Electra Glide on Blues (O Vampiro Genitor)
"Se eu matei um homem, eu matei dois -
O vampiro que disse que era você
Bebeu meu sangue durante o ano,
Sete anos, se você quiser saber.
Papai, você pode se deitar agora."
(Daddy - Sylvia Plath)
A psicanálise credita que a natureza psicodinâmica da relação filha-mãe seja derivada da "posse" que a mãe tem da sexualidade do pai. Entretanto na primeira etapa de formação do córtex, por medo de perder o amor de sua mãe, a filha tende a realinhar sua atração natural pela sexualidade do pai reprimindo a competição feminina hostil, assim ocorrendo uma internalização da "Mãe". A filha então pode desenvolver o superego à medida em que vai estabelecendo uma identidade sexual própria distinta.
Os mecanismos de defesa fornecem soluções transitórias para os conflitos entre as pulsões do Id e as pulsões do ego.
- O primeiro mecanismo de defesa é a repressão, o bloqueio de memórias, impulsos emocionais e idéias da mente consciente; ainda assim, não resolve o conflito Id-Ego.
- O segundo mecanismo de defesa é a identificação por meio da qual a filha incorpora, ao seu ego, as características de personalidade e sexualidade da mãe, adaptando e facilitando uma identificação com a mãe.
Todavia, se a competição feminina hostil tendo o objeto-pai como alvo, em função de fatores psicológicos nas relações mãe-filha / pai-filha profundamente enraizados pelas relações pai-mãe [mormente em casos apatia da mãe em posicionar-se] e essa competiçao não for bem resolvida, uma fixação do estágio inicial pode surgir, levando a garota a se tornar uma mulher que se esforça continuamente para dominar os homens ( posse penial ), seja como uma mulher invulgarmente sedutora (auto-elevada estima) ou como uma mulher extraordinariamente vulgar ou submissa (baixa autoestima). Isso porque, o tratamento parental e a resolução satisfatória são muito importantes no desenvolvimento do superego, dado que ao se identificar com a mãe, a garota tende a internalizar a moralidade e, assim, ela pode escolher a autofiltragem diante das melhores regras sociais, em vez de ser obrigada a obedecer por reflexo, por medo de punição.
Síndrome de Estocolmo e a relação filha-pai
Estudos sugerem que meninas continuadamente punidas pelo pai tendem a se tornarem mais hostis às mães e mais benevolentes com os pais.
Como se sabe, a Síndrome de Estocolmo (Stockholmssyndromet, estudo do dr. Nils Bejerot, psiquiatra sueco) é definida como um estado psicológico em que a pessoa submetida à intimidação, ao medo, tensão e punições físicas, passa a ter uma empatia e um sentimento de amor e amizade pelo seu agressor. Quando seu agressor primário, por punições físicas contínuas é o pai, somado à identificação de apatia da mãe diante da brutalidade paterna, mais tarde esse desejo de submeter-se pode remanifestar-se em relacionamentos íntimos e ainda fazer com que esse abuso se manifeste fisicamente com o desenvolvimento de mecanismos inconscientes que promovam esse tipo de ação na relação.
O “afeto” pertinente à Síndromo de Estocolmo tem sido identificado como decorrente do instinto de sobrevivência da vítima, a qual inconscientemente acredita que precisa acatar todas regras impostas por um agressor para conseguir desembaraçar-se de situações conflitantes da forma mais indolor possível. A tendência é a necessidade inconsciente desse tipo de experiência se repetir ao longo dos relacionamentos. A manutenção do inconsciente permeado por essa "necessidade" poderá influir fortemente num contínuo boicote de relações mais civilizadas com um "aborrecimento" latente que poderá premir até que situações possam ser provocadas no sentido daquela "necessidade introjetada".
Referências:
- Jung, C. G. (1915). The Theory of Psychoanalysis. New York: Nervous and Mental Disease Publishing Co. p. 69.
- Jung, Carl (1970). Psychoanalysis and Neurosis. Princeton University Press.
- Jülich S. (2005). "Stockholm Syndrome and Child Abuse". Journal of Child Sexual Abuse. 14 (3): 107–129.
