PNL- ALÉM DO BEM E DO MAL

 

As pessoas fazem a melhor escolha, a partir das opções disponíveis do seu ponto de vista. Esse é uma pressuposição usada pela PNL para ancorar uma das suas teses mais importantes, mas também veicula uma sabedoria que a pedagogia moderna tem comprovado diariamente através das descobertas feitas pela psicologia behaviorista. A ideia contida nesse pressuposto é a de que o comportamento humano é ditado por um conjunto de informações que o sistema neurológico das pessoas acumula no cérebro e são interpretadas de acordo com suas crenças, valores e critérios de julgamento, que a PNL chama de “programas”. Isso pressupõe que cada decisão do ser humano é tomada a partir de um ponto de vista particular, que é projetado pela forma como cada indivíduo interpreta as informações recebidas e reage á elas. Assim, uma pessoa que agasalha em sua mente poucas opções de resposta a determinado estímulo tenderá a errar mais em suas respostas do que aquela que tem maior opção de escolhas para responder. Um exemplo: uma pessoa está com fome e não tem recursos para comprar os alimentos que precisa. Ele tem, entre as opções de resposta a esse estímulo a possibilidade de fazer algum trabalho e conseguir dinheiro para compra-los; também pode pedir ajuda nos semáforos ou de porta em porta; pode ainda pedir dinheiro a um amigo ou parente; pode entrar em um supermercado e roubar os alimentos; ou tentar assaltar alguém para conseguir dinheiro etc. Ele escolherá a opção que seu sistema neurológico (cérebro mais sistema nervoso) indicar como a mais viável do seu ponto de vista. O critério para essa escolha serão as crenças e os critérios de valor que ele tem. Se eles lhe dizem que roubar é pecado, é perigoso, é feio, é errado etc. ele evitará essa opção. Se achar que pedir emprestado ou esmolar é vergonhoso, ele também descartará esse comportamento. Se, ao revés, suas crenças e valores indicarem que roubar é algo normal na sociedade atual, que todo mundo rouba e poucos vão presos, etc. então a opção pelo roubo poderá avultar em seu sistema neurológico como a melhor opção que ele tem para resolver o seu problema. Não é a ocasião que faz o ladrão, mas sim a pobreza neurológica das opções de resposta que a pessoas tem.

Essa análise parte de um princípio, bastante caro aos cultores da PNL, de que o nosso sistema neurológico é programado como se fosse um computador. A partir das informações recebidas pelos cinco sentidos (visão, audição, tato, aroma e paladar) o cérebro formata o conhecimento do mundo em que vivemos. Esse conhecimento é como um “mapa” que nós traçamos do mundo real e nele nós escolhemos os caminhos pelos quais a nossa vida deve ser trilhada. Assim, a escolha que cada pessoa faz para responder às exigências que o seu organismo faz (tanto físicas quanto psicológicas) sempre são orientadas pelo conjunto de opções que seu sistema neurológico lhe indica. E para ela, a que ele escolhe sempre é a melhor, do seu ponto de vista. O resultado pode ser o pior possível, mas se você lhe perguntar porque escolheu aquela resposta, nove entre dez pessoas lhe responderão: “O que eu poderia ter feito?” Você poderá pensar em uma série de respostas mais efetivas para o problema, mas para ela, nenhuma delas seria melhor do que a que ela escolheu.

Então, a conclusão que se tira desse pressuposto é a seguinte: ofereça ao seu sistema neurológico a maior gama de opções possíveis para responder aos problemas que a vida lhe coloca. Quanto maior for o número de opções de resposta que você tiver, menor será a probabilidade de você escolher a menos efetiva. E principalmente, lembre-se: não existem erros nem acertos, mas apenas resultados bons ou ruins. E que todo comportamento que o sistema neurológico nos inspira é ditado com uma intenção positiva, que é a de solucionar o problema apresentado. Desse ponto de vista podemos colocar uma outra proposição: não existem pessoas más ou boas: existem pessoas com crenças, valores e critérios de julgamento dispostos para o bem ou para o mal. E o que chamamos de bem ou mal é apenas um resultado que nos causa prazer ou dor. E resultados podem ser modificados com um comportamento diferente. O mal só resiste quando a ele respondemos sempre com o mesmo comportamento ineficiente.