreu Penna

Niterói

2008

ELAINE CRISTINA MARCELINA GOMES

A MULHER NA POLÍTICA: 1975-1985

Área de concentração: Rio de Janeiro

Linha de Pesquisa: História Oral

Data da aprovação:

A minha mãe e a minha filha Anna Clara, por me permitirem alçar vôos tranquilamente e pela paciência e amor que nutrem por mim, me permitindo chegar até aqui.

Agradeço a Deus, a minha filha, minha mãe, toda a família, amigos e principalmente ao meu professor orientador, por mais esta etapa da minha vida.

APRESENTAÇÃO

O presente Projeto visa desenvolver pesquisas que descrevam a atuação política das mulheres, levantando questões fundamentais a sua organização, pressões sofridas e como ocorreu sua inserção no campo político no Rio de Janeiro e como se fizeram presentes nos sindicatos, nas greves e manifestações em gerais ocorrida num período de ebulição dos movimentos sociais, sindicais, de bairros, da igreja e também partidários e a forma com que lutaram pela igualdade de direitos, batalhada no grito, na força e na raça pelas mulheres no final da dec. de 70 e início da dec. de 80, de forma a elucidar o caminho percorrido e construído por elas, até atingirem o cerne das discussões políticas atuais e suas participações tocantes e essenciais na construção da sociedade no rumo de uma sociedade de iguais, sem exclusão de gênero, etnia, política e social.

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------2

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO ----------------------------------------------------------------6

3. METOLOGIA DA PESQUISA ------------------------------------------------------------9

4. CÁPITULO I -------------------------------------------------------------------------------- 10

4.1 CIDADANIA ---------------------------------------------------------------------------11

4.2 O SURGIMENTO DO FEMINISMO----------------------------------------------16

5. CÁPITULO II ----------------------------------------------------------------------------25

5.1 MILITÂNCIA POLÍTICA------------------------------------------------------------26

5.2 MULHER E TRABALHO ----------------------------------------------------------27

5.3 A MULHER NOS SINDICATOS, NAS GREVES E PARTIDOS POLÍTICOS--------------------------------------------------------------------------------------35

6. CÁPITULO III ------------------------------------------------------------------------------ 40

6.1AS CONQUISTAS DAS MULHERES-------------------------------------------41

6.2 A REPRESENTATIVIDADE DA MULHER NO CAMPO POLÍTICO---42

CONCLUSÃO------------------------------------------------------------------------------ 45

ANEXOS -------------------------------------------------------------------------------------50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ------------------------------------------------101

CRONOGRAMA -------------------------------------------------------------------------103

1. INTRODUÇÃO

Inicialmente a luta de mulheres se da em busca do direito a educação e ao voto tanto no mundo e no Brasil no século XIX, nos Estados Unidos ocorre as primeiras manifestações organizadas pelos direitos das mulheres.

No Brasil as organizações de mulheres nascem após 1850, e seguem as reivindica coes dos outros Países exigindo o direito a instrução e ao voto a voz feminista, Nísia floresta, nascida no Rio Grande do Norte, era a voz feminina da abolicionista e Republicana, já a baiana Volante Bivar fundo em 1852, Primeiro jornal dirigido por mulheres: o jornal das senhoras. . Em 1873, a Professora Francisca Senhorinha de Motta Diniz , em Minas Geras ,cria o jornal feminista O SEXO FEMININO.

No Brasil a emancipação feminina teve como sua precursora a educadora, Leolinda de Figueiredo Daltro, que funda o Partido Republicano Feminino, onde seu Estatuto esta disponível em anexo.

Em 1922, Berta Lutz e fundada no Rio de Janeiro pelo progresso Feminino. As grandes transformações ocorridas na década de 30 foram iniciadas em 1920, onde a classe operária começa a se organiza era o inicio do rompimento do pensamento tradicional e onde as mulheres queriam tudo que lhes era de direto .

O governo de Getulio Vargas formado após a revolução de 1930 garante em 1932, o direito de vota ás as mulheres brasileiras, sob o novo código Eleitoral pelo secreto n. 21.076.

Em 1933, ocorrem as eleições convocada para a assembléia nacional constituinte onde si elegeu 214 deputado e uma única mulher, paulista Carlota Pereira de Queiros.

O Distrito Federal (RJ), Bertha LUTZ foi eleita primeira suplente. Dentre os 40 deputados classistas, havia também uma mulher, a Trabalhadora Almerinda Farias Gama representante do sindicato dos Datilógrafos e Taquígrafos e da Federação do trabalho no Distrito Federal.

Todo este processo de revolta e luta das mulheres refletiram nos organismos internacionais onde as Nações Unidas (ONU) a instituir o ano de 1975, como ano Internacional da Mulher, fato este que marca o ressurgimento das organizações das mulheres no Brasil.

O Brasil vivia sobre o regimento militar, com a liberdade democrática cerceadas, a mulher brasileira se vê respaldada, pelas Nações Unidas a retoma o espaço de discussão e organização, neste Período e criado o movimento feminino pela Anistia, onde há uma junção da luta pela democratização do país e a questão especifica de gênero.

1.1 DELIMITAÇÃO DO OBJETO

Fazendo uma retrospectiva histórica no que se refere ao feminismo no Brasil, graças ao desempenho das mulheres, 1975 tornou-se de fato o marco histórico para o avanço das idéias feministas no Brasil. (Teles, 1993)

O ano de 1975 foi considerado pela ONU o ano internacional da mulher. Em junho deste mesmo ano é formado no Rio de Janeiro o Centro da Mulher Brasileira. No final da década de 70 ocorre o I Congresso da Mulher Metalúrgica de São Bernardo do campo, no Estado de São Paulo.

Maria Betânia Ávila, entende o feminismo como pra fica política e pensa menta critico e considera que o movimento feminista e aquele que tem como perspectiva a transformação das relações de gêneros e cujo foco de sua atuação e a luta por liberdade e igualdade parar as mulheres.

O debate feminista aborda uma grande questão em seu interior, que é a questão da igualdade, com as mais diversas abordagens, é importante ressalta que a proposta de igualdade, trabalhada pelo pensamento feminista não visa o modelo de igualdade clássica construída pelos homens. Em contra partida a luta pela igualdade das mulheres perpassa pela ação de desconstruir e transformar o modelo dominante de igualdade.

O feminismo tem papel fundamental na transformação das relações de gênero, no momento em que da legitimidade as mulheres, como sujeito político do processo de transformação social, desta forma torna-se grande, a contribuição para o movimento das mulheres.

Entendo que, dessa forma se viabiliza, o Arendt (1988) definiu como direto a ter direito, uma vez que a conquista desse direito exige um sujeito que anuncie seu projeto e que tenha ação na esfera política, participando, assim, do conflito, que deve ser inerente à democracia constituindo como parte desse conflito, a luta contra a desigualdade a que estão sujeitas.

Existem inúmeros relatos da aproximação do movimento de mulheres como movimento feminista. As integrantes de ambos os grupos, passam a questionar a condição de mulher. Vera Soares observa: “as fronteiras entre os movimentos de mulheres e o feminista têm sido sistematicamente ofuscadas, com o numero crescente de mulheres pobre trabalhadoras negras, lésbicas, sindicalista, ativista católicas progressista e de outros setores do movimento de mulheres, incorporando elementos centrais do ideário e do imaginário feminista reelaborados de acordo com suas posições preferências ideológicas e identidades particulares”

O movimento feminista brasileiro tem um diferencial, Pois luta por autonomia em um espaço marcado pelo político, onde defende a condição especifica de dominada da mulher, numa sociedade de onde a condição denomina em comum em grande parcela da população, onde existem diferentes mulheres, encarar inúmeros problemas de ordem diferenciada.