"Se eu matei um homem, eu matei dois -
O vampiro que disse que era você
Bebeu meu sangue durante o ano,
Sete anos, se você quiser saber.
Papai, você pode se deitar agora."
(Daddy - Sylvia Plath)
A psicanálise credita que a natureza psicodinâmica da relação filha-mãe seja derivada da "posse" que a mãe tem da sexualidade do pai. Entretanto na primeira etapa de formação do córtex, por medo de perder o amor de sua mãe, a filha tende a realinhar sua atração natural pela sexualidade do pai reprimindo a competição feminina hostil, assim ocorrendo uma internalização da "Mãe". A filha então pode desenvolver o superego à medida em que vai estabelecendo uma identidade sexual própria distinta.
Os mecanismos de defesa fornecem soluções transitórias para os conflitos entre as pulsões do Id e as pulsões do ego.
- O primeiro mecanismo de defesa é a repressão, o bloqueio de memórias, impulsos emocionais e idéias da mente consciente; ainda assim, não resolve o conflito Id-Ego.
- O segundo mecanismo de defesa é a identificação por meio da qual a filha incorpora, ao seu ego, as características de personalidade e sexualidade da mãe, adaptando e facilitando uma identificação com a mãe.
Todavia, se a competição feminina hostil tendo o objeto-pai como alvo, em função de fatores psicológicos nas relações mãe-filha / pai-filha profundamente enraizados pelas relações pai-mãe [mormente em casos apatia da mãe em posicionar-se] e essa competiçao não for bem resolvida, uma fixação do estágio inicial pode surgir, levando a garota a se tornar uma mulher que se esforça continuamente para dominar os homens ( posse penial ), seja como uma mulher invulgarmente sedutora (auto-elevada estima) ou como uma mulher extraordinariamente vulgar ou submissa (baixa autoestima). Isso porque, o tratamento parental e a resolução satisfatória são muito importantes no desenvolvimento do superego, dado que ao se identificar com a mãe, a garota tende a internalizar a moralidade e, assim, ela pode escolher a autofiltragem diante das melhores regras sociais, em vez de ser obrigada a obedecer por reflexo, por medo de punição.
Síndrome de Estocolmo e a relação filha-pai
Estudos sugerem que meninas continuadamente punidas pelo pai tendem a se tornarem mais hostis às mães e mais benevolentes com os pais.
Como se sabe, a Síndrome de Estocolmo (Stockholmssyndromet, estudo do dr. Nils Bejerot, psiquiatra sueco) é definida como um estado psicológico em que a pessoa submetida à intimidação, ao medo, tensão e punições físicas, passa a ter uma empatia e um sentimento de amor e amizade pelo seu agressor. Quando seu agressor primário, por punições físicas contínuas é o pai, somado à identificação de apatia da mãe diante da brutalidade paterna, mais tarde esse desejo de submeter-se pode remanifestar-se em relacionamentos íntimos e ainda fazer com que esse abuso se manifeste fisicamente com o desenvolvimento de mecanismos inconscientes que promovam esse tipo de ação na relação.
O “afeto” pertinente à Síndromo de Estocolmo tem sido identificado como decorrente do instinto de sobrevivência da vítima, a qual inconscientemente acredita que precisa acatar todas regras impostas por um agressor para conseguir desembaraçar-se de situações conflitantes da forma mais indolor possível. A tendência é a necessidade inconsciente desse tipo de experiência se repetir ao longo dos relacionamentos. A manutenção do inconsciente permeado por essa "necessidade" poderá influir fortemente num contínuo boicote de relações mais civilizadas com um "aborrecimento" latente que poderá premir até que situações possam ser provocadas no sentido daquela "necessidade introjetada".
Referências:
- Jung, C. G. (1915). The Theory of Psychoanalysis. New York: Nervous and Mental Disease Publishing Co. p. 69.
- Jung, Carl (1970). Psychoanalysis and Neurosis. Princeton University Press.
- Jülich S. (2005). "Stockholm Syndrome and Child Abuse". Journal of Child Sexual Abuse. 14 (3): 107–129.