Relatos significativos de estágio de Psicopedagogia hospitalar - uma experiência ímpar

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo apresentar algumas considerações acerca da importância do Atendimento Psicopedagógico à Criança hospitalizada no Hospital Infantil Lucídio Portela, Teresina-PI.

Sendo a Psicopedagogia um campo de atuação em saúde e educação que lida com o processo de construção do conhecimento, utilizando-se de vários recursos das áreas do conhecimento, compreendemos que o profissional dessa área atua com um caráter preventivo e/ou remediativo, buscando a melhoria das relações com a aprendizagem, assim como a melhor qualidade na construção da própria aprendizagem de aprendentes e ensinantes.

Considerando que a maioria desses pacientes está fora do seu convívio social, da escola, ou de alguma forma, excluída dentro dela, a intervenção psicopedagógica se torna de fundamental importância, a qual será realizada através de atividades educacionais e lúdicas centradas na aprendizagem.

O psicopedagogo interagindo com uma equipe multidisciplinar de profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos, psicomotricistas, fisioterapeutas, pedagogos e outros, dentro da Instituição Hospitalar articulará seus métodos e técnicas específicos da psicopedagogia dentro da realidade vivenciada neste contexto, contribuindo para melhoria da qualidade da saúde e auto-estima da criança internada, para que esta se descubra capaz de aprender a aprender e principalmente para o entendimento do vínculo afetivo que a criança hospitalizada desenvolveu com a aprendizagem, e quais os fatores que contribuem para esta não aprendizagem, assim como sua relação entre a afetividade e o desenvolvimento mental, considerando seu processo de aprendizagem.

2.0 JUSTIFICATIVA

O profissional de Psicopedagogia desempenha um papel de extrema importância, na medida em que ajuda a minimizar o sofrimento, através de estratégias e técnicas aprendidas ao longo de sua formação que o possibilitam atuar neste espaço.

Nesse sentido, a intervenção de um apoio psicopedagógico educacional no ambiente hospitalar é fundamental para o desenvolvimento saudável da criança, mesmo passando por uma internação, ela não precisa ter prejuízo em seu desenvolvimento intelectual, pois o processo de aquisição de conhecimento não deve ser interrompido.

A discussão de um espaço educativo no ambiente hospitalar deve ser discutido com equipe de multiprofissionais, O espaço educativo no ambiente hospitalar tem sido, acentuado e valorizado em muitos Estados tais como: São Paulo, Paraná, Bahia, Rio de Janeiro, Ceará e outros, que discutem, pesquisam a importância do pedagogo e psicopedagogo hospitalar através da implantação de espaço educativo nos hospitais. Evidenciou-se que a equipe de profissionais existentes não referido espaço investigado, não se preocupam com os cuidados intelectual (cognitivo), afetivo e social das crianças, mas sim apenas com o corpo.

Com isto, o presente estágio realizou-se a partir de uma necessidade mútua dos estudantes em cumprirem uma carga horária prática no hospital, a fim de aliar os conhecimentos teóricos aprendidos ao alongo do curso a prática no hospital, de maneira compromissada e ética e a necessidade da instituição, que possui o profissional de Psicopedagogia, mas realizando o trabalho clínico, através do serviço ambulatorial oferecido pelo Hospital Infantil Lucídio Portela (HILP), mas não dispõe deste profissional na área hospitalar.

A realização deste estágio resulta, portanto, da união entre o estagiário e o paciente, ambos beneficiados nesse processo. Percebe-se que o paciente é o maior beneficiado, por ser concedido a ele, o apoio psicológico, possibilitando um melhor enfrentamento da situação de hospitalização, para que ela ocorra de forma menos dolorosa, e seja significada de forma mais saudável, contribuindo assim para a recuperação frente ao adoecimento

É importante lembrar que criança mesmo doente apresenta necessidade de brincar e aprender excerto em casos excepcionais, nesse caso a intervenção sócio-educativa lúdica na perspectiva da animação sócio-cultural, proporcionando as crianças enfermas, maior compreensão em relação a se próprio e a um novo ambiente que as cercam, repercutindo em um período de intervenção mais breve, já que através das brincadeiras torna-se mais fácil, a aceitação da medicação e a interação com toda a alternativa hospitalar.

