Vamos dar um basta nisso!
Toda vez que desligo a televisão, por me sentir imbecilizado por ela, penso que de nada adianta tal ato de minha parte se naquele mesmo momento outros milhões de brasileiros continuam antenados naquela baboseira toda. Mas também penso, que a maioria dos que se prestam ao papel, humilhante diga-se de passagem, de telespectador no Brasil não tem sequer conhecimento de que tem o direito de exigir uma programação menos tosca, menos grosseira, menos agressiva.
É imperdoável o fato de que além de sofrermos a imposição cultural, a qual nos faz dar um play ou um stop no vídeo e a comemorar halloween, ainda termos de pagar para assistir a programas de qualidade – a maioria americanos nas TVs a cabo.
Vamos dar um basta nisso! Já mandamos um presidente canaLLha plantar favas. Vamos agora botar João Kleber, éguinha pócótó (isso é o cúmulo) e toda essa laia pra fora da "telinha". Vamos tirar esses impostores de dentro de nossos lares. Não permitamos que nossas crianças sejam criadas sob a trilha sonora das lacraias. E por falar em lacraia, fico me perguntando: quem será o Gilberto Gil, o Caetano Veloso, o Chico Buarque, a Elis Regina, o Tom Jobim do futuro?
O Brasil está cheio deles, soltos por aí, mas pelo visto vão permanecer no anonimato, tocando em bares e botecos porque as emissoras hoje só têm tempo para nos apresentar Serginhos, Éguinhas e Boquinhas de Garrafa. O futuro está em nossas mão, mais uma vez. Vamos abrir a boca pra falar. Berrar se for preciso. Algum dia alguém nos ouve. Não sejamos coniventes com toda essa palhaçada. A televisão é, senão um dos maiores, o maior meio de formação de opinião no Brasil. Por isso, para que o nosso futuro espelhe a nossa grandeza, tomemos alguma atitude. Desliguemos todos nós as nossas televisões. Vamos ler um livro em vez de assistirmos a uma novela. Vamos fazer o nosso domingo mais que legal jogando baralho, dominó, seja lá fazendo o que, mas que seja longe dos Serginhos, sejam eles Malandros ou não, até que a televisão nos apresente algo saudável ou então que cheguemos ao extremo com a criação de um Código Brasileiro dos Direitos do Telespectador.