Política para Políticos
Apresentação:
O presente artigo tem por finalidade discutir a necessidade da consciência política para a população em geral e, especialmente, para os candidatos que almejam um cargo político público.
O assunto será melhor apresentado em meu primeiro livro, a ser publicado oportunamente.
POLÍTICA PARA POLÍTICOS
Paulo Bartollo
Por que tanta demora na realização de obras sociais? Por que tantos projetos de lei engavetados? Por que tanta lentidão no Sistema Estatal? Por que tantas promessas que não se cumprem?
Antes de entrar no debate destes assuntos, convido o leitor a refletir e responder as questões seguintes:
Você passaria por uma consulta médica com um profissional que não tivesse o diploma de medicina? Pegaria um avião sabendo que o piloto não tem experiência em horas de vôo? Ou ainda, viajaria de ônibus com um motorista que só é habilitado para a condução de motocicletas? Obviamente que não!
Se sua saúde e sua segurança são vitais e não devem estar nas mãos de pessoas despreparadas, o que dizer então de algo que influi diretamente na sua vida todos os dias? A Política?
Não é novidade nos depararmos com atores, modelos de revistas masculinas, apresentadores televisivos e palhaços, adentrando em suas residências através dos meios de comunicação, para pedir o seu voto.
Longe de criticar a dignidade das profissões supra citadas, bem como de julgar a boa vontade destes candidatos, mas, há que se pensar: Sabem propor um projeto de lei? Conhecem o funcionamento burocrático do Estado Brasileiro? Conhecem exatamente como realizar uma licitação para uma obra? Estão preparados para a Política? São de fato, Políticos?
Não é por mero acaso que o sistema político brasileiro é tão vagaroso e ineficiente. A máquina é entregue nas mãos de quem não sabe operá-la.
Muitos dos projetos de lei poderiam não estar arquivados, se ao menos o idealizador se desse ao trabalho de ler os 20 primeiros artigos da Constituição Federal (leitura obrigatória para os políticos). Se, de fato, a conhecesse, o "político" não os proporia, pois saberia, com efeito, que tais projetos seriam utópicos, não estando de acordo com as normas estabelecidas e só atrasariam os trabalhos do Senado e do Congresso.
Como seria bom se isto não acontecesse! As leis coniventes seriam votadas mais rapidamente, as reformas políticas "necessárias" entrariam em vigor em consoante com a necessidade de adequação e mais! o hospital do seu bairro, proposto pelo seu candidato, já estaria em construção dias após a posse para o mandato!
A política brasileira é complexa. Idéias existem e os procedimentos para colocá-las em prática também.
De fato, política é profissão, não aventura, e devido a isto, qualquer cidadão que se propor a ocupar um cargo público deve sim estar devidamente preparado para assumí-lo.
Por este motivo há, de imediato, a necessidade do Estado impor matéria curricular obrigatória, sobre consciência política nas escolas públicas e, para os cidadãos que buscarem se candidatar, uma prova de conhecimentos gerais e políticos (aplicada pelos TRES) para que possam, de fato, ter direito a uma candidatura.
Ao final desta pequena reflexão, encontramos a única resposta cabível para as perguntas expostas no primeiro parágrafo deste artigo: A falta de preparo.
Paulo Bartollo é Graduando em Direito pela Universidade Bráz Cubas, em Mogi das Cruzes/SP