O sucesso é insulto pessoal - O espírito de porco finge que luta pela melhoria, mas torce pelo fracasso porque o sucesso é indigesto para quem sobrevive na lama
Lamento que o nosso município esteja cheio de pessoas que defendem a idéia do “quanto pior melhor”, são os chamados “espíritos de porcos”, que quando perdem a aposta que fazem nos seus candidatos começam uma nova torcida: pelo desastre do vencedor. É fácil reconhecê-los, primeiro porque eles não conseguem entender que no processo democrático o vencedor é aquele que obteve a maioria dos votos, mas que depois de assumir o cargo passará a governar para 100% da população. É fácil identificar esse pensamento, pois eles sempre utilizam as expressões na segunda pessoa: “o seu prefeito, o seu governador, o seu presidente”. Em segundo lugar, eles vivem a se empenhar na torcida pelo fracasso do governante, ou seja, torcem pelo desastre da administração e por conseqüência pela piora da qualidade de vida de toda a sociedade. O pior de tudo é que essas pessoas adoram falar de honestidade e trabalho, mas em geral são os maiores preguiçosos e desonestos.
Tomarei como exemplo de injustiça a praticada contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. FHC foi o maior responsável pela ascensão econômica da população brasileira, pois antes do Plano Real a inflação não permitia que as pessoas de baixa renda planejassem as suas vidas a médio e longo prazo. O açúcar de nossas mesas chegava a aumentar de preço três vezes no mesmo dia. FHC encarou o problema de frente, pois sabia que a inflação não permitia a concessão de crédito para que as pessoas comprassem casas, terrenos, carros novos e motos. Telefone fixo era coisa de gente rica e a telefonia móvel (celular) era tão impossível que não tinha espaço nos sonhos dos brasileiros. Computador? Nem pensar! Foi também no governo de FHC que a faixa mais baixa da pirâmide social começou a receber as famosas bolsas assistenciais e criou, através do empenho do ex-ministro da Saúde, José Serra, os medicamentos genéricos. Em suma, o FHC deixou a casa arrumada para que o presidente Lula continuasse o desenvolvimento do país e Lula, por sua vez, fez tudo direitinho.
No município laranjalense ocorreu situação semelhante. Todos os ex-prefeitos que passaram por este município deram sua parcela de contribuição, até mesmo aquele que sofreu a cassação, Manoel da Conceição, entretanto, a cidade passou a aspirar desenvolvimento a partir da administração do ex-prefeito Miranda e consolidou-se como uma cidade respeitada com a gestão de Euricelia Cardoso. Com a administração da jovem prefeita, a reputação da cidade e a visão de servidor público mudaram radicalmente, inclusive contribuindo na minha decisão de residir para sempre nesta cidade maravilhosa. É fato que ainda falta melhorar muito, mas não podemos comparar uma cidade de pouco mais de 20 anos de idade com muitas outras que já completaram um século de existência.
Para continuarmos aspirando progresso, é necessário que a gente valorize os nossos empresários e os políticos locais, pois são a eles que recorremos sempre que precisamos de algum apoio. Votar em políticos “Copa do Mundo” que aparecem aqui apenas de quatro em quatro anos é comprovar o desinteresse pela nossa cidade e colocar os interesses pessoais acima das prioridades da nossa comunidade. É admitir que a melhoria das nossas ruas, da segurança pública, da educação e da saúde são menos importantes do que os privilégios que receberão para si e para seus familiares.
Nestas eleições temos pessoas como o ex-prefeito Garimpão (Dep. estadual) e o empresário Antônio Carlos Diniz (Dep. Federal) como novas e importantes opções. Quem conhece a história dessas pessoas e ama Laranjal do Jari, não terá dúvida sobre a importância de confiar-lhes o voto. São pessoas em quem eu confio plenamente e por isso recomendo aos meus leitores. Jamais procurei essas pessoas para fazer algum tipo de pedido pessoal, assim como jamais me aproximei de algum político para tirar proveito próprio. Recomendo-as porque tenho absoluta convicção de que será o melhor para o município e região.
Desconsiderar esses fatos seria intolerância, burrice, ignorância e radicalismo. Os espíritos de porcos são tudo isso. Por que desconsiderar o êxito de FHC e de Euricelia Cardoso?! Tom Jobim, um dos maiores músicos do Brasil e do mundo, explica: “O Brasil, por força de uma teimosa tradição, em geral não convive bem com o êxito, pois o sucesso é um insulto pessoal”.