A Anarcoditadura Do STF (Em Memória De Ruth Cardoso)

Na balança da justiça do Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, as expectativas de justiça dos 200 milhões de brasileiros pesam menos do que os interesses do banqueiro Daniel Dantas. E este é um fato trágico na história emocional do inconsciente coletivo contemporâneo de um povo eleitor.

A narcodemocracia originou a impunidade globalizada de criminosos de todos os naipes. Se a sociedade gerida pelos interesses do narcotráfico gera a impunidade em todas as instâncias do poder judiciário, então, os grandes criminosos que lavam o dinheiro sujo dos narcotraficantes também devem se manter impunes perante os juízes das Supremas Cortes. Esta deve ser a lógica jurídica que norteia as decisões do Presidente Gilmar Mendes no concernente à uma parte da quadrilha comandada pelo banqueiro Daniel Dantas, e outros. Daniel Dantas tem em mãos um sem número de pralamentares de todos os partidos que devem a ele investimentos em suas campanhas.

O Estado brasileiro (o Ministro da Justiça) não deve, presumo, ser conivente com a atitude do Presidente do STF, contra as expectativas de Justiça de 200 milhões de brasileirinhos eleitores. Sim, brasileirinhos. Porque um povo que é desconsiderado ao extremo em suas esperanças pela prevalência de supostos direitos sociais, e precisa acatar pacificamente e calado a decisão do Ministro Presidente do STF, não pode ser denominado eleitores brasileiros. Desde que um povo eleitor precisa de que seus representantes no Pralamento e nas supremas cortes, respeitem suas expectativas de justiça jurídica e social e não as ignore, minimizando seus direitos de povo eleitor e de povo eleitor que paga os honorários dessas excelências, para verem-nas debochar de suas esperanças sempre frustradas de moralização do Legislativo, do Judiciário. Da “minima morália” comportamental do Pralamento.

Pralamentares tiveram a pachorra de fazer discursos contra o suposto sensacionalismo das operações da Polícia Federal. Ora, a PF precisa mostrar à população que ela prende os criminosos do colarinho branco e esses criminosos cantam a bola, antes de serem presos, de que suas prisões não vão resultar em nada desde que, quando suas demandas chegarem ao Supremo (através de advogados muito bem pagos) eles garantem que têm os juízes dessas Cortes para garantir a impunidade dos membros de suas respeitáveis quadrilhas do colarinho branco. As mídias divulgaram os telefonemas nos quais esses "respeitáveis" banqueiros e políticos conversam entre si e parecem que não estão nem aí para suas prisões. E a atitude do Ministro Presidente do STF, Gilmar Mendes, mostrou que os criminosos do colarinho branco, que lavam dinheiro sujo, inclusive a grana do narcotráfico, estão com as instituições que deveriam ser respeitáveis, nas mãos de seu poder de compra.

E a cidadaniazinha dos brasileirinhos? Como é que fica, hem? Pequenininha, quase desaparecendo, não é mesmo? E a sobrevivência emocional mínima do povo eleitor brasileirinho não necessita de que seus representantes dêem uma mínima mostra de que zelam por sua moralidade, por seus direitos, por suas instituições jurídicas e pralamentares? Por sua cidadaniazinha?

Com ministros desse porte, fica difícil a PF administrar uma complexa operação de prisão, se a garantia de impunidade dos membros da quadrilha está garantida à priori, pelas mais altas autoridades do Pralamento e das supremas cortes que deveriam zelar pelas instituições que representam apenas figurativamente, os interesses do povinho eleitor.

Depois desse ato de suprema indignidade jurídica o Ministro Gilmar Mendes vai continuar Presidente do STF? Sua atitude vai continuar a de ser conivente com a desordem política, financeira e econômica que esses barões quadrilheiros, oportunistas do colarinho branco representam? Todos eles devem estar rindo às gargalhadas das expectativas de que seja feita justiça às demandas de cidadania da sociedade brasileirinha.

O Ministro da Justiça Tasso Genro não possui nenhum recurso jurídico para impedir que o Ministro Presidente do STF continue a debochar do trabalho da PF? Ele, o Ministro Presidente do STF agiu como membro “honoris causa” da quadrilha, e não como defensor do Direito e protetor das instituições que a mesma quadrilha malbaratava impunemente. Um Presidente de instância jurídica de suprema corte se prestar a uma indignidade desse tamanho, não é demais? Equivale a avacalhar o Direito em todas as suas instâncias. Como pode ele desconsiderar as evidências (contra evidências não há argumento pertinente) contra a quadrilha especializada, mestrada e doutorada em corrupção.

Como pode ele, Ministro, tomar partido de um fato jurídico indefensável aos olhos de 200 milhões de brasileirinhos? Pequenininhos, miudinhos, que ficam encolhidinhos em seus sofazinhos nas centenas de milhões de salas de jantar onde vêem, estarrecidos, o Presidente do STF impor um ato de suprema ilegalidade aos olhos apavorados, desfalecidos, cansados e envilecidos deles, brasileirinhos? Como fica a família dos brasileirinhos, diminuída em sua dignidade quase que inexistente, devido exatamente às atitudes de autoridades pralamentares e jurídicas que lhes roubam o sentimento e o sentido de dignidade pessoal e coletiva, de “mínima morália” cidadã?

