CADA POVO TEM O GOVERNO QUE MERECE

Nos dias de hoje torna-se cada vez mais verdadeira e incontestável a afirmação acima, título desta crônica. Desde os tempos do governo do Presidente Juscelino Kubitscheck que não temos paz e sossego com os homens que elegemos para comandar os destinos da nossa grande nação. O grande Presidente JK, talvez o maior estadista que este país já teve na sua história republicana, passou o governo ao gaúcho João Goulart, o qual iniciou uma série de reformas sociais que desagradaram a muitos da elite brasileira, inclusive aos militares.

Vai daí que o Jango acabou enfraquecido pelas greves que assolaram o país, pelo descontrole nas categorias sociais e por uma série de fatores que o pressionaram e culminaram na chamada “Revolução de Março de 1964”. Os militares assumiram as rédeas do governo, Jango exilou-se no Uruguai e a coisa escureceu de vez no Brasil por um quarto de século.

Depois desse período, veio a fase de redemocratização no país, tivemos eleições diretas e o saudoso Tancredo Neves (avô do nosso Aécio Neves) foi eleito para o cargo mais importante da república, o de Presidente democraticamente eleito pelo povo. As cenas da campanha pelas “Diretas Já”, com o povo nas ruas, de mãos dadas e cantando o hino nacional, encheram-nos os olhos de lágrimas e o peito de orgulho pela coragem cívica deste sofrido, mas honrado trabalhador brasileiro. Porém, oh!, sina do povo tupiniquim, ainda não seria dessa vez que teríamos o governo que merecemos. O presidente eleito foi acometido de um mal identificado como “diverticulite”, foi operado às vésperas da sua posse e, tristemente, acabou falecendo poucos dias antes de receber a faixa presidencial que tanto merecia!

Foi aquela confusão e advinhem qual o político que estufou o peito e acabou recebendo a faixa em seu lugar? José Sarney, meus senhores! Ele mesmo, o senhor feudal do pobre e sofrido Maranhão! Passou o tempo todo do seu “governo” fazendo a tal de transição política e não chegou a lugar nenhum. Os militares quase se agitaram novamente mas aí apareceu o moço de Alagoas com pinta de “Rambo”, o Collor de Mello, que foi eleito em 1989 mas acabou renunciando por uma bobagem, se comparado às falcatruas que eles cometem hoje em dia:- o caso de uma perua “Elba”, da Fiat, um carrinho que não era lá essas coisas. O seu assessor Paulo Cesar Farias (o PC) teria lhe comprado esse carro com as “sobras da campanha para a eleição”, bem como custeado a reforma dos jardins da “Casa da Dinda” em Brasília. Mas o Collor se complicou, foi encostado na parede e acabou caindo. Houve uma baita pressão popular, os “cara-pintadas” (estudantes e admiradores do movimento) saíram às ruas com o rosto em verde e amarelo, agitando bandeiras e cantando palavras de ordem, etc. Funcionou, decretaram o seu “impeachment”e o homem caiu! ... O mineiro Itamar Franco, vice-presidente, assumiu o mais alto cargo da república e, com Fernando Henrique Cardoso, seu Ministro da Fazenda, lançou o "Plano Real", o qual mudou a nossa moeda, eliminou a inflação galopante e estabilizou a economia do país. Consolidada a era Collor/Itamar, "FHC" foi eleito Presidente, sendo reeleito após seu primeiro mandato, saneando de vez as finanças do país, efetuando privatizações, consolidando o regime democrático e colocando o Brasil no grupo dos países emergentes, fazendo com que o mundo volvesse seus olhos para o gigante verde e amarelo da América Latina.

Depois disso veio o Lula (água mole em pedra dura), que já governa o país por dois mandatos consecutivos, apesar dos escândalos freqüentes, um atrás do outro:- mensalão no Congresso, anões do orçamento, o caso das ambulâncias, obras públicas super faturadas, fraudes nas licitações para medicamentos (Saúde Pública, o caso do “Tamiflu”) e assim por diante. A grana que rola em cada escândalo novo que chega ao nosso conhecimento (como esse da Erenice Guerra) daria para comprar milhares de “Peruas Elba”, sabem? E ele ainda quer nos empurrar goela abaixo a Dilma Rousseff como sucessora, uma guerrilheira e terrorista nos tempos da “Revolução”, pode?

Cabe aqui indagar por que não acontece o mesmo com a turma do “molusco” ? A roubalheira hoje é mil vezes maior do que esse caso do Collor. Não seria a hora de os “caras pintadas” saírem novamente às ruas, protestando? É incrível, mas a sociedade parece anestesiada, o povo brasileiro, mormente a grande maioria constituida pelas classes menos favorecidas, não está se dando conta da gravidade do momento político que vivemos. É o gado indo mansamente para o matadouro! ...

Aí, meu velho, quando o povo acordar talvez seja tarde demais e teremos que engolir essa porcariada toda durante mais quatro anos! ... Ninguém merece. Ou merecemos??? ...

-o-o-o-o-o-

B.Hte., 21/09/10

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 21/09/2010
Reeditado em 04/01/2012
Código do texto: T2511698
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