A presidente eleita brinda o povo com uma novidade - a recriação da velha e manjada CPMF!

A presidente eleita brinda o povo com uma novidade - a recriação da velha e manjada CPMF!

Parece que a presidente eleita e o partido que representa se enfadou rapidamente daquelas novidades anunciadas no seu celébre discurso de vitória, onde garantiu aos brasileiros um governo de "normalidades", em termos de governança, gastança, investimentos e, promoção do social. Mas, entende-se: os esquerdistas têm pouca paciência com as coisas normais, por assim dizer. Em todo os sentidos - especialmente nos piores são teimosos e, insistentes na arte de tentar inovar, tentando usar velhos e viciados métodos.

É o caso da "recriação" da CPMF, anunciada para o próximo governo e, que foi, por uma questão de oportunismo, anunciada pelo atual presidente da república, que insiste em aparecer, mesmo que não se dê conta que já entrou no reino da opacidade e, da contagem regressiva.

Não há novidade alguma nesta provocadora e, abusada iniciativa. Ao contrário, segue o velho método petista de confundir o contribuinte (aquele, que foi o eleitor de boa fé), anunciando como recriação o que, em verdade, é mesmo uma novidade - pelo menos para quem prometeu austeridade fiscal, pois trata-se, em primeiro lugar, de um caso do aumento da carga tributária com uma sigla.

O que quero dizer? Que isto não passa de uma vigarice, para escamotear a tentativa de aumentar a escorchante carga de impostos já existente. Siga-me, caríssimo leitor:

Todo o engodo com a suposta recriação da CPMF começa pelo fato de que, depois da extinção da CPMF, o governo aumentou a CSLL e o IOF, como forma de compensação e manutenção da arrecadação daquela "contribuição". Repito: com a extinção da CPMF, o governo aumentou dois impostos já existentes, para continuar com o mesmo patamar de arrecadação.

Vai daí, que o suposto e atual motivo da recriação da CPMF, não existe. Ou seja, o que o governo quer mesmo é aumentar de uma forma vigarista, a carga de impostos já que já castiga o contribuinte brasileiro, usando o mentiroso argumento de aplicação de mais recursos na área de saúde.

Se fosse o caso, como o recurso está garantido já o teriam feito, certo? Aí, está: uma safadagem que entrega a imcompetência governamental*. O de sempre, portanto.

Um link, a respeito:

http://www.notadez.com.br/content/noticias.asp?id=58671

Mas, recordemos das promessas que constava do plano de governo da candidata que se elejeu presidente:

"... IMPOSTOS

106. Reduzir a zero os tributos sobre investimentos para aumentar a taxa de crescimento do país.

107. Reduzir os impostos cobrados de empresas de ônibus, com obrigação de repasse do benefício para o preço das passagens.

108. Reduzir os impostos sobre empresas de saneamento para impulsionar mais obras de água e esgoto.

109. Reduzir os tributos sobre energia elétrica.

110. Reduzir os impostos sobre a folha de pagamento das empresas para estimular a geração de mais empregos.

111. Possibilitar a devolução imediata do crédito de ICMS às empresas exportadoras.

112. Incentivar uma reforma para simplificar os tributos, mesmo que seja feita de forma fatiada.

113. Trabalhar para acabar com a guerra fiscal entre os estados.

114. Defender a desoneração da folha de salários. Para não prejudicar o financiamento à Previdência, o Tesouro faria a reposição.

115. Trabalhar para garantir a devolução automática de todos os créditos a que as empresas têm direito. Possibilitar a devolução imediata do crédito de ICMS às empresas exportadoras.

116. Informatizar o sistema de tributos para alargar a base da arrecadação e diminuir a alíquota.

ADMINISTRAÇÃO

...omissis...

119. Concretizar, com o Congresso, as reformas institucionais, como a política e a tributária.

120. Não promover a reforma da Previdência. Mas pode ser feito um "ajuste marginal".

CONTAS PÚBLICAS

123. Não fazer ajuste fiscal (o clássico, com corte indiscriminado de gastos). Mas não abandonar a estabilidade ou o controle de despesas.

124. Fazer uma reforma do Estado para dar mais transparência ao governo e eficácia no combate à corrupção.

...omissis..."

O que se prometia e o que se anuncia tem muita diferença. Será um caso de esquizofrênia política?

Não. Não, é isso. Com os petistas - guarde isto como um lembrete, caro leitor -, as coisas são diferentes. Historicamente, a palavra deles é o inverso da ação realizada. Isto é: escreveu, assinou, prometeu, não valeu!...

A CPMF foi uma invenção da era Sarney, que chegou até o atual governo, quando foi enterrada pelo Congresso Nacional, numa votação histórica - porque foi a única vez em que o governo foi vencido e, contrariado nas suas pretenções divinas.

Mas, vejam que há um método já conhecido no anúncio da "revitalização" da CPMF. Em primeiro lugar, quem anuncia não é que pretende enfiá-la guela do contribuinte abaixo. Em segundo lugar, porque tentam atribuir a recriação do monstrengo à oposição, alegando que a CPMF era fruto do desejo dos governadores dos estados mais desenvolvidos do país.

E aí fica bem demonstrado que estão de aproveitando da CPMF para se vingar do eleitor, que elejeu gente de oposição para governar os estados responsáveis por 61% do PIB nacional, numa vendetta executada para enlamear a imagem dos governadores eleitos pelo voto popular.

Eles não se cansam. E, não deixam ninguém descansar. O método é conhecido. Faz e, diz que a culpa é de outro. E o quando o outro vai reclamar, responde: “não sei porque estou te humilhando. Mas, você deveria saber porquê está sendo humilhado.”

O problema: a oposição aceita, genuflexa e muda - isto, quando não está paralisada e, perplexa ou, por outro lado, se sentindo assim meio nas nuvens, diante de um elogio dirigido - estou falando do vaidoso ex-governador de Minas Gerais, que parte a petezada finge querer elejer para presidente do Senado Federal**.

Se leram os itens do programa de governo da candidata eleita, verão que a recriação da CPMF tem há ver com o tipo de governo que ela pretende, em verdade, realizar - muito diferente do que foi dito em seu já célebre discurso de eleição.

Vendetta. Vingança - é isso. Com a recriação da CPMF, os petistas se vingam da única derrota sofrida no Congresso Nacional. E, manipulando a notícia (com ajuda da imprensa "a favor"), já colocam os governadores eleitos sob suspeita, entrementes garantir recursos para, com o perdão do trocadilho, fazer jorrar pelo ladrão.

*Um link muito bom, a respeito:

http://www.notadez.com.br/content/noticias.asp?id=58671

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**Em 06.11.2010 - E as coisas ficam mais fáceis, quando oposicionistas, em vez de posicionar-se como tal, resolvem surfar na onda de oportunismo da candidata eleita para tirar os dividendos que podem, ainda que isto signifique a ameaça de implosão de um projeto de poder. Estou falando do senador eleito pelas Minas Gerais e, Antonio Anastasia, eleito governador do Estado.

Pelo que não fizeram pela candidatura do presidente da república do partido (deixando que amargasse uma votação pífia, quando um percentual razoável de votos seria o suficiente para elegê-lo) e, pela posição que assumem agora, em relação à CPMF levantam maré de dúvida quanto ao exercício do papel de oposição - e, por isso mesmo, muita gente já firmou uma posição negativa de voto a Aécio Neves, caso se candidate a presidente da república nas próximas eleições.

Um tanka, para fechar este artigo:

Aécio virou peixe

e nadou pro Paranoá --

pescadores por lá

isca de tuvira e mussum

no anzol de pegar traíra