A hora chegou: Serra é candidato - o cabra veio com apetite!
A hora chegou: Serra é candidato - o cabra veio com apetite!
José Serra finalmente lançou sua candidatura a Presidente da República, depois de cadenciar o tempo e muitas situações, evitando armadilhas decorrentes da antecipação do debate político e desaparecimento da candidatura no noticiário nacional, majoritariamente favorável à candidatura oficial.
E mostrou que veio com apetite, e que não está com medo de cara feia. Em duas ocasiões, na despedida do governo de São Paulo e, no lançamento de sua candidatura, endereçou críticas objetivas a Lula e ao governo petista. Nesta, bateu com luva de pelica no governo, no atual presidente da república e, em sua candidata, quando falou sobre o orgulho de sua formação intelectual, de seu passado político, sua fé na democracia e, na tibieza das realizações do atual governo.
Poucas horas depois do discurso, Lula deu o recibo esperado, dizendo que de nada adiantava copiar mote de campanha americano, pois segundo o próprio presidente dos Estado Unidos, ele, era o "cara". Mas aí, ficou implícita a confissão de que ele também se sente como candidato, através de seu mamulengo, Dilma Russeff.
Pelo que eu entendi, em relação à campanha petista, a coisa vai ser assim: Dilma vai bancar a candidata perfeita para todos os momentos, ocasiões e segmentos sociais, enquanto Lula vem atrás, dando lição de moral, exigindo contas, usando das bravatas toscas de sempre, para tentar confundir o eleitor e, enfim, cantar o voto para ela.
Mas, há um problema. Aliás, dois. O criador e a criatura - aquele age como se fosse candidato, esta, não tem traquejo nenhum para a política e o contato com o eleitor, além do fato de agir como se não conseguisse dar uma passo sem o amparo da mão do primeiro.
Na campanha eleitoral, o que diz a imprensa chapa branca não importa tanto. A coisa muda de figura, pois entra no meio do jogo o principal interessado na refrega: sua excelência, O ELEITOR, um tipo danado de desconfiado e até vaidoso e, que gosta de ser reconhecido pelo poder que tem, isto é, o PODER DO VOTO.
E foi só Dilma abrir a boca e, começou a colocar uma pulga atrás da orelha do eleitor, que, parece, começou a ser perguntar, quem é verdadeiramente aquela senhora e, se ela, naquele rompante todo, tem mesmo condição de governar o Brasil.
Lula, não desgruda da Sra. Russeff - e, o contrário também é verdade, talvez para se assegurarem de que ela é o boneco do ventríloquo e ele, o dono da voz.
Bom, o que dizer? Com o lançamento da candidatura de Dilma, o país perdeu o Presidente da República, mas ganhou um excitado animador de auditório, motivado e, pelo jeito, chegado nas costumeiras piadas de "salão"...
É assim que vai ser, durante a campanha toda? Se eu não estiver enganado, logo o eleitor vai ficar com a impressão de que os petistas estão correndo atrás dos fatos gerados por Serra, como um cachorro atrás do próprio rabo.
Já vi esse filme antes. E o final é sempre o mesmo: derrota.
Estou muito bem impressionado com Serra. Não se deixa levar por truques baratos. Explora bem o seu passado político, procurando mostrar o curriculum sem manchas e a capacidade administrativa, sem esquecer de cutucar Lula e seus 8 anos de governo, usando uma estratégia tão esperta quanto eficiente: ressaltar as conquistas do governo FHC (Plano Real, modernização do Estado, Lei de Responsabilidade Fiscal e programas sociais) e, suas próprias realizações (remédios genéricos - cujo projeto original era do senador goiano Enrique Santillo e, seguro desemprego), enquanto indica, sub-repiticiamente, que os eventuais avanços dos governos de Lula não foram tão bons assim, mas que, de qualquer forma, que o Brasil "pode mais", com um governante mais competente.
Isso de "poder mais" é coisa importada e, baseada no lema de campanha de Barak Obama ("Yes, we can!"). Esse tipo de expediente não é novidade. O que conta, no caso, é que funcione.
