Totalitarismo Democrático (Senzalla: “Gullag da Gulla”)

Paisagens paradisíacas com água de coco à mão. Os “hippies” acampavam no descampado. Quantos quilômetros de praias a caminhar para não se sentirem castrados pelo autoritarismo então vigente nas escolas e academias. Mochileiros saídos das salas de jantar. Docentes e discentes migrados do útero mais elementar de que se tem notícia. Fugindo da possibilidade de se descobrirem baratas kafikianas. Aquelas, cantadas e decantadas pelos Mutantes.

Uma juventude ávida por viver os últimos momentos históricos do sonho. Viver e não ter vergonha de ser aprendiz das derradeiras noites de luar. Aquela parcela da juventude acreditava na possibilidade de não cair no fosso sem fundo da rotina do cartão de ponto. A estrada significava a possibilidade de diálogo, questionamento, sexo, viagens ao interior do tempo perdido. Longe dos constrangimentos contaminados pelos ambientes tombados pelo patrimônio histórico nacional da castração da libido, das ideias e dos ideais humanistas agonizantes.

A emenda Dante de Oliveira possibilitou a campanha pelas Diretas. Os militares, afinal, começavam a ser despojados do poder executivo. A praça dos Três Poderes reivindicou-se aos eleitores. Naquele tempo se escrevia Lula sem dois elles. Brizola, Montoro, Ulysses Guimarães e Teotônio Vilela. A Rede Globo de tvvisão desobedecia as ordens do Palácio do Planalto. Os comícios mostravam-se no Jornal Nacional. Sir Ney seria empossado presidente pelo fato político nefasto da passagem de Tancredo em direção a algures.

As circunstâncias conduziram o imperador do Maranhão e do Amapá à presidência. Os eleitores brasileiros brasileiros jamais quiseram isso. Resultado: o político da Arena hoje presidente dos “pizzaiolos” do PMDB fisiológico, devasta sua memória política com toda espécie possível de distorções institucionais, protegido pela truculência ameaçadora da “tropa de choque” que lhe serve de apoio político na Casa Grande Senado.

Sir Ney, aquele que definiu Collor “o maior batedor de carteiras da história do Brasil”, aceita o impeachado ex-presidente seu defensor e lugar-tenente de Renan Babá, que por sua vez perdeu a presidência da Casa Grande Senado por atos de improbidade administrativa e corrupção.

O país, tanto tempo depois das Diretas, ainda transpira o ar viciado, o odor apodrecido das pizzas políticas fabricadas no forno crematório das esperanças dos brasileiros brasileiros. Os eleitores há muito padecem de indigestão política. Na sala de jantar os tvespectadores estão cada dia mais perplexos com a alimentação apodrecida que lhes servem os “pizzaiolos” da Casa Grande Senado. Há muito tempo esses “pizzaiolos” produzem filmes políticos de horror moral, da mais elementar chanchada que se conhece: O Totalitarismo Democrático da Corrupção Institucional Impune.

Por que a “tropa de choque” de Sir Ney está a fazer política do “faz de conta que estamos a vituperar em sua defesa?” A realidade é outra. A “tropa de choque” não possui a mínima remota intenção de defender o atual “presidente dos pizzaiolos”. O que ela quer é manter em evidência tvvisiva a carranca paleolítica e regressiva do ex-presidente impeachado. Para que ele volte a vampirizar as esperanças dos eleitores brasileiras e brasileiros, ressurgindo morbidamente do mundo dos mortos-vivos da política enquanto candidato em 2010.

E a quem ela, “tropa de choque” tenta enganar? Os milhões e milhões de eleitores sem escolaridade funcional. Saídos de uma “formação escolar real e/ou virtual de uma educação do faz de conta que os professores ensinam. Faz de conta que os alunos aprendem.

Monteiro Lobato afirmava que um país se faz com homens e com livros. Os “pizzaiolos” da “tropa de choque” de Sir Ney estão dizendo, através de seus atos e votações secretos, que estão a agenciar uma política com vistas à continuidade de uma dominação política atroz de concentração de rendas e privilégios, irresponsável, que mantem a Senzala educada nas escolas e academias do faz de conta. Para que o país não tenha futuro, exceto para seus próprios filhos adestrados no exterior. Os livros lidos na Senzala são aqueles didáticos que os professores mal pagos passam de má vontade aos alunos mal ensinados das escolas e academias do faz de conta que vocês estão sendo educados. O adestramento nas “boas escolas” não inclui o gosto pela leitura, o letramento, exceto o didático.

A estratégia da “tropa de choque” com o aval ocasional e circunstancial do presidente Lulla, é manter a figura raivosa do “pizzaiolo” impechado na tv Casa Grande Senado para que elle se mantenha à vista daqueles eleitores ingênuos que passarão a acreditar nelle como um defensor de interesses políticos que são exclusivamente em causa da própria candidatura. “Falem mal mas falem de mim”, como diria o slogan tipo “quem não está a se comunicar via mídia se trumbica”. Os interesses da Senzala que se danem para usar um eufemismo.

A grande maioria de brasileiras e brasileiros que leem quando muito meia dúzia de livros didáticos a cada doze meses vão continuar a assimilar as baixarias tipo “coronel de merda”. Ou seja: “Todos aqui somos iguais. Acusam-me de nepotismo”. “Cangaceiro”. “Jagunço”. “Não aponte o dedo sujo em minha direção”. E outras muitas joias do didatismo neoliberal dos “pizzaiolos”.

É um pouco excessivamente demais para a cidadania dos brasileiros brasileiros aguentar a falta da mínima moralia via mídias daqueles “pizzaiolos” da “tropa de choque” que tem em mente bater a carteira com o título eleitoral da grande maioria dos eleitores, os denominados brasileiras e brasileiros nas eleições de 2010.

O totalitarismo eleitoral supostamente democrático dessas figuras políticas explora sadicamente os arquétipos mais rudimentares representados pela carranca agressiva e regressiva que ameaçou e amedrontou recentemente o Senador Pedro Simon na Casa Grande Senado.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 30/07/2010
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