Na década de 1975 a 1985, período onde era forte a organização de bairros e da igreja, ampliando para os sindicatos. Diante destas transformações no mundo dos trabalhadores surge a organização das mulheres que tem sido alvo de uma série de pesquisas e variados debates. Neste momento houve a transição do longo período autoritário para a democracia, neste cenário os sindicatos se fortalecem no campo político nacional, e as mulheres lutavam para sua inserção no mundo sindical, onde defendiam que o sindicato deveria defender os interesses de trabalhadores e trabalhadoras.

No final da dec. de 70 o movimento de mulheres trabalhadoras ganha força e visibilidade e, a partir daí é preciso muita organização e perseverança para transpor barreiras, não só na política, mas também na sociedade de um modo geral.

Após um longo período de ditadura, uma onda de greves explode no Brasil, os trabalhadores e trabalhadoras ganham as ruas, há uma ebulição dos movimentos sociais, partidários e sindicais e assim surgem as mulheres buscando seus direitos, mesmo que sem apoio dos maridos e da família, entretanto surgem vários grupos de mulheres que vão ganhando força e trabalham a questão da mulher dona de casa, mãe, esposa e da mulher envolta nas questões da sociedade.

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) sai na frente criando em seu II Congresso a Comissão da Questão da Mulher.

O período supra citado, demonstra a diversidade de barreiras em que as mulheres enfrentaram, neste período encontra-se o marco da luta das mulheres por representatividade nos movimentos antes liderados por homens e ainda hoje se tem barreiras. Porém muito das conquistas atuais nasceu nesta década, foi também em um Congresso da CUT, que se discutiram as cotas de mulheres nos movimentos sindicais.

Em 9 de outubro de 1975, saiu o número zero do Jornal Brasil Mulher, abrindo a imprensa para as questões da mulher. O Brasil Mulher de março de 1978 tem em sua capa “I Congresso da Mulher Metalúrgica”, realizado nos dias 21 e28 de janeiro. Em 14 de fevereiro, no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio, foi lançado o comitê brasileiro pela anistia, também na ABI, no dia 20 de fevereiro, foi discutido o tema “A Mulher na Sociedade”, dentro do ciclo de debates promovido pelo conselho de entidades estudantis do Rio de Janeiro.(Jornal Brasil Mulher, março de 1978).

Na edição especial do Brasil Mulher de oito de março de 1980, retrata a luta por creche e levanta a questão da mulher por não ser só mãe, tem que ter tempo de ser realizar como mulher, como ser humano, como trabalhadora, como ser político e social. Relata o que esta ocorrendo com as mulheres do Rio de Janeiro. “Lata d’água na cabeça , lá vai Maria subindo o morro.” A imagem da carioca se modificou ao longo dos anos.

A criação de dos grupos feministas em 1976 – a Sucursal da Sociedade Brasil Mulher e o Centro da Mulher Brasileira, foi decisivo para o desenvolvimento do movimento de mulheres no Rio.

Em agosto de 1978 um fato explosivo trouxe a questão feminina às páginas dos jornais, operárias da fábrica DE MILLUS (lingerie), [...] fizeram uma passeata contra a revista obrigatória que a fábrica passou a exigir no fim do expediente. [...]

Elas exigiam melhores salários, melhores condições de trabalho e etc. [...] Heloneida Studart, é eleita através de uma campanha mais voltada para as mulheres.

Proliferam grupos de mulheres em bairros populares e favelas. As mulheres começam a participar ativamente nos movimentos grevistas. Professoras, bancárias, médicas, metalúrgicas, rodoviárias, fazem parte ativa dos piquetes, enfrentam a repreensão do lado dos companheiros, falam em assembléias. Em conseqüência dessa participação surgem os primeiros departamentos femininos em sindicatos do Rio.

Outro problema enfrentado pelo movimento de mulheres do Rio foi o que aconteceu no movimento Pró-Creche. Diferentemente do de São Paulo, a sua força estava nas mulheres da classe média (comerciarias, bancária, professora, médica, etc.), setor tradicionalmente importante do movimento de massas do Rio.

O dia 8 de março – Dia da libertação da Mulher, foi preparado com o objetivo de atrair mais mulheres para participar do movimento [...]. Apesar dos empasses o crescimento do movimento de mulheres no Rio. (Jornal Brasil Mulher, 08 /03/80)

“Começar a recuperar a memória do movimento de mulheres no Brasil, totalmente ignorado pela História oficial e desconhecido pelas militantes de hoje.” (Jornal Mulherio, março Abril de 81, ano I,nº0)

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral:

• Analisar os motivos que levaram as mulheres a se organizar e retomar a luta por seus direitos no Brasil no período de ditadura.

1.2.1 Objetivos Específicos:

• Desvendar a influência do feminismo na atuação política das mulheres no Rio de Janeiro;

• Identificar as conseqüências deixadas pelas lutas travadas no período de repressão, pelos grupos de mulheres formados no final da dec. De 70, no Rio de Janeiro.

1.3 HIPÓTESES

• A atuação das mulheres num período de ditadura deve-se ao ressurgimento das organizações e conquistas femininas no Brasil;

• As conseqüências das manifestações femininas, com que as mulheres ampliassem seu espaço político na sociedade brasileira.

1.4 JUSTIFICATIVA

No final da década de 80 pude presenciar a organização dos estudantes através da UBES (União Brasileira de Estudante Secundarista), contra a primeira privatização ocorrida na bolsa de valores do Rio de Janeiro, localizada na Praça XV.

Ia as ruas para relembrar o estudante Edson Luiz , morto na ditadura militar e começava a nascer uma mulher preocupada com a sociedade, naquela época tudo me encantava, os Congressos de estudantes, a imensidão de São Paulo, Herondina era a Prefeita na época e nos recebeu no Anhembi(Palácio das Convenções), onde ocorreu o Congresso da UBES. A repressão dos policiais na Praça XV foi uma experiência marcante para mim, bomba de gás, os estudantes paulistas não sabiam para onde correr nas ruas do Rio.

Neste período eu discutia política com o MR8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), foram eles que me mostraram o caminho da revolução, porém enquanto isto na casa de minha mãe no Rio de Janeiro, minha família dizia que eu não estava em São Paulo, ou em ato algum, diziam que eu devia estar em algum motel na Av. Brasil, este fato me fez pensar o quanto a atuação das mulheres era importante, para mudar este pensamento de que mulher não participava de movimentos estudantis ou atos políticos. Deixo bem claro, que minha mãe sempre acreditou nas minhas lutas, porém morria de medo.

Anos depois deixei de ser secundarista e passei a trabalhar no combate a Dengue no Rio de janeiro, os famosos “Mata-Mosquitos”, onde em junho de 1999, no governo Fernando Henrique, o então Ministro da saúde, José Serra, demitiu mais de 5 mil trabalhadores da FUNASA, trabalhadores contaminados, mulheres grávidas e etc., a partir deste momento começaram minhas idas e vindas a Brasília, com o SINDSPREV, para tentar o retorno ao trabalho, passei a militar no Sindicato e perceber a dificuldade da mulher também no movimento sindical, nas reuniões eu tinha que gritar e as vezes xingar, para me fazer ouvir, sempre pensando como participar de tudo, todas as reuniões e viagens sem ser “mal vista”, pois a mulher sempre é estiguimatizada de certa forma.