Nesse sentido, aliás, os petistas não estão longe, pois importaram especialistas ligados à campanha de Obama, para formatar uma estratégia de guerra na Internet (que inclui a criação de perfis falsos para invadir os espaços de expressão e debate, na Internet - como se isso já não fosse prática antiga...).
E esse maleável "O Brasil pode mais" talvez indique também que não desgosta a Serra o debate em torno dos frutos dos governos de FHC e Lula. Em primeiro lugar, porque um debate claro pode trazer ao eleitor mais jovem dados sobre o passado recente do país que ele desconhecia - a luta pela democracia, Tancredo, o governo Sarney, a luta contra a inflação, o controle das contas públicas. Em segundo lugar, porque sua estratégia esperta de campanha o coloca numa posição confortável de quem quer fazer mais do que qualquer outro presidente que tenha governado o país - simples, assim.
Assim, a eleição promete ser do baralho! José Serra já mostrou que é um sujeito obstinado e, sabe fazer o movimento políticos e as situações reverterem em vantagem para seus objetivos. Quanto a Dilma, não há muito o que dizer, a não ser que ela tem uma ilimitada estrutura a seu favor e disposição...
Depois do que disse, fiquei com a impressão de que o ex-governador de São Paulo tem uma estratégia traçada para, a curto prazo, arrefecer as críticas petistas, e a médio prazo, levar os partidários de Dilma Russeff às cordas do ringue político, depois de fazê-los se atrapalharem, correndo atrás dos fatos que sua candidatura vai gerando, e nefim, fazer movimentos finais de afirmação da candidatura, para alcançar a vitória.
Se entendi bem, parte da coisa é endereçar repetidamente recados e críticas duras, porém sutis, ao governo petista e sua candidata, para enervá-los e faze-los vir a público, para dar o troco, agindo de forma ostensiva, até se mostrarem revanchistas ou, fora de controle.
Estou gostando disso!
Alguém pode até dizer que esta estratégia é a mesma usada pelos petistas contra Alckmin. Mas, não sei - o que vejo sugerida na campanha de Serra é a estratégia do gato, que dá o tapa e escondea mão. No caso dos petistas contra Alckmin, eles davam o tapa com uma mão enquanto armavam um murro com a outra.
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Aécio Neves foi uma atração à parte, no lançamento da campanha do tucano José Serra. A imprensa já tinha um script a cumprir, no sentido de pautar sua presença, destacar sua exuberância política e o que mais fosse, com fim evidente de obscurecer ou enfraquecer a figura do candidato à presidência da república do PSDB.
Mas... deu tudo errado. Aécio entrou no momento em que Fernando Henrique Cardoso falava à plateia presente, e assim que iniciou seu discurso, chamou o PT na chincha, lembrando que o partido foi contra todos os últimos grandes movimentos de mudança em favor do Brasil - isto é, Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, Constituição Federal, Plano Real, modernização do Estado e, Lei de Responsabilidade Fiscal.
Logo em seguida, afirmou a unidade do PSDB em torno da campanha de José Serra e seu empenho pessoal em favor dela, nas alterosas.
Foi um um senhor banho gelado nos membros da imprensa "a favor" presentes...
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- Claro: vou votar em Serra. O meu negócio são os desafios do futuro e, não, os museus de grandes novidades e casas de espanto da política!
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Como os tempos mudam! Dilma Russeff - a mulher cujo batismo na política foi pegar em armas, planejar e executar mortes e sequestros na vã tentativa de promover a implantação de uma ditadura comunista de modelo cubano no país, tempos atrás, nestas eleições vai subir nos palanques do PT, acompanhada de Lula acompanhada e tipos iguais a Gedell, Collor, Sarney, Maluf, Paulinho da "Força", Jucá, Genoíno, Mercadante, Calheiros e, Lobão, apenas para citar alguns nomes do seu "eclético" leque de apoios. E bota eclético nisso!
Se essa gente não representar a vanguarda da direita, e ao mesmo tempo, do esquerdismo, do atraso, da fuleiragem, da maracutaia, da rapinagem, do mensalismo e da alopragem, sinceramente não sei o que o PT define por socialismo.
E sei que me entenderam.