A força do povo

Seria ótimo se o povo brasileiro tivesse as condições ideais e necessárias para avaliar e decidir sobre a escolha de seus dirigentes. Amanhã a hora se fará chegar e mais de100 milhões de brasileiros estará cumprindo com o dever cívico de ser co-responsáveis pelos destinos da nação, mesmo que esse destino, no dia seguinte, seja decidido a revelia do que almeja nosso humilde povo. Foi assim durante o não saudoso governo Sarney, onde a inflação e a corrupção grassavam sem piedade. Foi também assim no tenebroso governo do Collor que saqueou a população com o famigerado Plano Collor e ainda por cima bradava aos quatro ventos que tinha aquilo roxo, tentando impor o medo a quem se lhe opusesse. Hoje, o presidente saqueador é visto como bobão pela população, apesar de não ser nada bobo.

Os dois, tão combatidos, na época, pelo fundador do foro de São Paulo e hoje presidente do Brasil, o mesmo brasileiro que foi veementemente contra o fator previdenciário imposto por FHC e que, após a derrubada do nefasto fator pelo senado e pela câmara de deputados ( com letras minúsculas mesmo) em junho(?) deste ano, teve a desfaçatez de vetá-lo, tornando-se, portanto, um camuflado aliado de FHC, sem que o povo saiba.

É inacreditável como nossos líderes políticos, Sarney, Collor e Lula conseguem enganar o povão. O mais velho deles, o Sarney, resiste incólume a todas as acusações que lhe são feitas. Nada abala sua posição de presidente do senado. Collor, mesmo sendo reprovado nas urnas pela população de seu Estado, mantém-se lambendo a rapadura no governo federal, através do poder de mando junto à Petrobras e o último, nosso déspota dissimulado, com pouca sabedoria ou sob efeito etílico, rotula aqueles que não aprovam seu governo, - 3% segundo a última pesquisa do Ibope, como sendo vinculados a algum partido de oposição, como se filiados a partidos políticos, sejam de oposição ou não, fossem as únicas pessoas com capacidade de raciocínio para não aprovar o que pensa e o que faz o Presidente da República. Por essas e outras tantas incoerências de Lula, sinto-me muito à vontade para dizer que gostaria muito de aprovar muitas e não todas as ações de Lula, porém com uma condição: que ele fosse mudo. Fala muito e se perde pela boca, tal e qual um deputado estadual piauiense, conhecido como incontinência verbal. Como esses cidadãos estarão no poder, de uma forma ou de outra, também não acredito que o voto popular venha a modificar o que está posto, em razão da alternativa que desgraçadamente se nos impõe e a julgar pelas últimas pesquisas eleitorais.

Rui Azevedo

Artigo publicado no jornal Diário do Povo - Teresina-PI. em 30/10/2010

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 30/10/2010
Código do texto: T2587474