Ter inteligência emocional em alta performance requer transformar mudanças e crises em aprendizados
Conflitos são inevitáveis, principalmente porque atualmente estão ocorrendo muitas crises e mudanças no mundo inteiro. Em especial, no ambiente corporativo, ocorrem inúmeras situações de desequilíbrios e desencontros, como por exemplo: crises de liderança, objetivos, valores, metas, burnout, desmotivação, desvalorização do capital humano, dentre outros fatores.
Vale lembrar que esses impasses e dilemas são originados por causas multifatoriais que, por constituição, é dicotômico, complexo e multifacetado. Devido à natureza de tal realidade, cabe salientar que cada ser humano tem uma personalidade singular, capaz de pensar, sentir e agir de forma diferenciada, daí a grande vantagem de nos reinventarmos mesmo diante de dificuldades.
Para suprir tal demanda diversificada, é necessário que toda a equipe esteja aberta à empatia, ao acolhimento e à escuta ativa para dar suporte ou apoio emocional às potencialidades, aos desejos e às necessidades de cada colaborador em conflito.
Nesse sentido, um dos meios mais eficazes para lidar com essa situação, é estabelecer um diálogo aberto e sincero com toda equipe, como uma alternativa valiosa para se desenvolver a inteligência emocional, a empatia, a autocompaixão, a autoconsciência emocional, o autodesenvolvimento e o autoconhecimento.
Para tanto, é prioritário que neste episódio de crise, o colaborador possa identificar, reconhecer, analisar, refletir e ressignificar suas próprias emoções , como também de outras pessoas ao seu redor. Agindo dessa forma, será capaz de estabelecer uma relação harmônica e assertiva no seu ambiente de trabalho, como também no seu espaço familiar e social.
Cabe destacar que é necessário cada vez mais evidenciar no cotidiano empresarial: a prática de empatia, acolhimento e solidariedade. Ultimamente, estas necessidades tornaram-se habilidades essenciais em trabalho em equipe, pois constituem-se como características imprescindíveis à saúde mental, à uma boa convivência e às relações interpessoais saudáveis.
Nesse sentido, as empresas devem disponibilizar mecanismos de interação entre a equipe. Com este propósito, os integrantes poderão se expressar emocionalmente de forma genuína através dos diálogos. E assim, estarão doando seu tempo, sua atenção e espaço para que possam dialogar mais à vontade.
Dessa forma, as organizações estarão criando oportunidades de escuta ativa e acolhimento para que os integrantes possam se desenvolver de forma empática, assertiva e colaborativa, contribuindo assim para a melhoria de questões relacionadas à saúde mental e à qualidade de vida.
Tudo isso é possível , surgindo para tal objetivo oportunidades para conversar e fazer atividades em grupos com jogos e dinâmicas em um ambiente propício para momentos de lazer e descontração, disponibilizando então um aumento da empatia, engajamento e colaboração entre todos.
E assim percebemos cada vez mais a grande importância da empatia, pois constitui-se hoje como um estilo de vida ímpar. Configurando-se em uma atitude assertiva, proativa e resiliente, principalmente para quem exerce a função de líder de uma equipe. Cabe destacar que a mesma é, por natureza, heterogênea, exigindo portanto um olhar acolhedor e um cuidado especial.
Dessa maneira, deve existir primeiramente um ambiente acolhedor e fecundo para dialogar, para que todos possam falar, dando abertura para que os interlocutores possam estar motivados a se expressarem livremente, com mais empatia e respeitando também as colocações de seus pares através de uma comunicação emancipatória, inclusiva e transformadora.
Para tal, é necessário que exista uma pauta baseada em objetivos e metas pré-definidos no início de cada encontro, estabelecendo assim uma relação de encorajamento e que esteja em completa sintonia com todos, através de uma comunicação marcante objetiva e totalmente persuasiva.
Deve também existir uma negociação mais humanizada na qual se possa acolher e respeitar os seguintes aspectos: o ponto de vista de cada envolvido, a missão, os valores, a visão, as metas e os objetivos estratégicos da organização, sem esquecer que a mesma possa dar atenção e espaço para interagir com os propósitos dos seus colaboradores, ou seja, que estejam de encontro com os objetivos de todos de forma participativa e sustentável.