Depois de mais de quatro anos de lutas, angustias, idas e vindas a Brasília, várias greves, o Presidente Lula em setembro de 2003, corrigiu um erro brutal ocorrido no Governo passado, reintegrando os mais de 5 mil “Mata Mosquitos”, do Rio de Janeiro, neste período fiquei dois meses em Brasília e pude entrar na Casa Civil de roupa comum, que foi mais um protocolo quebrado pelo Presidente Lula, fiquei emocionada de entrar na Casa Civil e participar de uma das enumeras reuniões para o nosso retorno ao trabalho.

Em 2004 engravidei, foi uma gravidez de risco e mesmo assim me pegaram em casa para a foto da chapa, que iríamos concorrer na eleição do SINDSPREV. Depois do nascimento de Anna Clara pude perceber a dificuldade de ser mãe e ativista do movimento sindical. Curti e curto a maternidade e hoje o tempo que tenho me dedico a pesquisa sobre o cotidiano de mulheres que tem uma atuação social e política em prol da construção de nossa sociedade. Após o nascimento de Anna Clara, a única viagem que fiz com o Sindicato, hoje o SINTSAÙDERJ, foi a posse do Presidente Lula, no seu 2º mandato, foi maravilhoso, porém conflitante, pois Anna ficou no Rio com minha mãe, embora pude participar de um momento ímpar para o nosso país, a reeleição do Presidente Lula que muito me orgulho de viver em tal época e poder no futuro dizer que participei e vivi em um governo de esquerda, embora de frente ampla, que tem mudado tanto a vida dos brasileiros.

Segue a baixo a força que me rege:

Doce Anna

Um belo dia descobri que estava em meu ventre, fui tomada de susto e emoção, quase não entendi o fenômeno que Deus tinha determinado em minha vida. Foram nove meses de suspense, ansiedade e amor por sua chegada, embora a maternidade tenha me pego de surpresa, você em meu ventre me fez uma mulher linda. Os nove meses custaram a passar e durante este tempo, pensava em que tipo de mãe eu seria para você. Você quis chegar com8 meses, os médicos te seguraram dentro de mim até completar nove meses. No dia 10 de Novembro de 2004, depois de 10 horas de trabalho de parto e sua avó ao nosso lado, filha não sabe de onde tirei forças, rezei, chorei, gritei e me lembro como se fosse hoje, com a maior dor do mundo veio o maior amor que tenho na vida, você. Não sei como pude gerar um ser dentro de mim e ter forças para que saísse das minhas entranhas. Neste dia pude saber o que é ser mulher, por um filho no mundo e querer cuidar, proteger e estar perto. Passam mil pensamentos na minha cabeça, pois nós duas sozinhas em casa, aí Deus nos deu a sua avó, para cuidar da gente. Anna minha filha, hoje a mamãe trabalha o dia todo e só nos vemos pela manhã e aos domingos. Peço que um dia você entenda minhas escolhas e que jamais esqueça de sua avó, pois ela largou a vida dela desde o dia que você chegou ao mundo. Filha eu sonho em saber te educar, para que seja independente, pois nós mulheres temos que ser forte, guerreiras e saber lidar com as diversidades. Anna Clara a mamãe te ama e gostaria que soubesse, que é a luz da minha vida, não sei pensar nada sem você. Filha sonho com o teu sorriso, sua alegria, desejo um dia estar mais tempo com você, agradeço a Deus por ele ter me dado você, hoje tem 3 anos e 10 dias que sou feliz por ser sua mãe. (Elaine Marcelina, 20/11/07)

Dedico parte do meu tempo pesquisando a vida das companheiras, que dedicam toda sua vida ao político e ao social, desta forma me sinto viva, realizada e encantada com as mulheres que seguem rumo a uma história cheia de sabores, sendo assim, acredito na relevância desta pesquisa.

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO

O conceito de Gramicis, sobre memórias de uma sociedade, levanta a problemática do que de fato é a memória de nossa história ou o que nos é incutido como memória. A história visa uma critica do passado e essa dificuldade de retratar a história, pode citar as memórias. A memória nacional reflete as memórias de uma nação, porém por conta das classes dominantes nem sempre a memória nacional é retratada de forma integral.

Os conflitos sociais são valores da memória e da identidade, pois, a memória é construída em sociedade. O historiador tem que assumir um caráter investigativo, analisando de forma minuciosa as fontes.

Na visão de Gramicis, devemos fugir do conceito burocrático de Estado. Estado e governo tornasse um ser uno, o que não funciona na prática, isto é uma herança da corrente Jusnaturalista. As visões marxiana histórica e classista da sociedade, Marx secundarista a questão da sociedade civil e política. O modelo marxiano visava garantir o Estado objeto, estabelecendo uma ligação entre proprietário e Estado. Nos domínios do marxismo, surge as analises de estado por Antônio Gramsci com uma critica ao economicismo e mecanicismo.

Segundo Gramsci o Estado é uma condensação das relações sociais e ressaltando os conflitos sociais. Ele surge com o conceito de Estado ampliado, sendo possível analisar o Estado capitalista no século XX. Ele valoriza a cultura como formas de organização para um desenvolvimento da sociedade político e Estado estão diretamente ligados à cultura, deste modo as transformações ocorreram com movimentos sociais organizados.

As verdadeiras e necessárias políticas públicas são feitas para atingir que grupos realmente? Ele questiona tal hegemonia. Os conflitos entre as classes dominantes dificultam a realização e implementação de políticas públicas. Devemos dar ênfase a importância das entidades de classe. Gramsci propõe uma analise na política e nas instituições socialistas, fomentando uma atuação do Estado em âmbito diferente da sociedade, independente das classes.

Os Conceitos de Michael Pollak, sobre memória esta relacionado ao que chamam hoje de História oral.

Embora a memória pareça ter uma lógica individual, íntima, pessoal, para Maurice Halbwachs, a memória deve ser entendida também, como um fenômeno coletivo e social, que esta sujeita a transformações, porém existem nas memórias individuais ou coletivas, pontos imutáveis.

Halbwanchs levanta uma questão interessante, no conceito de memória coletiva, pois afirma que é onde encontra-se a História vivida, devendo avaliar a realidade, pois a sociedade e seus diversos grupos sociais criam suas classificações, que nada tem a ver com a História nacional construída.

Michael Pollak vai além e fala da memória nacional envolta nas datas oficiais, que mostram a luta política e os conflitos gerados nesta forma de construção da memória de um povo. As questões da memória remetem a História ao social, que são análises feitas por diversos grupos da sociedade.

Os historiadores têm nessa nova história, ou seja, o enquadramento da memória, uma das formas de tratar a História nacional, fugindo dos paradigmas do positivismo.

A transformação da História, em histórias parciais e plurais é que faz da História uma ciência social, utilizando novas maneiras de utilizar suas fontes.

O conceito de Nalu Faria e Miriam Nobre, sobre gênero procura explicar as relações entre mulheres e homens. O conceito de gênero foi trabalhado inicialmente pela antropologia e pela psicanálise, situando a construção das relações de gênero na definição das identidades feminina e masculina, como base para a existência de papéis sociais distintos e hierárquicos (desiguais).

A partir desta análise o ser mulher e ser homem como uma construção social, a partir do conceito estabelecido como feminino e masculino e das funções sociais destinados a cada um. Desta forma, gênero um termo da gramática, foi utilizado para diferenciar na sociedade o masculino do feminino do sexo biológico.

