Estrangeirismos...?
Tema que puxa um papo, praticamente em quaisquer circunstâncias, é a questão dos estrangeirismos, como por exemplo neste instante em que, falando do que está em sales, já bem distantes do black Friday, aguardamos a delivery de uma pizza...
Mas vamos lá, de meu tempo de criança, quase sem piança, vem-me, vez por outra, uma curiosa lembrança ...de seis décadas ou mais, quando ouvia tia Vicentina narrando suas vivências na velha Onça de Pitangui, MG, no início do século XX. Cintina, juntamente com sua mana menor Isabel, a Tibebé, foram pajens de Thomas e Marcus, pirralhos filhos de um major inglês que chefiava trabalhos de mineração naquele remoto povoado situado a duas léguas e pouco de Pitangui. A mulher do major, Dona Margarida, também inglesa não cansava de se referir, carinhosamente, of course, aos seus estouvados naughty boys...
Das memórias, tia Vicentina, trouxe-nos a expressão nortiboias...
Trouxe-nos também alguma lembrança de utensílios domésticos, como a pichorra, que Dona Margarida não conseguia chamar senão de pêtchôr...(pitcher, na grafia) e do bispote, que era o pisspot, ou urinol, perdido na tradução... e de pensar que penico seria tão mais fácil de se pronunciar...ou será que Dona Margarida iria tratamento-lo por pináicou...?
Vamos pra Pitangui, lá pelo menos já havia chegado a maria-fumaça, aquele trenhão, bonito, bufante e espalhafatoso, mas que vivia na linha, desde que os dormentes, subjugados, ficassem quietinhos... e, carinhosamente bem tratada e respeitada,
de maçaroca também maria-fumaça era chamada, embora seu criador, na Inglaterra, espantado diante da potência de sua criação a houvesse apodado de Miss Rocket...(senhorita foguete...) e no transitar das línguas, Miss Rocket virara maçaroca...
Ademã ...(à demain) que vou ligar pro shopping pra ver o que houve com essa pizza...