FARCs,Lula, Ingrid Betancourt e SAKINEH: qual a ligação?

Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, foi condenada à morte por apedrejamento. O mundo todo pede que pena de morte de iraniana por apedrejamento seja cancelada

Senhores leitores,

Tenho lido muitos protestos do povo brasileiro, no sentido de que Lula deveria intervir para salvar a vida da iraniana SAKINEH condenada à morte por apedrejamento. Mesmo tendo ele dito que (sic) era assunto interno daquele país e que não deveria intrometer-se…

Tanto é assim que na quarta-feira passada, inclusive, Lula disse que não intercederia pela iraniana. Todavia, após a repercussão não só nacional como internacional, parece que mudou de idéia (ou melhor: foi forçado a fazê-lo pelas manifestações do povo ). Não foi movido, portanto, por nenhum sentimento humanitário. Não se iludam, senhores. Ainda na semana que passou, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, telefonou para o colega Iraniano, Manouchehr Mottaki, para pedir o cancelamento da pena de Sakineh.

LEMBRANDO: o Caso Ingrid Bétancourt, refém das FARC

Relembro, por oportuno que, quando do caso de Ingrid Bétancourt, candidata à Presidência de seu país, seqüestrada pelas FARC e mantida prisioneira pelas mesmas por 6 longos anos, LECOMPTE, então seu marido, com o objetivo de salvá-la, pois aqueles guerrilheiros a mantinham como ’moeda de troca’ , tentou por diversas vezes obter audiência com o Reizinho de Pindorama e todas as vezes a resposta que obteve foi negativa. Em 2008 escrevera eu em artigo aqui postado: “Que me recorde, Lula nem mesmo permaneceu ’somente’ inerme, quando lhe foi pedida ajuda, como não recebeu Lecompte uma só vez, das muitas que este solicitou-lhe audiência. No entanto, SARKOZY, presidente da França, recebeu-o por diversas vezes, bem como aos filhos de Ingrid.

Foram envidados todos os esforços, com apoio da França, Estados Unidos e, penso URIBE ( leiam a matéria que postei para se certificarem pf) que coroaram exitosamente em sua liberdade.

Lula antes quieto, mudo e surdo se manteve. Somente pronunciou-se após a libertação daquela brava mulher que, delicadamente visitou o Brasil e Lula então fez de conta que havia participado de toda a operação que resultou positiva. Óbvio que Ingrid soube que ele nada havia feito. Preparada, no entanto, desde pequena para exercer cargos públicos do mais alto escalão – nada disse – mas, para o povo em geral, pareceu ter ele mostrado e atuado humanitariamente. Nada mais.

Escrevi no mesmo artigo mencionado retro, do qual transcrevo o seguinte: “E após a libertação dos quinze reféns das FARC, entre os quais Ingrid Betancourt, assisto declarações de Lula sobre o fato ocorrido. Palavras vazias. O texto não se adapta ao contexto – muito menos à inércia, tampouco à estória de vida (leia-se “ligações pessoais”) do presidente brasileiro.”

Por mais que agora negue e renegue,ele, Lula mantinha, sim estreitas ligações com os ’chefes das FARC’ .

Tanto assim é que designou alto funcionário do governo (Itamarati) para ciceronear o representante das FARC pelo Brasil afora, fornecendo ainda ao guerrilheiro (consoante noticiou reiteradamente a midia) – pasmem ! … passaporte diplomático!

Não se pode aceitar placidamente tal fato. “Passaporte diplomático” para o tal chefe das FARC – e doado pelo próprio presidente do Brasil?

Afinal, que pais é esse? Ou melhor: o que Lula está fazendo com nosso país como representante da Nação (leia-se ’povo’) brasileiro? Como todos aceitaram calados tal desrespeito, entregar um documento de tamanha importância, carimbado com as Armas da República Federativa do Brasil para um bandido! Dando-lhe direitos (que não são concedidos aos cidadãos comuns deste país), para que pudesse circular por onde quisesse como se brasileiro fosse – não como um cidadão comum, mas como se fosse pertencente ao próprio corpo diplomático de nosso país – e como as regalias que o referido passaporte confere? Como classificar- se esse seu inqualificável ato espúrio (se é que pode ser qualificado)?

Procede aqui uma pergunta: o Congresso da República tomou parte nisso também?

Urge que seus membros se pronunciem, por gentileza!

Ressalto: parece que pouco usou o tal passaporte, pois teve o fim de muitos assassinos: foi morto da mesma forma que matou e mandava matar inocentes.