Para Nalu Faria e Miriam Nobre gênero supera as antigas dicotomias entre produção e reprodução, público e privado e mostra como mulheres e homens estão ao mesmo tempo em todas as esferas e ainda afirmam que o conceito de gênero possibilita ver o que há de comum entre as mulheres, porque mostra como mulheres e homens estão no conjunto da sociedade.

Segundo Marta Lamas, o novo conceito Gênero permitiu a com preensão de que não é a anomalia que posiciona mulheres e homens em âmbitos e hierarquias distintos, e sim a simbolização que as sociedades fazem dela. No momento em que o feminismo desenvolve o conceito de Gênero, se propõe a revisar a dicotomia tradicional e fundamentada na cultura ocidental, a onde se coloca o que é “próprio” para os homens e “próprio” para as mulheres. Tal tradição é androcêntrica, o que não direciona a produção do conhecimento, legitimando assim os métodos de dominação e exclusão.

Sempre tive preocupação com a sociedade e como fazer para transformá-la e, tentar mostrar e construir uma sociedade igualitária. Penso na pesquisa de Gênero de várias formas: nos movimentos sociais, nos sindicatos, nas catadoras, domésticas, donas de casa e etc., com o objetivo de fomentar nessas mulheres suas contribuições para nossa sociedade e o vigor que elas têm para desempenhar várias funções, tais como, mãe, mulher, companheiras amigas, filhas, trabalhadoras com um amor e dedicação que nos permite pensar, se estas mulheres têm noção de seu papel na sociedade.

Pretendo fugir do paradoxo, homem x mulher, pois quero transcender o imaginário dessas mulheres e faze-las desabrochar.

Através do ressurgimento dessas mulheres, exatamente no cotidiano delas, descobrir que são felizes, deste jeito e pronto, sem precisar de títulos ou profissões, para se descobrirem, já existem. Pois não podemos deixar esse sistema neoliberal, assolar nossas memórias, pois o formato hoje é de assolamento das idéias de um povo e devemos fugir deste sistema, sei que é possível sairmos desta inércia, por sermos seres pensantes e críticos do que temos a nossa volta, sendo assim seguiremos rumo a uma sociedade justa.

Acredito em um luta dialética, uma luta de mentalidades, uma luta de vários sabores, desta forma, retirar as amarras de muitas mulheres e ganhar o mundo com a força de suas raízes.

3. METODOLOGIA

A pesquisa se iniciou com a coleta de dados, em arquivos, bibliotecas e através de depoimentos orais, que são o ponto fundamental do trabalho, pois assim posso provar as hipóteses levantadas ao longo da pesquisa.

Para Sônia M. de Freitas a História oral, é um método de excelência voltado para a informação viva, onde o mesmo abarca o período contemporâneo da História. Portanto a História Oral utiliza-se de metodologias própria para a produção do conhecimento, sua abrangência, além de pedagógica e interdisciplinar, está relacionada ao seu importante papel na interpretação do imaginário e na análise das representações sociais.

Baseando-me nos métodos de historia oral, utilizando as entrevistas concedidas por: Luiza de Fátima Dantas (Secretária de finanças do SINTSAÙDERJ), Zezé Motta (Superintendente de Igualdade Racial), Mãe Beata de Iemanjá (Yalorixá), Arlene de Katendê (Yalorixá), Maria Aparecida (Militante do Partido dos Trabalhadores), Rosa Dias (Mãe e dona de casa) e Eunice da Conceição (Mãe e dona de casa).

Assim, buscou-se identificar, numa parte da produção bibliográfica, a partir de artigos e livros científicos, os conhecimentos atribuídos a esta temática para que se possa ampliar o debate em todas as esferas da sociedade, levando a questão da organização das mulheres e suas representações no campo de atuação de pesquisa de historiadores

4. CAPITULO I

Os direitos humanos das mulheres e das meninas são inalienáveis e constituem parte integral e indivisível dos direitos humanos universais. A plena participação das mulheres, em condições de igualdade, na vida política, civil, econômica, social e cultural nos níveis nacional, regional e internacional e a erradicação de todas as formas de discriminação, com base no sexo, são objetivos prioritários da comunidade internacional.

Declaração e programa de Ação de Viena (1993), aprovada pelo Brasil. Procuradoria Geral do Estado

4.1 CIDADANIA

É de suma importância para a História entender o processo de exclusão social e desigualdades enfrentadas pelas mulheres até hoje. Conquistar a igualdade é fator primordial para as mulheres viverem sua cidadania. Por muito tempo as mulheres foram deixadas à sombra da história.

Na Revolução Francesa, as relações entre homem e mulher, estiveram em foco, principalmente as lutas da mulher por igualdade, este período é considerado o momento histórico, onde o ocidente descobre que as mulheres podem ter um lugar na cidade.

O final do século XVIII, marcado pelas Revoluções francesa e americana, é um momento de ruptura para as mulheres. A participação das mulheres foi intensa na Revolução Francesa, a influência delas foi marcante, tanto nos debates teóricos, como nos movimentos coletivos. Entretanto, apesar de toda a participação foram excluídas da cidadania política e social. Não puderam participar da estrutura da Revolução, foram excluídas das assembléias, das comissões locais e associações políticas, sendo assim modifica-se as relações entre os sexos, são estimuladas a voltar seu papel de esposas e mães dos futuros republicanos, com sua cidadania restrita ao lar, as querem dóceis e submissas.

A experiência das mulheres americanas é diferente das francesas, não tinham intervenção na vida da cidade, sua participação era somente pela religião.

A participação cívica das americanas durante a Guerra da Independência, esta ligada a vida privada e individual, tendo tarefas especificas como manter as explorações familiares abandonadas pelos homens que foram para guerra, servir como cozinheiras e lavadeiras. As mulheres americanas durante a guerra, percebem somente sua capacidade individual, passando a garantir a virtude e a moralidade americana, as mulheres francesas são chamadas de cidadãs, entretanto excluídas da cidadania, reclamando o direito à participação política.

Um dos documentos mais importantes da Revolução Francesa foi à declaração dos direitos da mulher e da cidadã, de Olympe de Gouges, publicado em 1791. Ela defendia o direito ao sufrágio, tanto ativo como passivo, para todas as mulheres, considerava que a tirania exercida sobre as mulheres é a precursora de todas as formas de desigualdade.

Olympe de Gouges, afirma que somente a vigilância política das mulheres pode impedir os homens de furtarem as conquistas da Revolução, sendo dever das mulheres descobrir o sentido libertador. “Olympe de Gouges foi condenada à morte durante a Revolução Francesa, sob a acusação de subverter a ordem natural, ela foi guilhotinada em 7 de novembro de 1793, por ter “esquecido as virtudes de seu sexo para imiscuir-se nos assuntos da República”, disse o procurador Chaumette, ao anunciar sua condenação à pena de morte, determinada por Robes Pierre.”

A Revolução francesa propiciou as mulheres uma participação coletiva em novos espaços.

O Código Napoleônico mais uma vez subjuga as mulheres, determinando a incapacidade das mulheres casadas e em conseqüência a sua incapacidade política. Para Napoleão a importância das mulheres era como procriadoras, se não faziam a guerra, que fizessem crianças. Julgadas incapazes, submetidas aos maridos e alijadas dos direitos políticos, o modelo feminino idealizado por Napoleão, propiciou os códigos civis de vários países na Europa e América, como o Brasil.

