O VOTO E O VETO

Como o voto é secreto, as consciências têm que estarem livres em tudo, principalmente dos aproveitadores de ultima hora. Não nos cabe aqui, delinear partidos, pois que muitos são, literalmente "partidos". Infelizmente a reforma política ainda não aconteceu para nos permitir uma versão mais moderna da nossa legislação e, enquanto isto, a gente vai escolhendo o "partido menos partido"... Só assim poderemos errar menos o que já é uma vitória diante da guerra suja de acusações e das "armadilhas" dos marketeiros para nos seduzir enquanto eleitores. Montagens, colagens, recortes, jornais, revistas, criança rindo ou chorando, gente feia e bonita, uso e abuso de idosos, tudo para nos conduzir via TV para o voto. Até parece que a gente não acompanha a vida pública do país, pelo menos num nível aceitável. Candidatos católicos simples viram fervorosoa, ateus viram crentes. Visitam igrejas de todas as denominações, terreiros de macumba, videntes, cartomantes, quiromantes, pais de santo, babalorixás. Ficam, os candidatos, a favor de todas as minorias; defendem o indefensável e condenam o incondenável, etc., tudo por conta do voto. A gente tem que saber votar e vetar ao mesmo tempo. Votando bem, veta-se, por exemplo, a precária saúde pública que temos.

Insisto: pensam que nós, eleitores, não pensamos! É certo que boa parte dos brasileiros vota e não acompanha em quem votou para cobrar depois. Mas esta realidade está mudando e a Lei da Ficha Limpa é esse reflexo, pois ela começou de baixo pra cima até ser sancionada pelo Presidente Lula. O que nos cabe agora é dar o troco com base na consciência: nada de tiririca, voto em branco, nulo, nada. Esta escolha é definitiva porque nossa vida vai, de certo modo, depender das ações dos que ocuparem a Presidência da República.
Pelo que estamos vendo, há rabo preso nos dois lados. Mas não tratemos de votar no menos mal ou imitando a lógica malufista do "roubo, mas faço"... Basta entender que o País ainda está aperfeiçoando a sua democracia. Isto, no meu entender, significa que boa parte das instituições de controle público, bem como o próprio judiciário,  ainda não estão aparelhadas para executar seu trabalho com rapidez  por conta do sistema que, desde o descobrimento do Brasil já escondia "mazelas corruptoras". Não justifica, mas ajuda a entender, pois se alguém rouba e a polícia prende, mas a justiça solta ou nem chega a prender por conta de RECURSOS JURIDICOS MIL. Evidente fica que os governos passados não se interessaram pelas reformas estruturais que o páís precisa. Dito diferente: um caso de corrupção tem que ser apurado. Só que a apuração esbarra nas brechas legais que a gente fica pensando: será que os legisladores quando fizeram leis tão frouxas não estariam legislando com medo do futuro deles?

Voltando a "vaca fria", votar é a única alavanca cidadã que o homem encontrou, via democracia, para conduzir seu destino. Na busca do voto os candidatos tudo fazem para que votemos neles, inclusive nos seduzindo por todos os meios e veículos de comunicação. Como se não bastasse, convidam figuras supostamente importantes para ajudar a carrear votos. Neste bojo, os religiosos ficam em alta, como as ações da Petrobrás. Nada contra, mas passa a ser uma faca de dois gumes, pois alguns MALAS logo se prestam para tal, posto que já vendem a Cristo todo dia e vender os pecadores seria apenas um detalhe a mais.
A aparição do MALA num dos guias eleitorais me deixou perplexo. Como pode um candidato que quer ser Presidente da República ceder espaço no seu Guia Eleitoral para um MALA? Esse senhor é o que tem de pior, reacionário, intransigente, perseguidor de minorias e oportunista de plantão. São esses detalhes que a gente fica triste, mesmo considerando que somos, enquanto eleitores, "pescados" sob todos os pontos de vista, custe o que custar. Porque me custa, enquanto cidadão, ver o Mala Faiando com Deus (ele é o próprio, pois julga, condena e absolve), desde que haja dinheiro por perto. Acho que se Martinho Lutero estiver vendo isto, logo ele, O MALA, receberá uma bordoada talvez com ajuda do capiroto, do chifrudo, do "coisa ruim"...
Certamente isto faz parte do jogo, poderão dizer. Concordo, mas não se joga estabelecendo a falta de compostura como regra. Competirá, pois, a nós, a grande tarefa de dizer sim ou não. Esse sim ou não tem que ser consciente não em função de denuncias, mas de uma proposta política descentralizada conduzida por um grupo de pessoas sem  ambições particulares superiores às coletivas. O voto deve representar a melhoria das condições de vida de todos. O difícil para o eleitor é saber quem está falando a verdade, mas no fundo, bem no fundo, profundamente, ele sabe quem mudou o país... 

Perguntar não ofende: "Qual o único presidente do Brasil com aprovação popular de 81%?

A resposta você dará no dia 31. Lembre-se, 31 é 13 ao contrário. 13 é o número que seguiu o Papa João Paulo II em toda sua vida.