"EM CADA CANTO CADA UM CHORA SEU PRANTO"
Em cada canto cada um chora seu pranto
Falar sobre as enchentes que, rotineiramente, assolam as cidades brasileiras, após algumas horas de chuvas torrenciais, virou lugar comum. Os bolsões d’água que impedem a circulação dos veículos, muitas vezes, gera um certo pavor na população, provocados pela falta de segurança nas vias públicas. Assistimos as cenas angustiantes de pessoas reféns das enxurradas que saem arrastando tudo. Nestas horas as pessoas se sentem sozinhas e abandonadas pelas autoridades (in) competentes. Restam-nas, somente, a solidariedade da própria população e da fé em Deus. Incontáveis são as vítimas que perdem suas casas. O efeito devastador das chuvas acaba provocando os chamados deslizamentos de terras e, consequentemente, os desmoronamentos das encostas dos morros, ceifando muitas vidas. Dor e sofrimento. Em cada canto cada um chora seu pranto!
Enxurradas de protestos eclodem por todos os lados. Estas catástrofes viram notícias de primeira página em todos os noticiários. E os políticos, o que dizem os políticos, as chamadas autoridades públicas? Bem, nestas horas costumam culpar seus antecessores, principalmente, se forem da oposição, por obras de infraestruturas que nunca foram realizadas. Jogam a culpa em São Pedro, alegando que ele deixou as torneiras abertas por muito tempo, já que as chuvas que se abateram sobre a cidade por algumas horas, seriam, na realidade, as chuvas de um mês inteiro. Portanto, chamam, também, São Pedro na lide e culpam-no por tamanho despropósito. Prometem que vão tomar todas as providências que forem necessárias para aliviar o sofrimento da população afetada e que, vão resolver o problema, até que o sol retorne outra vez e a população esqueça as promessas feitas. E já que estamos falando tanto de sofrimentos, permitam-me, que eu use um pouco de descontração para citar a carta (e-mail) da leitora Luisa Maria S. Cardoso que, enviou para a seção “Cartas dos Leitores” de “O Globo”, um oportuno e belíssimo comentário, sobre a catástrofe que se abateu sobre o Rio de Janeiro. Na realidade um recado, irreverente, para os políticos: “O governo do Rio cumpre promessa de campanha: Levar água e esgoto a todas as casas do Rio de Janeiro!”