No início do século XX, as mulheres participaram de forma significativa da Revolução Russa. Houve uma importante manifestação, em 23 de fevereiro de 1917, onde operárias acompanhadas pelos filhos, exigiam paz e pão nas ruas de Petrogrado, este movimento levou Czar a abdicar, forma-se o governo provisório, dentre outras medidas, decreta ser a mulher eleitora e elegível, direito conquistado pelas mulheres russas antes das inglesas e das americanas.

Em 1920 vence a contra-revolução burocrática estalinista fortalecendo o sistema familiar, restabelecendo os antigos valores, ou melhor, a submissão da mulher. Os marxistas defendiam que a supressão da estrutura econômica capitalista, a família burguesa, tal como a prostituição desapareceria. Desta forma a mulher teria igualdade de direitos civis e a organização, das tarefas domésticas, podendo trabalhar e ser independente, pois o estado ficaria encarregado da saúde e educação dos filhos. Todavia a Revolução Russa não organizou um verdadeiro debata sobre a questão feminina. Nesse cenário, é de extrema importância a contribuição de Alexandra Kollontai, primeira mulher a ser eleita para o comitê central, em 1917, e a primeira no mundo a tornar-se embaixadora.

A condição das mulheres russas se modificava, de acordo com os momentos políticos e sociais.

Após o período estalinista, onde foram reconquistados os direitos à igualdade, a participação política, ao sufrágio, a salários iguais, a mulher russa não ficou livre de seu papel na vida cotidiana, onde encarar a dupla jornada torna ilusórias certas conquistas.

O século XX traz grandes transformações na vida das mulheres, teem participação efetiva no mercado de trabalho e atingem altos níveis de educação. Entretanto, tais transformações, só ocorrem em países com desenvolvimento econômico, pois em países subdesenvolvidos ocorre o fenômeno da feminilização da pobreza. Os direitos de participar da política, direito ao voto e serem votadas, foram conquistando com muita luta na maioria dos países. Basicamente uma luta de mulheres de classe média e ligada ao liberalismo.

No Brasil o direito ao voto ocorreu em 1932, com o código eleitoral. Embora as mulheres tenham conquistado tais direitos, permaneceram alijadas do poder político, na maioria dos países. No período pós segunda guerra, as mulheres conquistam a igualdade de direitos no âmbito internacional, reconhecida na Declaração Universal de Direitos humanos, de 10 de dezembro de 1948.

A igualdade entre sexos faz parte hoje, do patrimônio ideológico dos países ocidentais democráticos. No Brasil, embora a constituição de 1988 tenha alterado o estatuto legal das mulheres, com a idéia de democratização da família, passados mais de 10 anos a legalização infraconstitucional (mantendo os princípios do código napoleônico) ainda não foi alterada.

E importante ressalta que as conquista alcançadas pelas mulheres e igualdade entre sexos na legislação infelizmente não significa a libertação da dominação masculina, pois todo o processo foi imposto sob condições, estão nos moldes da desigualdade.

E preciso entender o principio da igualdade e como pode influenciar no processo angustiante de dominação vivido pelas mulheres.

O principio da igualdade de direto entre homens e mulheres consagrado na constituição de 1988, resultado de anos de luta das mulheres contra a discriminação, e difícil de ser realizada, pois uma legislação igualitária não e suficiente para “extirpas as descriminações e os vícios nas relações de gêneros, profundamente enraizados na sociedade“.

A igualdade jurídica é insuficiente, porém indispensável, tornado-se preliminares da igualdade real.

“Para Alain Touraine a cidadania não e nacionalidade desgnia a filiação a um Estado Nacional enquanto a cidadania” funda mental o direito de participar indiretamente gestão da sociedade.

A nacionalidade cria uma solidariedade dos deveres, enquanto a cidadania da direito.

A cidadania ou a democracia desaparecem quando as minorias são assim destruídas, por vezes a ferro e fogo.

É a razão pela qual a idéia de cidadania e de tal modo indispensável pêra o pensamento democrático: baseia-se na separação entre sociedade civil e sociedade política; garante os diretos jurídicos e político de todos o cidadão de um pais, seja qual for sua origem social, religiosa, étnica ou outra.

Os movimentos de mulheres surgidos em quase todos os países do mundo têm lutado pelo reconhecimento dos direitos e liberdades fundamentais das mulheres e por uma reformulação global dos diretos Humanos com perspectivas de gêneros.

Uma das condições para que as mulheres tenham total acesso a cidadania, perpassa pela redefinição dos espaços públicos e privados,onde o espaço privado não seja o espaços da privação e da necessidade, mas o espaço do descanso e da afetividade.

4.2 O SURGIMENTO DO FEMINISMO

O surgimento da História das mulheres, tem grande contribuição do movimento feminista ocorrida a parti dos anos 60 nos Estados Unidos, onde iniciou-se o referido movimento, como em outras parte do mundo as reivindicações das mulheres surge com enorme demanda de informações inicio-se um processo de estudos das mulheres nas universidades a França saiu na frente criando cursos em suas universidade seguida da Inglaterra e dos Estados Unidos, esses estudos continuaram ainda nos anos 70, em outras parte da Europa e do mundo incluindo o Brasil.

A fragmentação de uma idéia universal de “mulheres” por classe, raça, etnia e sexualidade associavam-se a diferenças políticas seria no seio do movimento feminista. Assim de uma postura inicial em que se acreditava na possível identidade única entre as mulheres, passou-se a um a outra em que se firmou a certeza na existência de múltiplas identidades¹.

É importante destacar as descontrações que despem as redes de poder constitutivas dos saberes e das praticas os poderes mínimos que atravessam as relações sociais, de gênero e etnias, entre outras, incluindo as criações libertarias femininas e feministas, capazes de questionar as identidades impostas, revolucionando o mundo.

Podemos perceber tal analise no pensamento de Michel Foucault.

Foucault propõe pensar de maneira pluralizada, os inúmeros espaço que se entrecruzam, imbricam e se afetam, ao abrigarem a experiência cotidiana a que, a seu ver, deveriam ser descentralizados,para poderem ser transformados[...]a”invenção de si”, como construção de um sujeito ético-político se mostrou como uma importante dimensão emancipadora, como bem haviam aprendido, na pratica as feministas².

Os estudos feministas, muitas vezes surgem desvendado as ardilosas estratégias normativas de produção da figura e do corpo feminista, pauta pelos discursos médicos e jurídico, extremamente moralista e conservadora, da mesma forma e da literatura e pela propaganda.

Trata-se, sobretudo, da maneira pela qual subverteram a ordem moral no mais intimo de seu ser,isto e, na maneira pela qual se construíram a si mesma, olhando-se de maneira independente do olhar masculino projetado sobre elas e, por conseguintes, de como puderam estabelecer novas relações consigo mesma, tanto quantos com os outros.Esta em jogo, nesse sentido ao falarmos das “estéticas das existência” a pergunta pelo modo como as mulheres contribuem para a construção de novos valores e códigos éticos, ajudando a renovar e atualiza o imaginário político e cultural de seu tempo³.

Na Europa e nos Estados Unidos, viviam um período de grande efervescência política, de revolução de costumes, de radical renovação cultural, neste momento no Brasil o clima era de ditadura milita, repressão e morte.

Na virada para a década de 70 aqui no Brasil como lá fora, ao longo deste período, surgiu esse desenvolveu o movimento feminista.

No Brasil a presença dos movimentos de mulheres entre a classe média e populares, e fundamentais da realidade brasileira ocorre anterior à década de 1970, que segue durante todo desenvolvimento do feminismo.