Que exemplo ele está dando aos milhares de alunos, aos milhares de professores das faculdades de direito país adentro, país afora? Que tipo de jurisprudência está criando para que os futuros réus e seus advogados milionários possam usar como exemplo de absoluta carência de critério jurídico pertinente à motivação emocional de cidadania dos eleitorezinhos? Transformando as esperanças de justiça do Brasil num país inteiro de Zé povinho. 200 milhões de brasileirinhos Zé povinho. Destes, quantos milhares e milhares são presos, espancados, algemados, e esperam anos pelo ”privilégio” de serem finalmente julgados e saírem das fossas coletivas onde permanecem prisioneiros sem julgamento, esperando inutilmente o dia em que serão finalmente soltos na buraqueira, sem esperanças mínimas de virem a ser considerados seres humanos? Ou de, pelo menos, conseguirem um emprego?

É muita careta de pau esses pralamentares fazerem discursos “indignados” contra a suposta “espetacularização das prisões dificilmente compatíveis com o Estado de Direito”, como afirmou em entrevista o dito Presidente do STF. E nenhum deles faz discursos indignados contra a superlotação das celas nas delegacias de polícia e nas casas de detenção, onde os presos dormem colados uns nos outros, quando muitos têm de dormir em pé por não haver lugares no chão de cimento frio das cadeias? Todos eles são algemados e nenhum pralamentar nunca fez discursos sobre isso.

É muita safadeza pralamentar a “indignação” de seus discursos nas câmaras contra o uso de algemas nesses respeitáveis criminosos do colarinho branco. Eles deveriam ser algemados com relógios de grife, excelências? Em celas com ar refrigerado e algemas revestidas de tecidos especiais para os pulsos pusilânimes de seus benfeitores de campanha? Todos são ou não iguais perante a lei e os códigos jurídicos?

O Presidente do STF quer enganar a quem, com suas citações de eminentes juristas, contextualizando-as à força para caberem de qualquer maneira em suas simplificações de caráter jurídico pernóstico? Esse Presidente do STF, em seu leito jurídico de Procusto, precisou citar nomes (em seu arrazoado) que supostamente dariam respaldo a essa indignidade jurídica inominável.

E o povinho brasileirinho não pode se manifestar. Deve ficar calado, olhando a tvvisão da sala de jantar com olhos escancaradamente fechados, assombrado com as atitudes de seus representantes institucionais pagos pelo dinheiro público do Estado. Pago, seus salários, pelos impostos impostos pelo Pralamento, que tende a aumentá-los, apesar de serem já exorbitantes.

Sua atitude é por demais incoerente, senhor Presidente do STF, sem a “mínima morália” no dizer possivelmente mais contextualizado de Norberto Bobbio. Que dignidade humana pode haver na intenção nefasta de quadrilheiros em burlar o Estado brasileirinho, defraudar, lesar, ludibriar suas instituições políticas, financeiras e econômicas?

Na simbolização representativa da Justiça, ela aparece de olhos vendados, tendo em mãos a espada e a balança. Sua Justiça, excelência, usa a balança da Justiça unicamente para pesar os interesses dos fundos de investimentos do banco Opportunnity (do pessoal do Mensalão) de seus fundos de pensão, com associações de tipo espúrio com a administração do BNDES, lavando dinheiro nas Ilhas Cayman, com ramificações financeiras agregadas ao Citigroup, todos ocupados em lavar a dinheirama saída dos cofres públicos da Prefeitura de São Paulo (escândalo dos Precatórios) e do Leilão da Telebrás, entre outras fontes igualmente suspeitas de transferência de fundos e verbas públicas.

A lavagem de dinheiro do narcotráfico: é tabu falar dessa vertente de recursos abundantes, desde que todas as instâncias dos poderes públicos e privados se locupletam, direta ou indiretamente, das fortunas geridas por narcotraficantes, nacionais e globalizados, de coca e de heroína, duas drogas atualmente cantadas pela mulher do presidente francês (Nicolas Sarkozy) em seu CD de recente lançamento. A narcodemocracia globalizada pela falta de gerência política pertinente aos interesses da sociedade. Os pralamentares desses países, europeus, americanos, asiáticos, nem cogitam de descriminalizar as drogas, enquanto projeto social de moralização das instituições e capitalização do Estado.

Na balança de sua “justiça”, vossa excelência não pesa as expectativas de cidadania do povinho eleitor brasileirinho, não é, eminência parda dos bastidores jurídicos do banqueiro Daniel Dantas? E de outros que contam com a conivência de vossa excelência para que mantenham suas demandas jurídicas atualizadas no céu de brigadeiro da impunidade. E a espada de sua “justiça” está sendo usada para defender na luta capa e espada desse Zorro às avessas do STF, a serviço dos alvarás de soltura da quadrilha de próceres da lavagem de dinheiro da narcoditadura, na narcodemocracia que as atitudes de sua particular maneira de fazer “justiça” representa.