Com base nisso, percebemos que o líder deve pensar melhor, como forma de buscar entender e ser compreendido por seus colaboradores através de uma comunicação empática, inteligente e transparente. Tudo porque eles pensam, sentem e agem de determinada maneira. O que é necessário, por parte dos líderes, que possam tratá-los com educação, respeito e cordialidade.
Para tanto, é preciso que todos possam analisar e refletir também sobre suas emoções e, a partir daí, extrair uma lição de vida, como forma de se ter um grande aprendizado e, então, prosseguir com uma nova mentalidade disposta a enfrentar desafios impostos com coragem, garra e determinação.
Estabelecer uma harmonização e adaptabilidade de forma flexível, diante de inúmeras mudanças e crises, configura-se hoje como uma das qualidades mais desejadas pelos colaboradores, pois os mesmos almejam compreensão e empatia por parte de seus líderes que, por sua vez, podem implantar uma liderança mais humanizadora e resiliente.
Através de um comportamento mais adaptável, o líder torna-se mais empático conforme o perfil de seus liderados. Como uma capacidade flexível de liderar, o líder poderá adotar uma postura de uma liderança altamente assertiva e proativa com sua equipe. Para tanto, o mesmo deverá gerenciar suas emoções e de seus liderados, como forma de tornar essa equipe mais aberta às mudanças como forma de superar todos os desafios, possibilitando assim um aprendizado ímpar desta experiência.
Uma das melhores formas de expressar empatia no trabalho é justamente estabelecer uma escuta ativa. Sendo assim, não seja superficial e desligado, seja aberto, atento e cuidadoso com a mensagem, a linguagem verbal e não-verbal, ou seja, esteja sintonizado durante todo o processo de comunicação, verificando se toda a mensagem seja compreendida da melhor forma possível.
Para tanto, deve-se ter uma postura de rapport, em total conexão entre emissor e interlocutor, com propósito de estabelecer uma interação harmônica, intencional, estabelecendo um feedback verdadeiro, na qual haja total compreensão e reciprocidade, desenvolvendo assim uma consciência emocional entre os envolvidos.
Uma das primeiras alternativas para resolver conflitos é justamente avaliar e entender a comunicação em si, ou seja, cultivar e manter uma escuta ativa para fazer uma análise mais apurada sobre os motivos do conflito e analisar as mensagens das pessoas envolvidas e o contexto em questão.
Com base nisso, realizar uma profunda reflexão e buscar fazer determinadas adaptações conforme as necessidades e desejos de todas as pessoas envolvidas. E a cada mensagem, emoção ou comportamento de cada um, deve-se agir da seguinte forma: identificar, reconhecer, analisar, refletir e ressignificar para então agir de forma coerente com a proposta da emoção. Agindo dessa forma, é possível ter um diálogo mais assertivo e coerente.
Uma das melhores formas para suprir uma lacuna ou dificuldade, é simplesmente buscar outras alternativas, abordagens e adaptações na forma de se comunicar com seu público. Para tanto, deve-se fazer perguntas para si mesmo, para seus pares, amigos ou familiares, como por exemplo: "Estou sendo claro, objetivo e empático?" "Estou expressando com congruência minha linguagem corporal de acordo com linguagem oral?", dentre outras indagações.
Vale também destacar que saber ouvir na essência é uma habilidade extraordinária, como também ter uma escuta ativa bem refinada e empática com todos os integrantes do grupo. Sendo assim, o indivíduo torna-se mais consciente do seu propósito e da sua vida pessoal, da sua contribuição na empresa, etc. Assim, terá como desenvolver e aperfeiçoar sua inteligência emocional: autoconhecimento, escuta ativa, empatia, gerenciar emoções, autorregulação, etc.
Diante das análises das indagações, o ideal é ingressar em cursos de oratória, escutatória, desenvolvimento pessoal, inteligência emocional, comunicação, teatro, etc. Além disso, obter feedbacks com familiares, amigos, pares e clientes de forma esporádica para melhorar a performance.
