A ELEIÇÃO NA COPA

No ano da Copa, não podemos esquecer que também as bandeiras das eleições tremularão em nosso país. E este pleito vale muitos gols para a cidadania. É preciso ficar atento; pois, a seleção de milagreiros já está escalada. Àqueles que vão prometer resolver os problemas do país no primeiro dia de sua gestão. Acabar com a fome, o desemprego, solucionar as graves questões da saúde pública. São os grandes demagogos que coincidentemente; assim, como as Copas aparecem de quatro em quatro anos. Este time de trapaceiros entra em campo, e chuta seus discursos maquiados por marqueteiros. Esta seleção vai ao campo das bases: pegar criancinhas no colo, abraçar os velhinhos, andar de ônibus junto ao povo, distribuir beijos e abraços. E, por ai seguem os esforços destes craques da hipocrisia.

Neste jogo de enganação, tudo é feito para chamar atenção. E com o efeito midiático, os craques aparecem em horários nobres virando heróis, e salvando a pátria.

Concomitantemente, só existem políticos assim, por que existe uma platéia de ausentes passivos que não se preocupam com o espetáculo eleitoral. Assim sendo, preferem assistir o jogo sentados nas arquibancadas, e não ver as escalações que sorrateiramente se forma.

Quem já não ouviu a expressão: odeio a política? Políticos são todos ladrões! Aristóteles nos aponta que: “O homem é por natureza, um animal político”. Neste sentido, somos parte deste contexto social, e não podemos nos isolar como Robinson Crusoé em sua ilha (o mais célebre romance de Daniel Defoe). No campo da política, tudo o que ocorre na sociedade em um regime de democracia participativa, todos são os responsáveis. Se para muitos as eleições não são coisas sérias, esta omissão reflete em nossas vidas e com sapiência nos apontou

Bertolt Brecht: ”O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio depende das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista...”

Enquanto houver omissão seremos governados por maus legisladores. Ressalta-se, porém que, apesar dos corruptos e oportunistas temos ainda excelentes homens nos poderes executivos e legislativos que muito nos orgulha. Além disso, há muitos bons pré-candidatos neste pleito, mas a proporção poderia ser bem maior, se houvesse mais envolvimento da sociedade. Tudo gira em torno da política. Desta depende a sobrevivência de toda a humanidade.

Quantos são àqueles que não se lembra nem em quem votou na última eleição? A questão, não é apenas votar, é cobrar e fiscalizar. Pois a vida em sociedade é um constante participar social, e toda a decisão é uma medida política e para que esta seja usada em benefício do coletivo, temos que contribuir para que haja transformação desta realidade.

Não podemos ficar estáticos diante da corrupção, mas exigir que nossos direitos, sejam respeitados e somente com a participação seremos cidadãos plenos. Todo cidadão tem o direito político garantido na Constituição, não só de votar e ser votado, mas de acompanhar e participar na organização do Estado. A Carta da nação apregoa em seu artigo 14 que: “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direito e secreto, com valor igual para todos.” Nesta eleição, vamos escalar um bom time e que as bandeiras da justiça social seja a grande vencedora. Nesta decisão, cartão vermelho aos corruptos. "Voto não tem preço, tem consequência”.

"Irá o voto, até onde (vai) a liberdade, e onde cessa a liberdade, aí cessará o voto" (Rui Barbosa).

Valdenir Gonçalves, professor e advogado