Refletindo pós-eleição presidencial 
 
     Após as eleições findadas, normalmente é um momento de analisar a derrota e tirar algumas reflexões do candidato perdedor, já que para o vencedor resta apenas comemorar.
 
     Para esta analise é preciso voltar a história e admitir que quando Lula se elegeu pela primeira vez, a sociedade estava dando uma resposta ao governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), que não estava mais satisfeito e que seu governo se encontrava desgastado. Naquele período, Serra vinha do governo de FHC como Ministro da Saúde, ou seja, Serra representava a continuidade do governo saturado. Sendo assim, ao se votar em Lula era mais um voto de protesto de que um voto à Lula. Foi notório naquele período, que a sociedade de um modo geral, tinha receio do Partido dos Trabalhadores, no entanto, Lula era o que representava mudança de direção no País.
 
     Com a vitória de Lula e dando continuidade nas políticas econômicas e sociais, porém com uma nova roupagem, ou seja, Lula mesmo seguindo as diretrizes de seu antecessor provocou uma auto estima pelo seu carisma e a forma de comunicar-se com a sociedade, no entanto, nos bastidores o PT foi construindo uma base para um projeto de Poder. 
 
     Pois bem, com a estabilidade da moeda e com as privatizações de algumas grandes estatais brasileiras como, por exemplo, as telecomunicações o Brasil pode investir. É preciso frisar que a partir de um estancamento da inflação pode-se criar vários projetos, inclusive promovendo Leis que favorecessem políticas econômicas e sociais em longo prazo.
 
     Recapitulando; algo interessante observar que no passado, a grande dificuldade de vencer a inflação estava na cultura inflacionaria, ou seja, muitos acreditavam ganhar com a inflação e assim, planos que se faziam não conseguiam ultrapassarem a barreira da cultura. Por que fiz esta recapitulação? Porque com a estabilidade inflacionaria a sociedade também passou a construir uma cultura de compra que o leva a sentir-se feliz e acreditar que isto é bom. Porém, é notório que esta cultura é perversa e tem levado a sociedade a um endividamento desnecessário e perigoso, pois devido à facilidade do crédito ela está comprando produtos uma, duas vezes acima de seu preço. No entanto, se sentem felizes, por estarem realizando seus sonhos de consumo adquirindo bens. Enfim, como sempre se analisa a vida no presente, baseada num passado, é natural que há uma sensação positiva em relação ao governo.
 
     Toda esta sensação de que o País está melhor que antes, ou seja, muito melhor do que o governo de FHC, a sociedade não quer mais voltar a ser governada pelo grupo que representa os partidos que estiveram aliados ao ex-presidente FHC.
 
     Pois bem, mas a sociedade encontra-se num grande dilema; por um lado ela se sente satisfeita com o novo governo, ela se sente mais inserida socialmente, no entanto, por outro ela vive a tristeza de ter um governo extremamente sem ética e corrupto. A sociedade tem consciência disto, no entanto, tem medo do governo anterior e qualquer candidato que represente este grupo encontra dificuldade em ser aceito pela sociedade.

     Finalizando, politicamente a sociedade vive um grande dilema que é encontrar um candidato ou partido que conquiste sua auto estima no que se refere à ética. Um Partido e candidato que passe a certeza que possa transformar o Brasil moralmente melhor e que a continue os avanços conquistados.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 01/11/2010
Reeditado em 01/11/2010
Código do texto: T2591367