3.0 OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

• Contribuir para que as crianças hospitalizadas possam resgatar suas competências e habilidades necessárias ao desenvolvimento da leitura e escrita em diferentes formas, bem como seus usos e funções sociais por meio de atividades lúdicas prazerosas e desafiadoras.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Despertar na criança o prazer da leitura

• Estimular a imaginação da criança no aspecto do lúdico como ferramenta de aprendizagem.

• Despertar a sensibilidade de aprender em vários horizontes voltados para a integração social do meio ambiente hospitalar.

• Propor a interpretação do filme “ Turma da Mônica” conforme sua sensibilidade e seu conhecimento adquirido.

4. O CONTEXTO HOSPITALAR E ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO

Como Psicopedagogo Hospitalar é imprescindível compreender todo o corpo de uma estrutura hospitalar, por se tratar de uma área relativamente nova, onde a instituição hospitalar em algumas situações não saberá o que pedir ao psicopedagogo e cabe a ele mostrar o que pode acrescentar em benefício do paciente pediátrico e da instituição.

O psicopedagogo irá por em ação um questionamento e reflexão de como se adaptar a este novo ambiente, provido de regras, normas, valores e função social, o qual o mesmo deverá se conscientizar de sua identidade profissional e delimitar até onde vai a sua atuação e a de outro profissional, realizando o devido encaminhamento quando se fazer necessário.

O psicopedagogo junto à equipe multidisciplinar atuará de forma coesa e nunca isoladamente ou fragmentada, é importante que haja um espaço para que os conhecimentos de ambos profissionais envolvidos neste contexto sejam integrados a novas idéias, compartilhados e ressignificados, conhecer o olhar de cada um contribuirá para reconhecer as dificuldades pessoais e institucionais para pôr em ação uma atitude sistemática, contínua e reflexiva, de maneira a contribuir para que o vínculo entre a equipe se consolide o mais prazeroso possível, visando um ambiente mais humanizado ao paciente pediátrico. O qual nos remete a ser um ambiente impessoal, frio, hostil, assustador, incompreensível e depressivo, vivenciado e sentido na condição de hospitalizado.

É direito do paciente pediátrico conhecer os motivos que o levou a real situação, e ao verbalizar a verdade, há o cuidado de se utilizar uma linguagem simples e compreensível, respeitando sempre o estágio ou fase de desenvolvimento que ela se encontra.

O paciente pediátrico a peregrinar por salas de espera, unidades de internação, de terapia intensiva e ambulatória, em muito irão contribuir para a sua baixa auto-estima, e como aprender exige ter auto-estima, se faz necessário e presente a atuação do psicopedagogo, o qual poderá realizar diversas atividades em uma sala apropriada ou no próprio leito, podendo ser individualmente ou em grupo, proporcionando condições ao paciente pediátrico dentro do seu quadro hospitalar a não perder o prazer pela aprendizagem, pelo conhecimento e até mesmo direcionando caminhos para que o paciente aprenda a conviver com as diversas dificuldades que irá ter que passar por conseqüência de sua doença.

É bastante enriquecedor que o psicopedagogo trabalhe com atividades que envolvam, por exemplo, a dramatização e teatros de fantoches, tais atividades irão despertar na criança uma nova forma de elaborar e expressar os seus sentimentos é importante que ela viva gradativamente o aqui e agora de sua real situação, pois certamente elas irão estimular e favorecer um bom vínculo afetivo da criança com a aprendizagem, principalmente no momento de prepará-la para a alta, onde terá que se integrar novamente ao seu mundo social.

No que se refere a esse contexto humanizador se faz presente e necessária a atuação do psicopedagogo, pois, este profissional irá contribuir para um bem-estar não somente físico, mas cognitivo, afetivo e social também.

Vale lembrar que segundo o Código de Ética da Associação Brasileira de Psicopedagogia – ABPp (1996), diz respeito à “área de estudo e de atuações no contexto de saúde e educação, tendo como foco o processo de aprendizagem humana”.

Segundo prescrito no Código de Ética, a Psicopedagogia diz respeito às reflexões e práticas que levam em consideração os padrões normais e patológicos,tendo em vista a influência do meio – família, escola e sociedade – e o desenvolvimento psico-sócio-educacional e físico dos aprendizes, utilizando procedimentos próprios da Psicopedagogia.

O presente relatório objetiva apresentar o estágio em Psicopedagogia Hospitalar realizado no Hospital Infantil Lucídio Portela (HILP), discutindo as reflexões teóricas acerca da Psicopedagogia Hospitalar e a atuação do psicopedagogo neste contexto, subsidiado pela experiência de estágio.

