Candidaturas
Nesse período eleitoral, após as campanhas e o horário eleitoral gratuito (sofrível), imaginativo que sou, elaborei uma ideia para que se filtre o contingente de aspirantes às candidaturas aos cargos do Executivo e Legislativo, nos âmbitos estadual e federal: trata-se de submeterem-se à uma prova (uma espécie de vestibular) a ser aplicado pelos TREs, e em caso de aprovação, então estariam aptos, perante o TSE, para postulância ao pleito popular. Com efeito, candidatos que não tiverem uma qualificação mínima, certamente não participariam do processo eleitoral na condição de candidatos, assim como os candidatos que infringirem a lei da "ficha limpa".
Para concorrer às vagas da Assembleia Legislativa, por exemplo, os postulantes deveriam ter conhecimentos prévios de aspectos sócio-econômicos da unidade federativa a qual pretendem representar, bem como sobre fatos geopolíticos, geográficos; agregado-os a conhecimentos de português, matemática e informática. Aprimorou-se tanto o instrumento de captação de votos, ou seja, a urna eletrônica (agregando-se atualmente a tecnologia de leitura de impressões digitais), por sinal uma referência mundial bem sucedida, entretanto, tudo isso pode se perder devido aos maus candidatos, eleitos ou não.
Pensamento meu: Mais vale um voto na cédula de papel em um bom candidato, do que um voto eletrônico em um mau candidato...
Portanto, negligenciou-se o procedimento depurativo das candidaturas em detrimento do procedimento de captação de votos, ao passo de que ambos deveriam ser burilados igualitariamente.
Apenas trato de minhas sugestões, pois os critérios para a referida "sabatina" estariam sob responsabilidade do TSE e TREs.
Imaginemos centros de excelência em suas áreas, como o Instituto Rio Branco, a Faculdade de Direito do Largo do São Francisco, o ITA, a USP, a Unicamp, as universidades federais... para fazer parte do corpo discente (e também do corpo docente), os candidados passam por processos seletivos exigentes, criteriosos e predominantemente eficazes. Imagine-se (guardadas as devidas proporções, peculiaridades, e propósitos) em relação aos cargos expressivos da governança... Para ser, por exemplo, um deputado, deveria se exigir antes e após o processo eleitoral, maior quilate dos candidatos... Tal texto surgiu em virtude do inconformismo pela vitória (e da forma como ela ocorreu) do candidato "Tiririca"... e pelo fato de a postulância dele não ser um caso isolado...
Carlos Augusto de Matos Bernardo
Post Scriptum 1: "A equipe do palhaço e deputado federal eleito Tiririca está negociando com o diretor André Klotzel para que a vida dele seja retratada num documentário ou num longa-metragem." Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/845250-vida-de-tiririca-deve-virar-filme-e-minisserie.shtml
Post Scriptum 2: é curioso o fato de nenhuma das pessoas abaixo ter cogitada a gravação de um filme em sua homenagem... Fica a sugestão deste autor.
Fonte: http://super.abril.com.br/superarquivo/1996/conteudo_30078.shtml
"100 motivos para se orgulhar da ciência brasileira
Por Ricardo Arnt e Heitor Amílcar
Muito prazer. Queremos apresentar a você a elite da ciência brasileira: cem cientistas e instituições científicas fundamentais, do passado e do presente. Para comemorar a edição número 100 da SUPER — cem revistas dedicadas à aventura do conhecimento, desde a primeira, em outubro de 1987 —, decidimos homenagear esses brasileiros. São eles que carregam a lâmpada de Diógenes — a luz do conhecimento — com bom ou mau tempo. Você agora vai conhecê-los melhor. E se orgulhar deles.
Todo mundo sabe que não é fácil ser cientista no Brasil. Todo mundo sabe que falta dinheiro etc. Mas é incrível: os obstáculos estão aí para serem vencidos. Os cientistas brasileiros têm qualquer coisa de heróis. Além de talento e inteligência são homens de vontade de ferro.
Para listar o supertime que você vai ver nas próximas páginas, nós também precisamos de garra. Começamos consultando cientistas das mais diversas áreas. Eles nos mandaram listas dos melhores de sua disciplina. Confrontando as relações, consolidamos um conjunto de 160 nomes ilustres. Difícil, quase impossível, foi reduzir essa lista. Quando por fim chegamos aos cem, havíamos consultado 116 cientistas e mais bancos de dados, bibliotecas, jornais e revistas. Conversamos ou trocamos faxes com quase todos os escolhidos vivos, inclusive com o sociólogo que hoje é presidente da República e com o cardiologista que é ministro da Saúde. Uma trabalheira danada. Uma trabalheira em equipe: sete jornalistas e dois meses de pesquisa.
O resultado é esta seleção de cem homens, mulheres e instituições, distribuídos em treze disciplinas. Alguns desenvolvem trabalhos interdisciplinares mas figuram numa única disciplina apenas para efeito de simplificação.
Importante: esta não é nenhuma lista dos "cem mais", nem um ranking dos mais produtivos. É sobretudo uma homenagem aos cientistas brasileiros e a você, leitor, que nunca os viu reunidos. Você tem aqui mais do que uma lista: tem uma radiografia da ciência brasileira.
Uma radiografia, sim. Esta reportagem fez aflorar as opiniões dos gênios brasileiros sobre sua condição de pesquisadores. E revelou duas constantes. A primeira é a crítica à falta de apoio, de plano estratégico, de verbas e de investimento. A segunda, mais sutil, admite que a ciência nacional, à imagem da própria cultura brasileira, tem sido generosa em teorias e abstrações, porém é pouco prática. Seu desafio seria justamente avançar nas tecnologias aplicadas.
Acima das críticas, contudo, encontramos uma tremenda vontade de progredir. Com ou sem dinheiro. Os cientistas são como o país, que avança, apesar de tudo. Tem problemas, mas quer resolvê-los. E não pára de produzir." (continua no site)