Adotando essas particularidades, percebemos que construímos cada vez mais uma relação de confiança na equipe, sendo possível edificar um relacionamento próspero, visando estabelecer uma parceria consistente e engajada com todos do grupo, garantindo assim um feedback construtivo, motivador e positivo.
Vale pontuar que, quando todos os integrantes estão em total sintonia, eles acabam buscando o melhor para si e para o grupo, estabelecendo dessa forma uma relação ganha-ganha, pois trabalham em prol de uma causa em comum, com um propósito mais edificante. Agindo dessa forma, os objetivos e metas da equipe têm mais resultados e interação entre todos os envolvidos.
Cabe mencionar que trabalhar em equipe é primordial saber ouvir na essência, pois é uma habilidade extraordinária, como também ter uma escuta ativa bem refinada e empática com todos os integrantes da equipe. Um dos ingredientes mais importante para uma relação humana é exatamente a reflexão. Ela gera compreensão e aceitação. O que evidencia portanto algo muito positivo e intencional. A reflexão cuidadosa é, acima de tudo, uma conexão genuína, proposital e interativa, estabelecida pela interação entre a comunicação e a inteligência emocional entre os envolvidos.
A reflexão geralmente vem acompanhada de uma lição de vida. Abraçar o aprendizado contínuo é, por excelência, um mecanismo imprescindível para aprender a lidar com a inteligência emocional. Para tanto, é necessário desenvolvê-la para que possam ter maior discernimento sobre suas próprias emoções e assim falar, sentir e agir com mais assertividade.
Para implementar o aprendizado contínuo é preciso: desenvolver uma mentalidade estratégica vencedora, conquistar uma inteligência emocional de alto valor, elevar a alta performance dos colaboradores, estabelecer rapport, ouvir na essência, ter empatia com o próximo, possibilitar uma escuta ativa e reflexiva, ouvir podcasts, leitura de blogs, revistas e livros de desenvolvimento humano, desenvolver inteligência emocional através de cursos, palestras, treinamentos, coaching, mentorias ou terapias, além é claro de ter conhecimentos sobre negociação, escutatória, comunicação, participar de congressos, ter experiências formais e informais dentro e fora da corporação, etc.
Para dar uma melhor atenção a si mesmo e ao outro é vital ter: empatia, autocuidado e resiliência. Vale lembrar que não existe algo tão mais valioso, como por exemplo: o olhar para si mais atencioso e com todo carinho, além de um cuidado mais intimista consigo mesmo. Tudo isso é conquistado depois de crises e mudanças que geram aprendizados para toda a vida.
Para tanto, é necessário ter como priorização, acima de tudo, ter um bom networking, restaurar energias, buscar e manter um estilo de vida saudável e cultivar um mindset de crescimento e de prosperidade. Sendo assim, recomenda-se que se tenha mais contato com a natureza, pratique meditação, yoga, dança, fazer caminhada, leitura de bons livros, ouvir músicas relaxantes, etc.
Portanto, é necessário e urgente, a implantação e o aperfeiçoamento de métodos, técnicas e ferramentas de inteligência emocional nas empresas, pois só dessa forma as mesmas poderão melhorar sua cultura, o clima, o ambiente e a qualidade vida de todos da equipe. Sendo assim, todos serão capazes de aprender, desaprender e reaprender com seus erros, crises e mudanças. Agindo dessa maneira, todos serão capazes de conduzir suas vidas com mais protagonismo, alta performance, sucesso e felicidade plena.
Lucília Santos – Master Coach Trainer e Especialista em Coaching de Excelência. Professional e Self Coaching, Leader Coach, Analista Comportamental e Analista em 360º pelo IBC. Coautora do livro " O sentido e a busca da felicidade" e escritora do E-book Superdicas para alcançar suas metas com sucesso. Graduada em Coaching e Mentoring, Pedagogia e Psicopedagogia aplicada à Educação. Especialista: Coaching Educacional, MBA em Liderança e Coaching, Neuropsicologia, Psicopedagogia Clínica, Institucional e Hospitalar, MBA em Gestão de Recursos Humanos e Neuropsicopedagogia Clínica.