Se não se pode trata os movimentos de mulheres como algo totalmente dissociado do movimento feminista deve-se reter de qualquer forma sua especificidade: foram movimentos organizados não para por em xeque a condição de opressão da mulher, como no caso do feminismo, mas para a partir da própria condição de dona-de-casa, esposa e mãe intervir no mundo publico4.

Nas três ultima do século XX, diminui a distância entre o movimento de mulheres e o movimento feminista. Vera Soares observa:

“As fronteiras entre os movimentos de mulheres e o feminista tem sido sistematicamente ofuscada com o numero crescente de mulheres pobres, trabalhadoras negras, lésbicas, sindicalista progressistas e do outros setores do movimento de mulheres incorporado elementos entrais do ideário e do imaginário feminista, reelaborados de acordo com suas posições, preferências ideológicas e identidades particulares5.

O feminismo brasileiro nasceu e se desenvolveu em um paradoxo: teve que administra as tensões entre uma perspectiva autonomista e sua ligação com a luta contra a ditadura milita no Brasil, onde o integrante desta luta via como um desvio um pequeno burguês.

O movimento feminista no Brasil, não escapou desta dupla face dom problema, embora se organize baseando-se no reconhecimento de que ser mulher, no espaço público ou privado, trás conseqüências para á vida e que existe uma luta especifica, a da transformação das relações de gênero.

Em 1972 ocorrem dois eventos que dizem a marca da historia e das contradições do feminismo no Brasil: o primeiro foi o congresso promovido pelo conselho nacional da mulher, liderado pelo advogado Romy Medeiro, o segundo foram as primeiras reuniões de grupo de mulheres em São Paulo e no Rio de Janeiro, de caráter privado, sendo uma marca do novo feminismo no Brasil.

Mesmo não citando a existência de grupos fora do eixo do Rio-São Paulo, não significa que eles não existissem em quase todos os estados brasileiros.

O ano de 1975 e considerado o ano inaugural do feminismo brasileiro. Este ano foi considerado pela ONU (organização das nações unidas) o ano internacional da mulher, este fato o marco primordial desta pesquisa neste período pensava-se que não avia feminismo no Brasil e sim na Europa e podemos percebe que aqui também existe. Em junho deste mesmo ano e formado no Rio de Janeiro o centro da mulher Brasileira.

As mulheres mesmo com a repressão da ditadura têm no apoio da ONU, o que precisam para mostra a sociedade o que todas têm a contribuir de forma emblemática e sofrida pôr com um orgulho que ainda hoje fomenta pesquisas como esta mostrando que o que percebemos nos avanços das mulheres hoje, e fruto de uma luta histórica. Desta forma no fim da década havia um fato inegável: o movimento feminista existia no Brasil, frágil, perseguido, fragmento, porém presente incomodando todos os poderes estabelecidos, os dos militares e dos companheiros homens da esquerda.

Na década seguinte, o feminismo brasileiro experimenta a redemocratização, onde perpassa por três perspectivas no campo político: a conquista de espaços no plano institucional, por meio de conselhos da condição da mulher e de Delegacias da mulher; a presença de mulheres nos cargo de eletivos; e as formas alternativas de participação política.

5. CÁPITULO II

A história que se pode escrever dos estudos sobre as mulheres pertence também ao movimento; não é uma meta linguagem, e irá atuar tanto como um momento conservador, quanto como um momento subversivo... Não há uma interpretação teoricamente neutra da história dos estudos sobre as mulheres. A história terá aí um papel atuante.

Jacques Derrida, 1984

5.1 MILITÂNCIA POLÍTICA

No contexto da efervescência política e cultural vivida no Brasil às décadas de 60 e 70, contra o regimento milita as mulheres militantes nas organizações clandestina de esquerda.

As mulheres militantes buscam a construção de uma sociedade mais justa.

Patrícia Galvão, Pagu sociólogo inicio sua militância no movimento estudantil secundarista no colégio estadual Recife. Aos 18 anos, após sua prisão, ingressou na Ação Popular “por compreender que era necessário lutar por um mundo diferente”. E afirma: “eu entrei na militância política por convicção. Aos 17 anos eu já tinha uma convicção do mundo, uma filosofia de vida. Eu li Politzer aos 14 anos, Sartre e todos os grandes filósofos daquela época”.

Maria aparecida, 78 anos, militante do Partido dos trabalhadores, inicio sua militância política, na igreja católica de São José operário em Realengo, no Rio de Janeiro, após ajudou a construir o Partido dos trabalhadores “por ver em Jesus Cristo o maior político que já existiu. È o meu guru naturalmente como político. Percebi que não bastava só rezar, que não seria só simplesmente dizer: “Ah, meu Deus! E pedir. [...] foi a partir daí que fundamos a Pastoral do Trabalhador, isso foi em setenta e poucos.

E afirma:

“Pra que você se apaixone pela política, pra ser militante, há necessidade deste papo, desta conversa, nós mulheres trabalhamos muito esta questão. Vamos nos reunir, vamos conversar, [...] comece a pensar nestas coisas. Nós fazemos aqui formação política.”

Luiza Dantas, diretora de finanças do SINTSAUDERJ, inicia sua militância em seu bairro, na cidade de Nova Iguaçu no Rio de Janeiro “Eu não fui do movimento estudantil e sim do movimento de bairros”.

E afirma:

“Não fui da direção do MAB (Movimento de Associação de Bairros), mas conheço a história. O movimento de bairros de Nova Iguaçu era muito intenso, e aí no MAB as pessoas tinham a responsabilidade de organizar a associação de moradores. [...] Em 80 estava grávida e tive que largar o movimento, porque o DOPS era muito forte e o 1º contato com a repressão foi nesse período, na organização do conjunto, éramos todos moradores do mesmo conjunto, meu amigo disse que teria que fugir porque havia agente do DOPS atrás da gente. Eu não entendi nada, mas foi por causa dos panfletos da organização da associação de moradores. [...] em 83, tinha 23 anos e ainda era forte a repressão, quando me acusaram de ser da PPL, era uma organização de extrema esquerda comunista e junto com o PC do B, tentava fazer uma luta armada, nunca dei importância, mas eu não era da PPL. Comecei a gostar muito disso, não era filiada a partido nenhum. O meu amigo, que descobriu sobre o DOPS e eu organizamos o PC do B em Nova Iguaçu.”.

Houve uma ruptura política entre a família e as mulheres militantes, principal mente pelas condições de clandestinidade em que se desenvolvia a atividade de política, entretanto algumas conseguiram.

Luiza Dantas e Maria Aparecida relatam como organizaram sua vida política junto com a família.

