Feminismo: Academia Mineira de Letras, em foco
No dia 26 de outubro, sábado, a próxima edição do Sábado Feminista traz discussões sobre “Feminismo, transformações e Cultura: uma abordagem masculina”, com participação de Pedro Paulo Cava e de Bernardo da Mata Machado. O diretor teatral e o historiador compartilham sua visão e experiência diante do momento histórico-político de ascensão do feminismo, no Brasil, sobretudo, em Minas Gerais, durante o século XX, e seu impacto para a cena cultural e teatral mineira. Os relatos serão entremeados pela leitura de trechos de peças teatrais das quais os palestrantes participaram nas funções de diretor ou ator. O evento começa às 10h, no auditório da AML, com abertura de portões 30 minutos antes do início da sessão.
Com entrada gratuita e interpretação em libras, este evento acontece no âmbito dos projetos “Plano Anual Academia Mineira de Letras – AML (PRONAC 235925)”, previsto na Lei Federal de Incentivo à Cultura – e “Academia Mineira de Letras – Manutenção e Funcionamento 2024- (CA 2018.13609.0261)”, incluído na Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Esses projetos têm os patrocínios da CEMIG – através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura – e do Instituto Unimed-BH – por meio do incentivo fiscal de mais de cinco mil e seiscentos médicos cooperados e colaboradores.
O Feminismo, um dos maiores movimentos sociais do século XX, foi como um vendaval em muitos países, e, em cada um, tomou feições próprias. No Brasil, nos anos 1970/80, que vivia uma ditadura militar, tornou-se, para além da pauta de revolução nos costumes, um contramovimento de resistência pela liberdade.
Para comentar esse momento histórico-político no Brasil e, especificamente, em Minas Gerais, o diretor de teatro Pedro Paulo Cava e o também cientista político Bernardo Mata Machado vão falar de suas experiências como homens diante de um fenômeno que mudou paradigmas de relação e afetou a dramaturgia daquelas décadas.
Pedro Paulo Cava tem uma vasta carreira como diretor de teatro e ator, tendo encenado cerca de 90 peças de teatro adulto e infantil. Algumas, como Bella Ciao e Mulheres de Holanda foram assistidas por mais de 15 mil pessoas. Apoiador de primeira hora da agenda feminista, encenou “A honra ou a vida – quem ama não mata” , em 1983, peça baseada nos autos do julgamento de Márcio Stancioli, assassino de sua mulher, a mineira Eloisa Ballesteros. Escrita juntamente com a poeta feminista Thais Guimarães, ela foi encenada no adro da Igreja São José e assistida por cerca de 5 mil pessoas.
Bernardo Mata Machado é também diretor e ator de teatro, tendo atuado em peças como O encontro marcado, direção de Paulo César Bicalho e, em A honra ou a vida. Pesquisador da Fundação João Pinheiro por 41 anos, escreveu três livros na sua área de atuação, a gestão cultural, entre eles “Política cultural: fundamentos“.
Ambos vão relatar como o feminismo, no Brasil e, notadamente, em Minas, impactou suas vidas e significou um movimento de resistência cultural à ditadura militar, especialmente pelo teatro: “Os anos 1970 foram muito importantes como marca da implosão de muitos costumes, parâmetros e convenções”, lembra Pedro Paulo Cava. No que Bernardo Mata Machado contextualiza aquele momento histórico: “Nos anos 1980, a cultura foi praticamente a única válvula de escape numa cena de descontentamento político. Os artistas queriam ser, antes de tudo, artistas – mas acabou que a gente cumpriu essa missão de enfrentamento da ditadura. Juntamente com o movimento feminista”.
Sobre os participantes
Bernardo Mata Machado
É historiador e cientista político, formado pela UFMG, ator e diretor de teatro. Foi pesquisador da Fundação João Pinheiro, onde, por 41 anos, dedicou-se aos temas da política cultural e da história de Minas Gerais. Exerceu cargos de gestão cultural na Prefeitura de Belo Horizonte, governo do Estado de Minas Gerais e governo federal. Possui três livros publicados: História do Sertão Noroeste de Minas Gerais (1690-1930); Do Transitório ao Permanente: Teatro Francisco Nunes (1950-2000) e Política Cultural: Fundamentos. No teatro, destacou-se, como ator, na montagem de O Encontro Marcado, adaptação do romance de Fernando Sabino (1982), e como diretor, em Fando e Lis, de Fernando Arrabal (1975). Também participou como ator da montagem do espetáculo Quem Ama Não Mata, texto de Pedro Paulo Cava e Thaís Guimarães, realizado em 1983, nas escadarias da Igreja São José, com direção de Pedro Paulo Cava.
Pedro Paulo Cava
Fundador e diretor de vários grupos e companhias de teatro, em especial o Teatro de Pesquisa, em 1970, do qual é diretor até hoje. Atuou como diretor e ator em 87 peças de teatro adulto e infantil. Criador e fundador da Oficina de Teatro – Escola de Artes Cênicas, onde estudaram mais de 5 mil alunos. Em 1990 cria, funda e dirige o Teatro da Cidade em parceria com mais de 100 empresas. Professor titular da cadeira de teatro da PUC- Minas 2000/2005. Título de Notório Saber, em Artes Cênicas, pela PUC-Minas, em 2000. Aluno de vários cursos no Brasil e no exterior, entre os quais, o Teatro do Oprimido, com Augusto Boal, SP, 1980; Mímica e Pantomima, Munique, Alemanha; Universidade de Verão, Paris, 1981; Oficina de Estéticas Teatrais, México, 1995. Fundador do Sindicato dos Artistas de Minas Gerais, em 1975.
Cemig: a energia da cultura
Como a maior incentivadora da cultura em Minas Gerais, a Cemig segue investindo e apoiando as diferentes produções artísticas existentes nas várias regiões do estado. Afinal, fortalecer e impulsionar o setor cultural mineiro é um compromisso da Companhia, refletindo seu propósito de transformar vidas com energia.
Ao abraçar a cultura em toda a sua diversidade, a Cemig potencializa, ao mesmo tempo que preserva, a memória e a identidade do povo mineiro. Assim, os projetos incentivados pela empresa trazem na essência a importância da tradição e do resgate da história, sem, contudo, deixar de lado a presença da inovação.
Apoiar iniciativas como essa reforça a atuação da Cemig em ampliar, no estado, o acesso às práticas culturais e em buscar uma maior democratização dos seus incentivos.
Instituto Unimed-BH
O Instituto Unimed-BH completou 20 anos em 2023. A associação sem fins lucrativos foi criada em 2003 e, desde então, desenvolve projetos socioculturais e socioambientais visando à formação da cidadania, estimulando o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentando a economia criativa, valorizando espaços públicos e o meio ambiente. Ao longo de sua história, o Instituto destinou cerca de R$ 190 milhões por meio das leis de incentivo municipal e federal, fundos do idoso e da criança e do adolescente, com o apoio de mais de 5,6 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. Em 2023, mais de 20 mil postos de trabalho foram gerados e 2 milhões de pessoas foram alcançadas por meio de projetos em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.
Acesse www.institutounimedbh.com.br e saiba mais.