Tomando partido
Gosto de ver a direita raivosa, mormente em época de eleições majoritárias. Chega a ser cômico! Ela espuma feito um cão danado, vomita como nas disenterias desidratantes e baba na gravata, vitimada por uma espécie de ataque epiléptico.
De minha parte, não perco os editoriais da "Folha" e do "Globo". Também não perco a coluna do Élio Gaspari, essa espécie de alter ego do Eremildo, o idiota, aliás, personagem de sua lavra.
Delicio-me com o João Ubaldo e seus faniquitos bem-humorados, tentando convencer uma certa classe média de que estamos no fundo do poço. Outro que não perco é o Merval Pereira, esse Merquior menor. No entanto, neste caso, nunca sei o que realmente pensa esse egiptólogo, posto que sua coluna tem sempre um excesso de recheio da fala dos outros.
O ápice do meu delírio, entretanto, é quando entro triunfante numa banca de jornal para comprar a " Veja ". Aí é a galhofa, a chalaça. Deixo-a sempre no banheiro para os momentos de alívio e entretenimento gratuito. E é tanta bosta que sinto inveja das minhas mais comedidas.
A liberdade de imprensa salva os meus dias. Não fosse ela, estaria-me negado o lado mais risível das suas verdades.
Por fim, gostaria que todos os intelectuais de meia-tigela e alguns de tigela inteira estivessem desse lado. Só assim, no frigir dos ovos, eles talvez se convencessem de que não conseguem formar nem as opiniões de seus cães.