TERCEIRO PROGRAMA NACIONAL... DE DIREITOS HUMANOS?

O Brasil inicia dois mil e dez como um importante ano para a nossa História, visto que é um ano de eleição presidencial, do qual podem depender o rumo dos grandes avanços...ou dos dramáticos retrocessos sociais. Mas diante do cenário e da mídia, quem seria o louco que se habilitaria pensar em retrocesso, não é mesmo? Afinal, vamos de vento em popa! E não estou falando do BBB, não.

Porém, paralelamente ao que se espera dum governo de situação "democrática", vários paradoxos vêm ocorrendo quanto à condução da nossa governabilidade, "do, pelo e para o povo", aquela que, ao menos a princípio, reza na cartilha das teorias políticas.

Mas afinal, "quem é o povo?", é o que sempre me pergunto.

Tem algum povo que é MAIS povo?

Enfim , me parece que certas questões nem sempre são conduzidas de maneira tão clara, e a lógica do processo "eleitoreiro" sempre tenta desviar as atenções sobre o que se promete fazer , frente aquilo que realmente é feito. Principalmente frente a uma nação tão DISTRAÍDA... Exemplo do que falo é a recente polêmica com o texto do terceiro programa nacional de DIREITOS HUMANOS.

Somos um país aplaudido lá fora pelo (é o que dizem!) exercício e consolidação das nossas práticas democráticas , porém o que venho sentindo como cidadã é o descortinar dum complexo paradoxo político em muitas das ações do governo, nem sempre tão democráticas como parecem ser.. Não há como aplaudir um governo sem vivê-lo no seu mais profundo âmago.

Embora digam que o tal do programa ficou em site aberto para a avaliação e propostas populares, eu pergunto: que parcela da população brasileira tem efetivamente o poder logístico (ou mesmo interesse) para acessar um programa governamental colocado num site? E ainda que o acesse, qual a percentagem que entenderá a proposta, ou terá força para mudá-la??

Pois bem.A ordem dos advogados do Brasil/São Paulo, já nos adverte para algumas questões lá colocadas.

Por exemplo,que tipo de DIREITO HUMANO é o que entende a INVASÃO de propriedade como DIREITO e ainda por cima discute se é direito ou não alguém reaver a SUA propriedade NA JUSTIÇA? (É de dar medo ou não é?)

Quanto aos símbolos religiosos: A nossa constituição diz que estamos num país LAICO, o que em última análise seria uma República de atos políticos- sociais independentes da vontade de qualquer Igreja ou dogma, o que é muito diferente de se interferir na crença, nos símbolos e dogmas de qualquer religião, muito menos na forma da sua EXPRESSÃO.

A crença também deve ser democrática para determinada cultura, bem como qualquer manifestação de RESPEITO a ela.

Quanto à COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE: Sinceramente sinto nessa designação quase uma pitada de algo muito hilariante.

Dizem que precisamos saber a verdade DA HISTÓRIA. Eu também acho! E que tal começarmos com a verdade da história COMTEMPORÂNEA, para não dizer HISTÓRIA BEM ATUAL?

Num país atolado em denúncias de corrupção o que me parece mais urgente é esclarecer o porquê de ainda existir alguém que tem a coragem de aportar em Brasília e levantar bandeiras para defender corruptos. A tal comissão da verdade...explica o tal fato? AQUELE que vimos ontem por exemplo, referente ao escândalo Arruda?

Quanto AO CERCEAMENTO da liberdade de imprensa: Eu nem vou comentar essa moda da América Latina. Odeio modismos!.Só digo que continuarei escrevendo. E se não deixarem...continuarei pensando...e isso NÃO É DIREITO HUMANO UNIVERSAL?

Conclusão: Ninguém me tira do pensamento que estamos diante de mais um jogo eleitoral, que se usa dum instrumento tão importante como um inventário de DIREITOS humanos PARA SE FAZER PROSELITISMO E DEMAGOGIA POLÍTICA. Isso sim que fere direitos...

Que pena! Direito mesmo deveria ser tudo aquilo que está muito bem elencado na nossa CARTA MAGNA , aquela que todo político deveria ler e entender antes de se habilitar a cuidar dum povo e a representar um país.

Só espero, sinceramente, que não estejamos com as nossas instituições sociais tão sucateadas e "descerebradas" a ponto de não enxergarem a grave manipulação da qual TODOS somos potenciais vítimas...nesse importante momento da nossa história.

E laicamente eu rogo: Que Deus jamais desista de nós, tampouco dos nossos tão parcos e residuais direitos humanos!

Aliás foi um dos meus pedidos quando pulei a primeira onda no reveillon de dois mil e dez:

-Endireita Brasil!