A PNL E A METÁFORA DA CAVERNA.
Filósofos como Platão e Schopenhauer já diziam que o mundo em que vivemos e as experiências que temos em relação a ele são muito diferentes. O grande filósofo grego criou a metáfora da caverna para exemplificar essa experiência, e o famoso pensador alemão dizia que o mundo real era feito de vontade e representação. Em síntese ambos estavam falando da mesma coisa. É nesse sentido que a PNL afirma que há uma diferença incontestável entre a realidade e a experiência que um organismo tem com o mundo em que ele vive.
Isso quer dizer que a realidade de cada um é pessoal, diferente e intransferível, pois ela se apresenta aos nossos olhos através dos nossos sentidos e estes possuem variados graus de absorção que dificilmente encontram outros que se lhe assemelhem.
Não é comum duas pessoas sentirem a mesma coisa em face da mesma experiência. Podem ocorrer aproximações em sintonias muito afinadas entre elas, mas exatamente a mesma sensibilidade é muito difícil de ser encontrada. Isso porque, como se diz em PNL, cada pessoa tem seu próprio mapa de mundo. E nenhum mapa é mais verdadeiro ou real do que o dos outros. A realidade que eu vejo é minha e a realidade que você vê é sua. Podemos concordar em gênero, número e grau com o que estamos vendo, mas isso ocorrerá apenas e somente se pudermos olhar uma coisa sobre o mesmo prima e formos capazes de exercitar tolerância e compreensão com as visões alheias. Mas dificilmente o que eu sentirei a respeito será igual ao que você sentirá porque o grau da sua sensibilidade não terá a mesma intensidade da minha, ou vice versa.
Em PNL o que vemos, ouvimos e sentimos em relação à uma dada experiência é chamado de “mapa”. O “mapa” é a realidade que os nossos sentidos captam. Porém, a verdadeira realidade é um "território" muito mais amplo do que o registro que os nossos sentidos mapeiam. Por isso o meu “mapa de mundo” pode não corresponder ao seu. E eu estarei limitado em meus sentimentos, opiniões, valores, crenças e julgamentos, ao que contém no “território” que eu mapeei. E você estará limitado pelo que você mapeou. Por isso dizemos que não é a realidade que limita as pessoas, mas sim as escolhas que elas fazem com base em seus “mapas” de mundo. E as escolhas são mais efetivas e bem sucedidas quanto mais o “território” mapeado propicia um número amplo de escolhas.
Por isso em PNL se diz: não se preocupe muito em ser real ou exato. Por que a realidade e a exatidão é questão de perspectiva. Isso está muito bem delineado na metáfora da caverna e nos axiomas de Schopenhauer. Preocupe-se, sim, em ampliar o território mapeado, de forma que ele lhe ofereça o maior número de escolhas possíveis. Há mais probabilidades de darmos com a resposta certa se tivermos um número variado de escolhas do que se tivermos apenas uma ou um rol muito pequeno para escolher.
Isso só se consegue através do exercício amplo dos nossos sentidos. Como dizia Teilhard de Chardin, procure ver, ouvir e sentir mais, muito mais. Isso é o que Platão quer significar por sair para a luz.(¹)
_____
(¹) A metáfora da caverna é uma alegoria criada pelo filósofo grego Platão. Trata-se de uma estória que busca explicar a condição de ignorância em que vivem os seres humanos, aprisionados pelos sentidos e os preconceitos que impedem o conhecimento da verdade. Refere-se a um grupo de pessoas que estão presas dentro de uma caverna, de costas para a entrada dela. Eles só conseguem ver as sombras das coisas que acontecem lá fora, que são projetadas pela luz que entra nela. Quando um dos prisioneiros se liberta e sai da caverna ele se depara com o mundo real. Mas ele não pode demonstrar para os prisioneiros a realidade do mundo porque eles não conseguem vê-la como ele a viu.