Voltando ao caso de SAKINEH ,

leio que, hoje, 31/07/ Lula propõe a Irã receber no Brasil condenada a apedrejamento , transcrevo, com comentários pessoais, o que se encontra no link ao fim deste indicado.

Peço a todos os brasileiros que se manifestem apoiando seja SAKINET salva. Não se pode aceitar no mundo de hoje, pena de morte por adultério.

O Brasil inclusive, não considera mais o adultério como razão fundamental para o divórcio. Se considerasse, quantos não teriam que ser condenados à morte – se aqui houvesse essa pena ?

Meu comentário final e a latere:

Penso que há premente necessidade de todo o Sistema Penal Brasileiro ser urgentemente reformulado. Certos crimes deveriam ser punidos com a Prisão Perpétua a ser cumprida em presídios a serem construídos em nossas ilhas. Transformá-las em prisões penais agrícolas para os que lá ficassem, e comeriam do que a terra lhes desse, se convenientemente tratada. Assim, não teriam celulares, nem visitas íntimas nem comandariam o crime organizado como o fazem das prisões até de ‘segurança máxima’ . O governo dar-lhes-ia um certo número de bovinos, galinhas, ovelhas, etc… para tratarem e esses reproduzindo, teriam o que comer e da terra sairia seu sustento.

Informo,outrossim, para os que desconhecem: cada bandido preso, custa cerca de quatro a cinco salários mínimos – pagos por nós, o povo.

A Prisão Perpétua deveria ser instituída não só para crimes hediondos como até para outros perpetrados mesmo por ’representantes do povo’, dependendo de suas ações.

Penso também que a cadeia especial para os que têm grau de Bacharel, deveria deixar de existir. Bandido é bandido – com ou sem estudo. Esses, os que tiveram oportunidade de estudar, deveriam portar-se como seres que entendem mais do que os que não puderam fazê-lo.

Já imaginaram um Sarney, um Maluf, e outros tantos, que têm esvaziado os cofres do Estado reiterada e desavergonhadamente, por esse ou aquele motivo – muitas vezes querendo fazer-nos crer estarem no ’estrito cumprimento do dever’ em uma prisão como a que acho deveriam ser todas?

Pensem, senhores leitores sobre o que escrevi. Seria uma forma de irmos ’limpando o terreno’ para serem semeadas novas sementes que germinarão e crescerão como plantas fortes e sadias, dando flores e frutos, livres dessa imundícia e corrupção que assola este país há muito tempo.

Mirna Cavalcanti de Albuquerque

OAB/RJ 004762

CORPO DA MATÉRIA

O Presidente fez apelo a Mahmoud Ahmadinejad e citou ’amizade’ com o líder. Ele disse que ’nada justifica’ o Estado tirar a vida de uma pessoa.

“O presidente Luiz Inácio da Silva fez um apelo ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pela vida de Sakineh Mohammadi Ashtiani, uma iraniana de 43 anos, mãe de dois filhos, condenada à morte por apedrejamento por supostamente cometer adultério com dois homens. Lula fez a ressalva de que é preciso respeitar a soberania e as leis do país, mas disse que “nada justifica um Estado tirar a vida de alguém“.

O presidente brasileiro, que recentemente participou de negociações sobre um acordo nuclear com Ahmadinejad, citou a “amizade” entre os dois líderes.

“Se essa mulher está causando incômodo, nós a receberíamos no Brasil de bom grado”, propôs o presidente. “A traição lá tem um tipo de pena é enterrar a mulher viva e deixar a cabeça para fora para o povo jogar pedra“, relatou Lula.

As declarações foram dadas durante comício em Curitiba ao lado da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Lula começou a falar sobre o assunto valendo-se do fato de o partido ter uma candidata. Depois, disse que, se Dilma for eleita, ela poderia telefonar para Ahmadinejad pedindo a libertação da iraniana. “Tenho certeza de que ela vai ter sucesso”, (*) disse.

Lula pode ajudar a libertar condenada a apedrejamento, diz ativista iraniana

Entenda o caso da condenada à morte por apedrejamento no Irã Presa desde 2006

Sakineh foi condenada a 99 chibatadas por adultério. Tempos depois, a reabertura do processo decidiu por sua execução. De acordo com a lei islâmica, a sharia, crimes como assassinato, estupro, tráfico de drogas, assalto à mão armada e adultério são passíveis de serem punidos com o apedrejamento.

O caso provocou uma repercussão internacional e o governo iraniano anunciou uma revisão da pena, sem deixar claro se o apedrejamento estaria suspenso.