“Tento harmonizar o meu tempo de forma que a mulher, a mãe e a sindicalista possam coexistir sem que nenhuma seja prejudicada, preciso e devo ser um todo e não partes, [...] Tenho uma frieza muito grande, que posso sair daqui com muitos problemas, porém chego a casa e brinco muito com minha neta, tenho muita gente perto de mim que me ajuda, eu paro faço reflexão, não sou religiosa, mas paro para ouvir meu coração, passei por duas cirurgias e quando parei é que descobri quanta coisa faço, qualquer um pararia, eu não parei, de forma geral, quando você coloca isso como meta de vida tudo parece se tornar mais fácil”. (Luiza Dantas/ SINTSAUDERJ)

“Naquela época, eu trabalhava como empregada doméstica, tinha cinco filhos, como tenho até hoje, só que na ocasião eram menores, eu tinha um marido e cumpria todas essa tarefas, como até hoje eu cumpro, hoje eu sou dona de casa , meus filhos já estão criados, estou com uma filha agora operada, mas eu trabalho no Centro de Formação Profissional Padre Rafael, como voluntária , verdadeiramente, eu assumo a igreja também, eu assumo a comunidade, estamos trabalhando aqui um projeto de desenvolvimento local, você vê como agente consegue se dividir como mulher e tendo consciência da nossa responsabilidade na formação deste mundo, eu posso te dizer que nós já somos vitoriosas, após eleger, aquele trabalhador, aquele cara, aquele operário, isso você não pode esquecer nunca, isto tem que estar em todos os lugares, após eleger aquele homem que diziam que era incompetente e que hoje nós vemos a transformação da América Latina, tem que se perceber e nós sabemos o respeito que se tem por Luis Inácio Lula da Silva, o respeito que se tem pelo Brasil lá fora e nós mulheres somos responsáveis por isso tudo”. (Maria Aparecida Carvalho Lima/ PT-RJ)

A participação das mães na luta contra repressão, se constitui um fato político importante, pois na defesa da vida de seus filhos as mães tornam-se militantes aguerridas, sem limites desta forma são temida pela repressão, ate porque, uma mãe figura que expressa uma instituição universal na cultural ocidental e cristã.

As mulheres assumiram a condição de militantes das organização de esquerda pela convicção política e não somente pelo fato de serem mulheres.

Poucas mulheres ocupavam postos de direção nas organizações de esquerda.

A condição da mulher não tinha relevância na vida das reorganizações de esquerda. Somente após o final dos anos 70, com a reorganização da esquerda brasileira, a questão da mulher passa a ser debatida.

As organizações eram espaços masculinos, onde as mulheres se colocavam como militante, diluindo as relações de gêneros na luta política mais geral. Os homens militantes tinham posições diferenciadas, pois viam as militantes também como mulheres.

A repressão, através de seus documentos oficiais, DOPS, SOPS e secretarias de segurança, estabelecem que a mulher militante nos partidos de esquerda, e uma mulher-objeto, sem vontade própria, que milita nos partidos de oposição ao regimento militar por influência de homens, pais, irmãos e amantes, as julgando como “subversivas”, afirmando que as mulheres estão ousando num mundo que não é seu, o campo político.

A repressão tenta caracteriza a militante como “puta comunista”, no intuito de desconstrução do sujeito Político feminino.

A mulher na tentativa de ocupa o espaço político masculino não é bem vista pela sociedade. As organizações de esquerda também reproduzem o discurso dominante de que o pode político e masculino, os discurso de gêneros são considerados divisionistas, discurso este que e também seguido pela sociedade.

Neste cenário sexista que a discussões e organizações de mulheres surge, reage, luta e conquista seu espaço.

5.2 MULHER E TRABALHO

No intuito de entender questão inerente á mulher e o trabalho vão a um breve relato do trabalho feminino.

Ao longo do século, o espaço definido aos homens era de domínio publico, ou seja, a escolha de um trabalho ou profissão e as mulheres cabiam segui no caminho da maternidade, dentro do casamento se dedicar aos filhos, ao marido a casa, sua identidade estava intrínseca ao trabalho domestico.

Após a revolução industrial ao trabalho domestico. Após a revolução industrial, a inserção da mulher no mundo do trabalho ganhou força mesmo sendo considerado “inferior ao homem e limitado a posto subordinado” (LIPOVETSKY, 2000, P36).

A segunda guerra mundial chamou as mulheres ao trabalho e depois as chamou de volta a casa, onde surgiu uma insatisfação nos papeis sócias, fazendo com que as mulheres repensassem seus valores e modo de vida.

Na década de 60 e 70, o movimento feminista evidenciou-se como perspectiva acadêmica, voltando aos estudos das condições de vida e necessidade das mulheres e como propostas política, buscando a igualdade de direito e romperem com o ideal de rainha do lar, lutando pelas conquistas de novos espaços e direitos.

O trabalho e carreira tornaram-se para as mulheres autônomas em relação ávidas família e conjugal, adquirindo status a sua vida pessoal e a identidade social.

A atividade feminina exprime a promoção histórica da mulher que dispõe do governo de si, assim como a posição identitária do feminismo [...] “o reconhecimento social do trabalho feminino traduz o reconhecimento do direito a um “vida sua” á independência econômica, na linha de uma sociedade que celebra cotidianamente a liberdade e o maio bem-estar individual. (lipovetsky,2000,p.209)

No Brasil, como no mundo todo, desde 1970 torna-se cada vez maior o numero de mulher trabalhando extradomiciliarmente, atuando em áreas que eram restrita aos homens. Tentam conciliar trabalho ou carreira com vida conjugal e familiar.

Alguns grupos sofrem mais discriminação e preconceito e dentre eles estão o das mulheres negras maior vitima de desigualdade na sociedade brasileira, desde a negação de sua condição de mulher negra e de sua condição de socioeconômica e a exposição a deferentes tipos de violência.

A mulher negra sofre tripla discriminação: por se mulher enfrenta a mesma barreira imposta ao coletivo de mulher. Como negra, as barreiras são maiores justamente, por ser mulher negra, esta nos níveis mais baixos da escala social. Infelizmente estes dados são reais e os estigmas evidenciado em relação a mulher negra destacam-se os de objeto sexual, serviçal e subserviente.

No mercado de trabalho podemos evidencia o efeito da discriminação e do preconceito ao qual a população de homem e mulheres negras é submetida. É uma discriminação étnica e de gênero, pois a mulher negra ocupa o ultimo lugar na escala das condições de trabalho.

Nos serviços domestico podemos encontra a maioria das trabalhadoras negras, normalmente não aparece competição, porem conforme ascende profissionalmente maior e numero de obstáculo a serem enfrentado, desta forma a exposição ao preconceito e a discriminação se tornam maiores.

A partir da década de 1970, as mulheres negras aderem o movimento feminista com participação ativa na vida política do país.

O marco quando tentamos rememorar o passado da mulher trabalhadora não é o discurso de vitimização, tão determinante na imprensa operária, porém o que aflige é a associação freqüente entre a mulher no trabalho e a questão da moralidade social.

Nas denúncias dos operários militantes, das feministas entre outros, a fabrica é descrita como “antro da perdição” “bordel” ou “lupanar”, e a trabalhadora é vista como uma figura totalmente passiva e indefesa, associando à mulher a vida privada.

As feministas se diziam responsáveis pelo futuro das trabalhadoras pobres, mas pouco falava a respeito do modo como pretendiam encaminhar estas questões. As operárias, tão vitimadas pelas péssimas condições de trabalho, pelos baixos salários, pela quantidade de filhos que deveriam criar, tão presa à condição biológica, eram consideradas como incapazes de produzir de alguma forma de manifestação cultural.

As mulheres com alta condição social, também enfrentavam dificuldades para ingressar no mundo do trabalho, controlado pelos homens. O discurso feminista do trabalho feminino fora do lar entre 1914 e 1936: “uma mulher profissionalmente ativa e politicamente participante, comprometida com os problemas da pátria, que debatia questões nacionais, certamente teria melhores condições de desenvolver seu lado materno.

5.3 A MULHER NOS SINDICATOS, NAS GREVES E PARTIDOS POLÍTICOS.

Não só Pagu se rebelou contra os valores do mundo burguês.

