Eu Acho (Neurolinguística Reversa)
Eu acho que esse ônibus para no ponto da Igreja Matriz: e a idosa andou trezentos metros até a Matriz. Lá o ônibus não parou, e a idosa voltou para a Praça Getúlio Vargas, onde já estava, e além de cansada, perdeu uma hora esperando passar outro ônibus.
Eu acho que vai fazer calor:
E a estudante saiu sem blusas, passou frio, pois, no fim da tarde, a temperatura caiu para seis graus; e a estudante esperava o ônibus, que não passava, e chegou até meu táxi tremendo, batendo os dentes... E este jovem idoso aposentado, eu, teve certeza do quão importante é o trabalho, por mais humilde que o trabalho seja.
Eu acho que o freio de meu carro está bom. Acho que não preciso gastar com o mecânico:
Morreu em acidente na descida da Serra de Santos/SP. Não achei que deveria relatar esse triste fato, que ouvi numa oficina mecânica, eu tive a certeza do meu dever de salvar vidas.
Um sujeito achou que sua esposa, que fazia aniversario, iria gostar da festa surpresa:
O marido fez a festa. Os convidados sujaram o banheiro, as louças, a churrasqueira ficou suja; havia restos de bolo e refrigerante caídos pelo chão. E ninguém para ajudar limpar a casa. Mas isso era o de menos, disse a passageira.
O pior foi no dia seguinte. Ao acordar, a esposa vai ao banheiro com roupas íntimas, e encontra um homem estranho lá! Era o namorado da prima do marido, que bebeu muito, e a namorada achou que ele poderia dormir sem avisar o casal... Mas a esposa achou que a prima era a amante, achou que o estranho era o amigo que acobertava o marido, achou que eles não iam pescar, achou que o marido tinha intimidade com a prima. Achou que deveria aconselhar com a boa amiga, e a amiga achou que fazia sentido.
Então a esposa achou que deveria pedir o divórcio, e achou melhor sair de casa, achou melhor pegar um táxi. E o taxista daquele ponto achou estranha a mulher, e não a levou. E eu que passava na rua, vi a mulher ancenando, nada vi de estranho, e a recebi em meu carro, e fiz meu trabalho, com ela falando o ocorrido ... E quando em outra cidade chegamos, o relato ela encerrou, e com voz de tristeza, ela me perguntou:
- O que o senhor achou?
Então eu lhe respondi. Que nada achei, que muito aprendi. Agradeci. E meu caminho segui. Segui triste com a neurolinguística reversa. Triste com esse acho perverso, que virou neologismo, que faz alfabetos funcionais, com base no eu acho, defender teses infernais.