Culturalmente Desconexo à Realidade Social

Licitude não condiz com a realidade brasileira, vivemos uma realidade paradoxal, pois, se por um lado temos um arcabouço primoroso, composto pelas mais bem elaboradas leis, acolhendo ditames de tratados internacionais (Pacto San Rose/Direitos Humanos), acompanhando inclusive mudanças sociais progressivas, por outra banda não se tem efetividade legal, a sociedade mutuamente compartilha a sensação de que a punição de infratores é rara e ou insuficiente. Disso deriva uma cultura marcada pela ausência de punição ou pela displicência na aplicação de penas.

Deparamo-nos com diversas realidades sociais, de um lado a opulência, doutro a miséria, propaga se vertiginosamente a violência, assim como a população carcerária, o sentimento de insegurança é geral. Não faz muita diferença saber qual classe social contribui diretamente para o aumento do índice prisional, uma vez que o prejuízo é arcado por toda coletividade.

Transcorremos ao longo do tempo um sinuoso “caminho”, o qual foi “trilhado” desde outrora, resultado de uma colonização gananciosa e interesseira, calcada na ineficiência administrativa pública, que hodiernamente, negligencia os principais direitos fundamentais constitucionais (saúde, educação e segurança) refletindo diretamente no sistema carcerário público.

Todas essas irregularidades e deficiências, apresentam se atualmente sob a forma de déficits sociais (econômico/cultural) donde o Estado se faz ausente, impera o crime! O fato é que dada à complexidade de nossa realidade sociocultural, tem se a formação de intrincadas estruturas sociopolíticas de sustentação e ramificações de grupos criminosos organizados, os quais atuam de dentro para fora dos presídios. O Filme "Salve Geral", nos dá uma dimensão exata do poderio dessas facções criminosas. Infelizmente, para nossa decepção, a ficção desta "estória" relata com miudências, nossa realidade social, expondo a veracidade da violência que assola todo um país .