As anarquistas e socialistas organizavam as trabalhadoras, nas primeiras décadas do século, chamando para as assembléias sindicais ou discutir as questões femininas nos sindicatos e comitês a que pertenciam.

A luta pela libertação feminina estava subordinada a emancipação da humanidade. As relações entre homens e mulheres deveriam ser transformadas em todos os espaços de sociabilidade.

Nas formulações libertárias, a mulher emancipada desfrutaria dos mesmos espaços políticos, sociais e culturais que os homens.

No final da década de 70, ocorre o I Congresso da Mulher Metalúrgica de São Bernardo do Campo, no Estado de São Paulo. Neste período no Brasil, ocorrem as greves e a participação das mulheres vai ganhando “espaço” nos Sindicatos.

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) sai na frente, criando em seu II Congresso a Comissão da Questão da Mulher. Estas questões mostram a diversidade de barreiras que as mulheres enfrentaram do final da dec. de 70 até a dec. de 80, onde foi o marco da luta das mulheres por representatividade nos movimentos antes liderados por homens e ainda hoje se tem barreiras. Porém o inicio das conquistas atuais nasceu neste período, foi também em um Congresso da CUT, que se discutiu as cotas de mulheres nos movimentos sindicais.

Acredito na força da mulher, na feminilidade, na capacidade da mulher de gerar um ser que independentemente do seu sexo, contribuirá para a construção da nossa sociedade, na mulher na política partidária, sindical, no seu bairro, no seu prédio, em fim em todos os espaços que necessitem de organização e estratégia para obtermos a igualdade. É importante ressaltar a igualdade não só de Gênero, mas também de etnia, econômicas, social, religiosa e todas as esferas de nossa sociedade onde haja discriminação e exclusão.

6. CÁPITULO III

A questão da mulher não pode mais ser uma questão de esposa de políticos e de chás beneficentes. Nós abandonamos o status de objeto para sermos tema. A luta por nossa liberação não tem como base uma liberação acordada, porque nós somos sujeitos dessa luta, nós devemos então decidir nossa vida. Os movimentos populares de mulheres querem tomar as suas próprias decisões. E nós esperamos que haja lugar neste novo governo para esta participação.

Beth Lobo (líder feminista de esquerda)

6.1 AS CONQUISTAS DAS MULHERES

A vida das operárias nas fabricas criadas no começo de nossa industrialização, momento fundamental para o futuro das mulheres no mundo do trabalho, no Brasil. O espaço público moderno foi definido como esfera masculina, onde as mulheres participam como coadjuvantes, como auxiliares, assistentes, enfermeiras, secretárias, em fim, desempenhando as funções consideradas desvalorizadas nos campos que lhes eram abertos.

As trabalhadoras recusaram, e recriaram os significados das práticas que os dirigentes pretenderam impor no mundo do trabalho e na vida pública. As mulheres trabalhadoras e as feministas lutam para a construção de uma esfera pública democrática, desta forma afirmar a questão feminina e assegurar a conquista dos direitos que se referem à condição da mulher.

O século XX foi chamado de “século das mulheres”, período em que o movimento de mulheres e o movimento feminista, viram muitas de suas reivindicações atendidas. Entretanto não podemos ainda considera que o século XX tenha fornecido plena cidadania as mulheres, embora alguma conquista fosse efetivas.

Objetivando alcançar cidadania plena e igualdade de direito em relação aos homens as mulheres agiram em diversos fretes, sozinhas em movimento sociais e feministas organizados.

A busca da plena cidadania ainda esta em pautas, pois velhos mitos insistem em assombra as mínimas conquista.

O direito de votar e ser eleita tem sido, conquistado a duras penas, pois ainda hoje há pais que não reconhecem as mulheres como cidadãs com direito á participação Política.

Os Estados Unidos foi uns dois pioneiros na concessão dos direitos ao voto para as mulheres graças à ação das feministas.

A primeira guerra mundial foi um diviso de águas na luta feminista pelos direito políticos, pois durante as primeiras guerras ou logo após vários outros paises concederam os direitos de voto as mulheres.

No final da primeira guerra, em 1918, o sufrágio feminino foi aprovado na Inglaterra, com muitas restrições.

Na Rússia, o feminismo existia antes da primeira guerra mundial, porem o direito de vota das mulheres só em junho de 1917.

Na Espanha, com a Republica, o voto para as para as mulheres foi assegurada em 1931.

A segunda guerra mundial foi outro marco na trajetória do direito Político. Na Itália, uma tradição anti-feminista, conservadora foi explorada pelo fascismo. A franca causa espanto na demora na concessão do direito ao voto as mulheres. Na Suíça e em Portugal o sufrágio feminista seria garantido por lei somente em 1971 e 1976, respectivamente.

O direito ao voto, não significa igualdade de política imediata, entretanto, no final do século XX e inicio do XXI, constatam-se o aumento da participação feminina m todos os níveis de governo, mesmo que numérica mente fazem sub-representadas, as encontramos em cargos legislativos, executivo, de primeiro ministro e de presidente em diversos paises ocidental.

No Brasil, as primeiras organizações de mulheres surgiram após 1850e sua principal bandeira era o direito a instrução e ao voto, que é concedida em 1932, no governo de Getulio Vargas sob o novo código eleitoral pelo decreto numero 21.076.

6.2 A REPRESENTATIVIDADE DA MULHER NO CAMPO POLÍTICO

Em 10 de maio de 1910, é formado o Partido Republicano feminista, através de uma resolução unânime, ocorrida na Assembléia Geral da junta Feminina pró-Hermes – Wenceslau, por Leolinda de Figueiredo Daltro, com sede no Rio de janeiro.

Nas eleições de 1933, convocado para assembléia Nacional constituinte, foram eleito 214 deputados e uma única mulher,a paulista Carlota Pereira de Queiroz. Berta Lutz, concorrendo pelo Distrito Federal (RJ), foi eleito primeira suplente. Existiam 40 deputados classistas e dentre seles uma mulher a trabalhadora, Almerinda Farias Gama.

Os anos 80 possibilitaram maio participação política da mulher na sociedade brasileira. Em 1983, nos Estados de São Paulo e minas foram criados os conselhos Estaduais da condição feminina.em 1985, com a nova republica, esses experiências estaduais foram alçada em âmbito federal, onde a câmara dos deputado aprova o projeto de lei numero 7.353, que crio o conselho Nacional dos direitos da mulher (CNDM), visando política para elimina a discriminação contra as mulheres.

O sistema de cotas já e consagrado em vários paises do mundo, desde 1985. No Brasil, a cota mínima para a candidatura de mulheres na chapa partidária foi instituída em 1995, Projeto de lei da deputada Marta Suplicy (PT/SP) sobrescrito por outras 30 deputadas propunha o mínimo de 30%de mulheres candidatas a todos os cargos eletivos.

Segundo dados do IBAM, de 3.952vereadoras eleitas em 1992 (8%), passam para 6.536 em 1996(1%).a lei de cotas permitiu um avanço de 20anos em 1. O numero de mulheres no Executivo também cresceu, em 1992 foram eleita 171(3%) prefeita e 302(6%),em 1996.

Nas eleições de 1996, as cotas eram de 20%, no Brasil se antecipou as recomendações da plataforma de Ação mundial de Bejing, assinada na conferencia mundial da mulher em setembro de 1995.

Em 1998 as cotas subiram para25%nas eleições, o que aumentou a representação de mulher nas Assembléia Legislativa teve um aumento de 33%sendo eleita 105 d

Elaine Marcelina
Enviado por Elaine Marcelina em 14/11/2010
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