O TUDO QUE AS PRÉVIAS NÃO PREVIRAM
Há poucos textos atrás, eu aqui colocava minha simples opinião indignada de eleitor, quando comecei a perceber nitidamente a "instrumentalização política" pelos partidos e pela mídia, quanto ao REAL interesse em se divulgar, quase que compulsivamente, o resultado das prévias eleitorais lançados pelos institutos de pesquisa de dados.
Algo me parecia estranho, uma dinâmica possivelmente além do profissional interêsse da divulgação de tendência de voto para os eleitores cidadãos, a todos que indiscutivelmente têm o direito constitucional à qualquer tipo de informação.
Muito bem, aqui coloquei que sentia as prévias dos institutos como uma nítida forma de influenciar e manipular a vontade do eleitor menos precavido,os mais ingênuos, que na verdade quase sempre acabam por fazer voto útil ou até voto inconsciente quando se sente perdendo seu voto para um candidato dado como de menor preferência pelas prévias eleitorais.
Esse sentimento "de perda" é muito cultural entre nós eleitores e claro que todos os profissionais de marketing, da política e de certa fração da mídia sabem deste fenômeno.
Enfim, as prévias me parecem trabalhar mais a serviço dos candidatos do que à informação dos eleitores. Gostaria de possuir uma percepção errônea quanto à essa sensação que descrevo.
Porém, essas eleições que acabam de expirar na sua primeira fase nos mostraram claramente a provável veracidade desta minha preocupação.
Quantos eleitores votaram baseados nas pesquisas de resultados prévios tão díspares da realidade pós urnas? Quantos mudaram a intenção de voto na última hora, após um dado duma prévia encomendada , por exemplo, ao toque dos debates?
Algum instituto de pesquisa saberia responder estas perguntas?
Percebe-se em muitos resultados das eleições grande incongruência com a tendência de voto divulgada pelas pesquisas prévias em vários locais do país e a mim tal fato suscita um fenômeno eleitoral que deveria ser repensado e regulamentado, inclusive pela justiça eleitoral.
Havia algum interesse de se manipular as pesquisas...ou não?
Prévias seriam instrumentos de marketing político...ou não?
São simples perguntas dum mero eleitor, cujas respostas possam esbarrar na imensa dificuldade técnica de se responder a contento.
Ando com "a pulga atrás a orelha" com certos institutos de pesquisa...
Se existe tanto cuidado em se proibir boca de urna, para não influenciar o eleitorado, eu pergunto, não seriam as prévias uma forma de "boca ante-urna" oficializada?
Se vivemos uma crise das instituições como um todo, a impressão que me ficou depois dessas eleições é que a própria "instituição" dos institutos de pesquisa não escapam à tal crise institucional ampla ,total e irrestrita! Dificíl acreditar no contrário, no interesse imparcial e meramente profissional desses institutos a nos divulgar as verdadeiras tendências do eleitorado.
Algo a ser pensado e repensado, repito, pelas autoridades responsáveis pela condução honesta do processo eleitoral e inclusive por todos nós eleitores, no intuito até de se proteger os eleitores mais influenciáveis!
Esqueçam as prévias. Voto é algo CONFIDENCIAL. Algo que não deveria ser lançado aos quatro ventos, à serviço de intenções não muito bem claras ao eleitorado.
Votemos com a nossa consciência norteada pelos diagnósticos dos tantos fatos, e sempre amparada pela intuição dos nossos corações.
É o melhor caminho para a consolidação das nossas melhores escolhas.