5 – DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO

O Hospital Infantil Lucídio Portela, localiza-se na Rua Governador Raimundo Arthur Vasconcelos, 220, centro, Teresina, Piauí.

Sua história tem início em meados de 1950 a 1980, quando realizava seus atendimentos nas enfermarias pelos médicos e enfermeiros, tanto com crianças como com adultos, e não dispunha de equipamentos adequados e nem de capacitação humana voltada às necessidades das crianças.

Diante dessa realidade, o Diretor de Pediatria Geral do Hospital, médico Noé de Cerqueira Fortes, iniciou o trabalho de conscientização da necessidade de se criar um espaço adequado ao atendimento de crianças, em que fosse possível a assistência desses sujeitos de acordo com suas necessidades. Assim, em dezembro de 1972, o referido médico apresentou às autoridades estaduais de saúde e administração suas reivindicações com relação tratamento das crianças.

As autoridades estaduais realizaram as mudanças, da seguinte forma: as equipe médicas ficaram com 5 (cinco) consultórios e 1 (uma) sala para emergência, no âmbito do HGV, onde hoje funciona a Pneumologia Sanitária. Dos 18 (dezoito) leitos disponíveis, 12 (doze) seriam destinados para as crianças, em que existia somente a especialidade Pediatria Clínica, e os problemas pulmonares e cardiológicos eram tratados por médicos de adultos.

O diretor do HGV na época argumentou a possibilidade de transferir a ala de atendimento infantil para o prédio – Pavilhão de Tuberculosos em 1979 e 1980, o que não foi aceito com receptividade pelas autoridades estaduais. Entretanto, Noé Fortes ao convidar o médico Carlyle, o então diretor de Urgência Pulmonar, para uma visita a sua casa para tratar da Saúde Infantil, expôs a ele os argumentos que o convenceram da precariedade do serviço oferecido às crianças no HGV, por se tratar de com espaço reduzido e não dispor de equipamentos.

A partir disto, Carlyle relacionou a questão estadual da saúde infantil com o Ministério da Saúde e o Governo do Estado, mobilizando-os para a temática. O ministério enviou técnicos da saúde em 1984, que estudaram a arquitetura do pavilhão a fim de realizarem as reformas necessárias, que incluíram a reforma da lavanderia, a construção do centro cirúrgico, da cozinha e da unidade de terapia intensiva.

Após as reformas, o Hospital não iniciou seu funcionamento devido a ausência de profissionais. Diante disso, o secretário Anfrísio Neto convocou Fortes para uma reunião em que Fortes sugeriu concurso para contratação de 280 funcionários.

O concurso ocorreu em janeiro de 1986. E no dia 16 de março daquele ano, o hospital foi inaugurado e começou a funcionar dois meses depois.

Atualmente o Hospital Infantil Lucídio Portela possui uma porcentagem média de 30% da sua clientela vinda dos estados do Maranhão, Tocantins, Pará, Ceará e até do Amazonas e Acre, sendo referência nesses Estados.

De acordo com pediatra Antônio Macedo, diretor geral da instituição, o Hospital Infantil Lucídio Portela possui três marcos importantes: o papel social no atendimento à criança, com realização de cirurgias de alta complexidade, o progresso na área de recursos humanos e o papel do ensino (Hospital Escola) para Medicina, Nutrição, Fisioterapia, Psicologia e outras áreas.

A estrutura física compreende: 1 (uma) sala de Atendimento Pediátrico para Urgência e Emergência; 10 (dez) consultórios com especialidade no Atendimento Ambulatorial; 2 (duas) salas de Cirurgia; 1 (uma) sala de Recuperação com 4 (quatro) leitos; 1 (uma) sala de espera para Consultas Médicas; Sala da televisão; sala de espera do Centro Cirúrgico; Sala de Espera do Centro de Referência de imunobiológicos; Corredor da UTI;1 (uma) Brinquedoteca (a primeira de um hospital público do Piauí) e 1 (um) Centro de Vacinação;

