Kátia Abreu - a política com paixão e intensidade.

Há algum tempo, venho prestando atenção na atuação da Senadora kátia Abreu, goiana de nascimento, empresária rural no Tocantins, primeira mulher a presidir a poderosa Confederação Nacional da Agricultura (entidade que congrega 2.142 sindicatos de produtores rurais), presidenta do DEM-Mulher, e, Senadora da República pelo Estado de Tocantins, pelo Democratas.

A primeira referência a ela, veio de meu pai (pequeno agricultor aposentado do interior de Goiás), através da pela TV Senado, de quem ele destacava a coragem e a tenacidade, em torno da defesa da agricultura e, principalmente dos agricultores do Brasil.

Depois disso, fui encontrando mais referências da atuação da parlamentar na grande imprensa brasileira - isto, na medida em que sua figura pública ia se robustecendo, em virtude da repercussão de seu trabalho e do seu envolvimento com a causa da agricultura, que a guindou à presidência da respeitada Confederação Nacional de Agricultura - CNA.

Meses atrás, ela lançou um livro com uma coletânea de artigos que publicou nos grandes jornais do país, chamado "2 palavras + 11 argumentos". O tal livro me caiu nas mãos (obrigado, K!) e eu o li rapidamente.

Depois da leitura do livro e de acompanhar alguns discursos da senadora da terra dos tocas, fiquei impressionado com sua biografia e, figura - tanto que resolvi escrever estas linhas sobre ela, que me parece ser alguém que entrou na política tendo objetivos bem determinados, mas que faz política com a paixão daqueles poucos que tem no coração o fogo da inconveniência, a sede da justiça e o dom da liderança nata, fazendo da política uma atividade movida pela intensidade.

Para os que ainda não conhecem nada sobre a Senadora que se notabilizou nacionalmente por ser a relatora do processo do qual resultou a eliminação da famigerada CMPF da vida dos brasileiros - e anda sendo cotada para vice, na chapa de José Serra a Presidência da República, apresento adiante alguns trechos de artigos publicados por Kátia Abreu na grande imprensa brasileira, para que tenham uma idéia de sua verve e idéias que movimentam seu ativismo político:

"...Assumindo a responsabilidade de 24% do PIB e, além de abastecer o mercado interno, gerar 36% das exportações totais (US$ 58,4 bilhões), a agropecuária nacional não é uma aventura marginal nem uma força reacionária no processo social brasileiro, tem um papel de vanguarda na economia. Assim, deve ser reconhecida como protagonista essencial num debate que tem que ver com alguns de seus temas fundamentais - a preservação e vitalidade do solo, bem como da qualidade das águas -, que certamente nenhum outro grupo debatedor tem mais motivações para defender (Desmamento, não!, artigo publicado no jornal "Estado de São Paulo",em 03.06.2009)."

"...Em 40 anos, o peso do preço dos alimentos no orçamento das famílias brasileiras caiu de 48% para 18% e pode cair ainda mais, chegando brevemente a apenas 12%, dependendo da melhoria das condições de transporte (estradas, ferrovias e portos) e da desoneração dos impostos na cadeia de alimentos (Desmamento zero. Sem arreglo, artigo publicado na Folha de São Paulo em 19.10.2009)."

"...As peculiaridades do setor agrícola — relativas objetivamente ao abastecimento, segurança alimentar e até mesmo à segurança de Estado — devem ser equacionadas por políticas próprias de incentivos e compensações, transparentes, sem caráter protecionista ou paternalista, sob forma, por exemplo, de isenção de tributos, como fazem a Grã Bretanha e 34 estados norte-americanos.

No Brasil, infelizmente, a carga tributária segue na contramão, onerando a produção de alimentos com impostos e contribuições da ordem de 16,9%. Bem maior que o total de tributos pagos nos Estados Unidos (0,7%) e três vezes mais que os 5,1% que incidem na cadeia de produtos alimentares da Europa.

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As estimativas para a agricultura mundial até 2016 indicam que o Brasil tem tudo para avançar na produção, As exportações agrícolas podem garantir o crescimento, apesar da crise. Estimativas confiáveis apontam: em 10 anos, a produção aumentará em mais de 54% e o país responderá por 38% da produção mundial. A expansão ocorrerá tanto graças ao aumento da produtividade como da área plantada (Agronegócio, questão de Estado, artigo publicado no Correio Braziliense, de 16.12.2008)."

"O Brasil real não é uma paisagem cenográfica ("Rumo a Copenhage", artigo publicado no jornal Folha de São Paulo, de 09.11.2009)."

Como vêem, é a visão e o posicionamento de uma líder tenaz e, muito clara, nas suas posições sobre as causas que abraça.

Peguei seu currículo na sua página pessoal do site do Senado e, notei o seguinte: de um momento para o outro, ele aparece como empresária rural e imersa na política ruralista e do Estado do Tocantins. Antes disso, só a informação de que é formada em Psicologia. Bem, pra quem parece fazer as coisas como ela faz, deve haver algo a revelar no hiato de tempo registrado...

Em certa medida, o ativista político é resultado de talento pessoal para conduizr as causas e as oportunidades. E o grande político é aquele que entende e gosta da política, e faz dela um moinho, que movimenta a realidade a redor.

E este parece ser o caso de Kátia Abreu. Partindo do empresariado rural, chegou ao sindicato da categoria e, dali foi subindo, até chegar à CNA, entrementes o exercício da política partidária, onde começou disputando o cargo de Deputada Federal e, alcançando a senatória.

No Congresso Nacional, parece ser naturalmente atraída para grandes causas - como foi o caso da participação do enterro da CPMF, num ambiente em que o governo tinha amplas condições de mantê-la.

Falando no plenário do Senado, parece sempre confiante e determinada em seu discurso exuberante, chamando a atenção dos pares para o assunto e, até se divertindo com os bordões alheios, como é o caso do "Atentai bem!" de Mão Santa (que chegou até os seus escritos).

Quando escreve, não abre mão da didática. Repete números, argumentos e propostas, entrementes deixar aqui e ali, provas de sua cultura e leituras.

Acompanhando Kátia Abreu, em certos momentos temos a impressão de que ela lembra carismáticos líderes do passado. Mas, é impressão passageira. Logo, chegamos à conclusão de que ela está intimamente vinculada ao futuro da política e do país.

os jornais, aliás, estão dizendo que ela pode ser a vice na chapa de Serra à Presidência da República. Tomara que sim.

Acho que Serra não poderia estar em melhor companhia, pois ela tem um passado invejável e representa a luta das mulheres e homens do Brasil interior.