PESQUISA ELEITORAL

Nesses tempos de eleição, volta e meia nos deparamos com uma pesquisa eleitoral dando vantagem a um e a outro candidato. Entretanto, jamais podemos confiar em pesquisas.

As primeiras desconfianças ficam por conta de eu nunca ter sido pesquisado. Ademais, não conheço ninguém que tenha respondindo a uma pesquisa.

Mas para confirmar minha desconfiança, resolvi promover minha própria pesquisa para presidente da República. Entre os dias 17 e 18 de outubro, lá vai eu falando besteira igual aos jornalistas e repórteres de uma maneira geral. Entre, pelo menos no meu entendimento significa no meio, portanto, entre os dias 17 e 18 não há nada. Assim, fica melhor nos dias 17 e 18 de outubro, fiz minha pesquisa, quando entrevistei 3.542 eleitores.

Desta entrevista, constatei que o próximo presidente da República seria uma mulher e por coincidência minha mãe.

Pois bem, vamos à metodologia que empreguei para chegar a essa conclusão. No decorrer dos dias citados, por volta das duas horas da madrugada, peguei o telefone e aleatoriamente fui ligando para várias cidades do país. Quando a pessoa atendia, como aquela voz melosa de sono eu lascava a pergunta:

- Em quem o senhor ou a senhora vai votar para presidente da República? Invariavelmente, a resposta era na puta que pariu. Esse voto eu computava para minha mãe. Quando a resposta era vai tomar no cu seu filho de uma puta, eu considerava voto nulo. Pois não tinha certeza se o sujeito estava votando em mim ou na minha mãe.

Em resumo, como nem eu e muito menos minha querida mãe, que já nos deixou há anos, somos candidatos a alguma coisa, cheguei à conclusão que as pesquisas não são confiáveis. Por outro lado, também, concluí, tristemente como base num cordel que escrevi recentemente, cujo mote era: Tá chegando a eleição/ e não sei em quem votar, que realmente o povo não sabe em quem votar. Como se justifica não candidatos receberem votos?

Entretanto, como já elegeram o Cacareco em São Paulo e o macaco Tião no Rio, é possível elegerem minha falecida mãe presidente do Brasil e para o país, se ela fosse viva, seria uma grande conquista, pois garanto que honestidade terei acima dos nossos atuais postulantes.

Henrique César Pinheiro

Fortaleza, outubro/2010.