O setor de Cirurgia Geral conta com 21 (vinte e um) leitos, a Neurocirurgia com 6 (seis) leitos e a UTI Infantil com 9 (nove) leitos, a Pediatria Infantil com 72 (setenta e dois) leitos dividida em 6 (seis) enfermarias: 201/1, com 8 (oito) leitos; Enfermaria Infantil 9 (nove) leitos, que é também 201/2; 202 com 15 (quinze) leitos; 203 com 9 (nove) leitos; 204 com 12 (doze) leitos; 205 com 7 (sete) leitos; 206 com 5 (cinco) leitos; Duas enfermaria Privativas com 1 (um) leito cada, destinada a crianças onde existe dificuldade de diagnóstico ou com diagnóstico de doenças raras;

Existe ainda no Hospital Infantil os seguintes serviços de apoio: Ambulância, Banco de Leite, Central de Esterilização de Materiais, Farmácia, Lactário, Lavanderia, Necrotério, Nutrição e Dietética, Serviço de Manutenção de Equipamentos, Serviço de Prontuário de Paciente, Serviço Social.

Segundo a Secretaria de Saúde, o HILP conta com uma equipe multidisciplinar composta por 523 funcionários, dentre estes: 74 médicos das mais variadas especialidades; 24 enfermeiros; 5 fisioterapeutas; 2 psicólogos; 2 Assistentes Sociais; 1 Fonoaudiólogo; 1 Terapeuta Ocupacional; 10 nutricionistas; 9 Farmacêuticos Bioquímicos; 1 – Biomédico e 1 psicopedagogo.

6 – EXPERIÊNCIAS VIVIDAS NO HOSPITAL INFANTIL LUCÍDIO PORTELA

Ao constatar os vários âmbitos de atuação do psicólogo hospitalar, suas possibilidades de intervenção, os sujeitos com quem podem atuar, amplia-se a dimensão do trabalho do psicopedagogo, imprescindível a este contexto.

Neste sentido, o psicopedagogo representa o enfrentamento ao processo de adoecimento no hospital e esta representação é visualizada não apenas por suas técnicas, recursos e intervenções, mas principalmente pela sua postura de enfrentar as situações e mobilizar os sujeitos também para este enfrentamento, seja direcionado a aceitação da doença, ao tratamento, a dificuldade de relacionamento na enfermaria, ao diálogo com os profissionais de saúde.

Ressalta-se ainda, em caráter conclusivo, que a humanização deve ser a postura norteadora da atuação do psicopedagogo no hospital. A partir da focalização no sujeito que adoece, e no cuidado. Esta postura deve ser semeada junto aos outros profissionais de saúde, sensibilizando seu olhar e considerando as demais possibilidades do sujeito e sua capacidade de ação diante da vida e do cuidar de si.

O Hospital Infantil Lucídio Portela foi a instituição escolhida para atividade prática hospitalar com carga horária de 30h do curso de Formação em Psicopedagogia no campo Hospitalar e da Saúde. Experiência na qual beneficiou às estagiárias no sentido de conhecer de perto a realidade do público infanto-juvenil hospitalizado e compreender perfeitamente que ações psicopedagógicas devem ser desenvolvidas no contexto hospitalar.

Percebeu-se que o papel do psicopedagogo na instituição hospitalar está em construção. Precisa conhecer mais sobre o espaço hospitalar enquanto sistema de saúde, mais sobre saúde e doenças, para então ter mais segurança nas afirmações em relação paciente hospitalizado.

Segundo Gallar “(...) a hospitalização pode acarretar à criança alguns problemas no seu desenvolvimento, muito dos quais a Psicopedagogia pode prevenir e/ou remediar...” Remediações de natureza emocional (ansiedade, depressão), cognitiva (dificuldades de aprendizagem) e motivacional (auto-estima negativa).

Com a enfermidade afetando as interações da criança o grupo das estagiárias sentiu dificuldade de inserir a prática psicopedagógica na enfermaria um espaço diferenciado em relação à Brinquedoteca, diante desta situação ficou bem claro do grande desafio e da responsabilidade da prática psicopedagógica no contexto hospitalar.

Por outro lado identificou-se claramente a importância de significativos incentivos na busca de amenizar a ansiedade e angústia durante a permanência longa ou temporária da criança hospitalizada mediante a uma atenção psicopedagógica ao enfermo hospitalizado utilizando procedimentos de intervenção adequados.

As intervenções das atividades psicopedagógicas desenvolvidas de forma sincronizada no espaço da Brinquedoteca possibilitou as pesquisadoras observar o envolvimento satisfatório das crianças em todas as situações proporcionadas pelas psicopedagogas.