Os trâmites jurídicos de vossa excelência não caracterizam as demandas jurídicas de um Estado de Direito democrático, são uma representação bufa de sua índole pessoal totalitária, estalinista. Própria de um Presidente ditador que ignora as melhores expectativas, emocionais e jurídicas do povo eleitor brasileirinho, em prol do sensacionalismo e da espetacularização de suas atitudes institucionais. Nefastas. Vossa excelência não tem sensibilidade social? Vossa excelência é psicopata?

Vossa excelência representou As Ideologias e o Poder Jurídico em Crise, quando subscreveu o documento de soltura dos criminosos que cometeram crimes hediondos contra os interesses do erário público e privado de milhões e milhões de brasileirinhos eleitores entregues à barbárie de uma sobrevivência política da qual lhes roubou a cidadania mais primária, ou seja, a do direito de somar-se aos representantes das instituições jurídicas que consideram o clamor público por justiça uma dádiva mínima da instituição que vossa excelência preside. E vossa excelência não perdeu a oportunidade de frustrá-los em suas expectativas sociais de justiça mais uma vez.

Os 200 milhões de brasileirinhos eleitores têm pouca coisa a mais a preservar que não seja a esperança de poder levantar as cabeças e por fim aspirarem um pouco de ar oxigenado por decisões institucionais que levantem o moral da nacionalidade. E vossa excelência frustrou essa aspiração de “mínima morália” mais uma vez. Vossa excelência leu mesmo Noberto Bobbio ou apenas citou-o em seu ridículo arrazoado? O inconsciente coletivo nacional precisa de exemplos nos quais se espelhar. Exemplos que não sejam de degradação das instituições em que deveria, o inconsciente coletivo nacional, acreditar. Espelhar-se.

Vossa excelência, do alto magnânimo do cargo público da presidência do STF, em sua argumentação jurídica, em seu arrazoado, fez de tudo (por dinheiro) para fazer valer as distorções interpretativas que justificaram de maneira excessivamente aviltante o constrangimento coletivo de 200 milhões de brasileirinhos. Esses duzentos milhões de brasileirinhos que foram jogados em suas expectativas de fazer valer a justiça nesse evento policial (“Operação Satiagraha”) no lixão fedorento de uma suprema decepção emocional, que, somada a outras provenientes diariamente do Pralamento, afunda as expectativas do povinho eleitor em poder um dia vir a se soerguer do nivelamento emocional coletivo por baixo, muito baixo, a que foi mais uma vez submetido pelo importante barão do judiciário, Presidente do STF. Instituição oficial do Poder Judiciário que mais uma vez descriminou esse povinho, privando-o da “mínima morália”, de um mínimo exemplo pertinente ao soerguimento de sua dignidade social básica em busca desesperada de uma motivação pertinente vinda de uma autoridade pública, paga por ele. Povinho.

Vossa excelência não ouve o clamor público silencioso por um mínimo exemplo de justiça que faça esse povinho eleitor que vive de esperança, acreditar na força emocional de um ato de direito que revitalizasse suas forças físicas e a sua energia emocional coletiva, tão excessivamente devastadas pelo “tsunami” de atitudes degradantes provenientes de membros dos Três Poderes? Vossa excelência certamente sabe da importância de uma atitude juridicamente moral que pudesse reverter esse quadro de imensa tristeza emocional em que está afundado o povo eleitor brasileirinho. Tristeza e frustração social essas que se escondem nas festas de carnaval, por detrás de fantasias de reis e jardineiras, pessoas humildes às quais o Estado nega as mínimas condições de sobrevivência adequada ao exercício da mínima cidadania.

Está tudo muito degradado no Brasil desses 200 milhões de brasileirinhos que não participam de uma fatia do bolo político financeiro e econômico do qual se locupletam os pralamentares e as autoridades jurídicas que deveriam privilegiar aqueles em nome dos quais a narcodemocracia é atualmente exercida: os 200 milhões de eleitores (atuais e futuros) do povinho brasileirinho.

A Resistência Heróica, e Emocional, e Pacífica e Silenciosa dos Brasileirinhos não lhe comove nem um mínimo, excelência? A pesquisa DataFolha (em 10/07/08) perguntou aos internautas se houve excesso da PF ao prender os suspeitos de crime político financeiro da chamada “Operação Satiahagraha”. 84% de 4976 votos até então avaliados responderam que NÃO. Não é amostragem suficiente para o Presidente do STF assuntar os ouvidos e captar, finalmente, o clamor popular por mínima cidadania?

Por que vossa excelência não se posicionou adequadamente como suspeito para julgar os pedidos de habeas-corpus desses criminosos, desde que todos sabem, 200 milhões de brasileirinhos sabem que o Presidente do STF é velho cliente da quadrilha para a qual subscreveu os alvarás de soltura. Sua falta de tato social, de zelo pela respeitabilidade da instituição STF não tem cabresto? Nenhuma “mínima morália”?

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 30/07/2010
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