Durante a realização das atividades evidenciou uma importante aceitação das crianças, demonstrando atenção, concentração, curiosidade e interesse em participar dos diferentes momentos; dos familiares/acompanhantes verificou timidez e expectativas em relação aos resultados provocados pela situação proposta e dos funcionários do hospital identificou-se um olhar de credibilidade e confiança no desempenho do grupo de psicopedagogas.

Mediante um planejamento sistematizado houve uma preocupação fundamental o atendimento ao paciente hospitalizado. Para o alcance do objetivo maior que é a aprendizagem, um dos recursos metodológicos como viabilizador desse processo é o brincar, considerar a brincadeira como estratégia de ensino e aprendizagem é compreender que a criança administra a sua relação com o outro e com o mundo permeado pelo uso de brinquedos.

Pensar a prática psicopedagógica a partir das atividades lúdicas conduz a pensar em mudanças significativas para o contexto hospitalar, que remete a uma atuação integradora e dinâmica, cuja prioridade é despertar não apenas o desenvolvimento cognitivo do paciente, mas abranger todas as dimensões que compõem a plenitude deste, enquanto ser humano. Acreditar no brincar como subsídio para a construção do conhecimento é possibilitar uma aprendizagem prazerosa e significativa.

Por meio das intervenções psicopedagógicas observou-se o senso de companheirismo dos internados; brincando, individualmente ou em grupo mostraram-se pouca abertura em interagir com outras crianças. Algumas preferindo brincar sozinha distanciando dos demais, o que não contribui para enriquecer a sociabilidade e a capacidade de tornarem mais criativos.

Os instrumentos utilizados com crianças internadas no contexto hospitalar contribuiram para colher informações importantes sobre o processo de aprendizagem, detectando-se as potencialidades, iniciativas, capacidades de concentração e atenção, descobrir, criar e, especialmente, de permanecer em atividades. Com isso, favoreceu as psicopedagogas de conhecer as principais necessidades pedagógicas, orgânicas, sociais, emocionais e cognitivas do hospitalizado o que facilitou elaborar os melhores procedimentos adequados ao público internado.

Daí a importância do psicopedagogo em hospitais, com a finalidade exclusiva e específica de atender estes aspectos que estão ligados ao desenvolvimento da aprendizagem do aprendente hospitalizado. Sendo assim, o estágio do curso de Formação em Psicopedagogia no campo Hospitalar e da Saúde foi uma rica e prazerosa vivência que fortalecerá o desempenho profissional na Instituição Hospitalar.

7- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estagiar no Hospital Infantil significou para nossa equipe, não somente articular concepções e teorias às experiências práticas, mas também, e principalmente, desenvolver habilidades de empatia e compreensão em contextos tão diversificados dos meus. Entretanto, a necessidade de compreender o outro em seu sofrimento para poder auxiliá-lo no enfretamento a doença nos impulsionou ao desenvolvimento de tais habilidades.

Acreditamos que auxiliamos o processo de autonomia dos sujeitos atendidos em relação aos seus tratamentos, utilizando em todos os momentos recursos como a criatividade e o desejo de ajudar, e estes foram úteis em momentos como a elaboração de estratégias que permitissem a interação com a criança e propiciar a ela a expressão de sentimentos e emoções.

Percebemos que algumas concepções em Psicopedagogia Hospitalar só podem ser vivenciadas realmente na prática e que podem ser aprimoradas a partir do percurso prático. E o estágio nos permitiu, ao longo da caminhada, aprimorar a atuação, desenvolvendo-a de maneira efetiva e humanizada.

8 – REFERÊNCIAS

PORTO, Olívia. Psicopedagogia Hospitalar. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2008.

MELLO, Daniella Reis. Psicopedagogia Hospitalar: o vínculo afetivo da criança hospitalizada com a aprendizagem, 2006.

Lucília Santos – Formação Internacional em Professional e Self Coaching, Leader Coach, Analista Comportamental e Analista em 360º pelo IBC. Coautora do livro " O sentido e a busca da felicidade" da Editora Conquista-RJ. Graduada em Pedagogia e em Psicopedagogia aplicada à Educação. Especialista: Neuropsicologia, Psicopedagogia Clínica, Empresarial, Institucional e Hospitalar, MBA em Gestão de Recursos Humanos e em Neuropsicopedagogia Clínica. Atua como neurocientista, coach, psicoterapeuta, consultora, professora, palestrante e escritora.

Lucília Santos
Enviado por Lucília Santos em 25/06/2020
Código do texto: T6987912
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